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3. Metodologia do Trabalho de Projecto - IEFP

3. Metodologia do Trabalhode Projecto52N o se trata apenas de mais uma moda. Esta necessidade e vontade de trabalhar eaprender por projectos ultrapassa as vontades e necessidades dos agentes formativosactuais e reenvia-nos para um contexto s cio-econ mico que, pode mesmo dizer-se,favorece a emerg ncia de uma cultura de Projecto revelador do modo como vivem hoje as pessoas e as organiza es: economiasflex veis, globaliza o, certezas mortas, ef mero, aus ncia de autoridades, sentimentosdifusos resultantes da depend ncia do envolvimento do actor, ..Edgar Morin ajuda-nos a perceber melhor esta nova cultura em que nos encontramosinseridos identificando alguns princ pios que a caracterizam e que s o teis paraentendermos a import ncia de estrat gias como a Metodologia do Trabalho de Projecto :1.

difusos resultantes da dependência do envolvimento do actor, … Edgar Morin ajuda-nos a perceber melhor esta nova cultura em que nos encontramos inseridos identificando alguns princípios que a caracterizam e que são úteis para entendermos a importância de estratégias como a metodologia do trabalho de projecto: 1.

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1 3. Metodologia do Trabalhode Projecto52N o se trata apenas de mais uma moda. Esta necessidade e vontade de trabalhar eaprender por projectos ultrapassa as vontades e necessidades dos agentes formativosactuais e reenvia-nos para um contexto s cio-econ mico que, pode mesmo dizer-se,favorece a emerg ncia de uma cultura de Projecto revelador do modo como vivem hoje as pessoas e as organiza es: economiasflex veis, globaliza o, certezas mortas, ef mero, aus ncia de autoridades, sentimentosdifusos resultantes da depend ncia do envolvimento do actor, ..Edgar Morin ajuda-nos a perceber melhor esta nova cultura em que nos encontramosinseridos identificando alguns princ pios que a caracterizam e que s o teis paraentendermos a import ncia de estrat gias como a Metodologia do Trabalho de Projecto :1.

2 Princ pio sist mico ou organizacionalLiga o conhecimento das partes com o do todo. Pascal afirmava: "tenho por imposs velconhecer as partes sem conhecer o todo, mas tamb m conhecer o todo sem conhecerparticularmente as partes." A ideia sist mica, que se op e s perspectivas reducionistas,defende que o todo mais do que a soma das partes (do tomo estrela, da bact riaao homem e sociedade). A organiza o de um todo d origem a emerg ncias, ou sejaa qualidades desconhecidas dos seus elementos constituintes. Raz o que determina que,para al m de ser mais do que a soma das partes, o todo possa igualmente ser menosdo que essa soma das partes - quando as qualidades destas est o inibidas pela organiza oem conjunto (exemplo: a mera soma das c lulas vivas que constituem qualquer rg odo corpo muito menos do que o todo por elas constitu do e a partir delas organizado;no entanto, esse mesmo rg o, ao especializar o Trabalho das c lulas para a fun o quedesempenha inibe qualidades que decorrem de cada c lula deter informa o que lhespermitiria servir qualquer um dos rg os ou das fun es do organismo).

3 Esta met fora ajuda a perceber afirma es como pensar globalmente, agir localmentee demonstra a necessidade de trabalhar de forma a unificar an lise e s ntese. Ajuda,igualmente, a perceber a l gica metadisciplinar que deve ser promovida em todas asvertentes da vida e, em particular, na forma o/educa o. O prefixo meta significa acapacidade de conservar ultrapassando. N o podemos quebrar o que foi criado pelasdisciplinas, mas devemos criar condi es para as abrir Princ pio hologram ticoColoca em evid ncia o que atr s se afirmou e que constitui um aparente paradoxo dasorganiza es complexas: n o s a parte est dentro do todo como tamb m o todo est inscrito na parte. A sociedade est presente em cada indiv duo, enquanto todo, atrav sda sua linguagem, da sua cultura e das suas Princ pio do anel retroactivoAssenta no conhecimento dos processos auto-reguladores, rompendo, assim, com oprinc pio da causalidade linear (uma causa, um efeito).

4 Este cede lugar a princ pios decausalidade emergente e complexa, como os de qualquer organismo vivo, onde se operamconjuntos de processos reguladores fundamentados em m ltiplas retroac Princ pio de autonomia/depend ncia (auto-ecoorganiza o)A autonomia a capacidade que cada pessoa tem de se reajustar, mantendo a suaintegridade e a sua pr pria identidade. Integra um pensamento ecol gico, o que significaperceber todo o fen meno aut nomo na sua rela o com o envolvente. Em forma o,isto significa aprender a utilizar a subjectividade. Perante situa es vivas e complexas,como as que enfrentamos no quotidiano, for oso que tenhamos consci ncia de que,na sua an lise, somos simultaneamente produto e Projecto : raz o de ser11 Adaptado de MORIN, Edgar, (1999), Reformar o pensamento, repensar a reforma: cabe a em feita, Lisboa, Edi es Piaget,p.

5 101 a ROGERS, Carl, (1985), Tornar-se Pessoa, Lisboa, Moraes Editores53 Processa-se atrav s da an lise estrat gica que permite manter-se em interac o com oenvolvente. Para isso, necess rio possuir um conhecimento de si que interno, subjectivo,que se reconhece e evolui em interdepend ncia com os outros e o exterior, ganhandoum n vel de autonomia consciente e de n vel exterior. Carl Rogers afirmava-o no seuinteressante livro Tornar-se Pessoa2, onde dava conta do facto de cada ser humano seruma ilha que deveria abrir pontes aos outros e suas respectivas ilhas, uma vez que essegrau de abertura (e, como tal, de hip teses de desenvolvimento) est directamenterelacionado com o grau de consci ncia do nosso Eu. Por outras palavras, quanto melhorme conhe o e me aceito, mais facilmente posso conhecer os outros e predispor-me aaceit -los.

6 Morin afirma-o tamb m recordando que, de forma a manter a sua autonomia(somos seres auto-organizadores que, sem parar, nos autoproduzimos), qualquer servivo deve consumir energia. Ora, como temos necessidade de colher energia, informa oe organiza o do ambiente que nos rodeia, a autonomia insepar vel dessa depend ncia. esse o princ pio de auto-eco-organiza o de que aqui se Princ pio dial gicoT o caro a Heraclito, este princ pio permite unir dois princ pios ou no es aparentementecontradit rios e mutuamente exclusivos, mas que est o indissoci veis numa mesmarealidade. Lembremo-nos da coexist ncia da ordem/desordem desde a origem do universoe que constitui um excelente exemplo do que se afirma. Lembremo-nos ainda, a prop sitodo anterior princ pio, de como se vive de morte e se morre de vida.

7 A auto-eco-organiza oda vida a que nos referimos atr s obriga a uma auto-regenera o permanente e, comotal, necessita da morte di ria e regular de c lulas para que o organismo se possa auto-regenerar. Morte e vida s o simultaneamente complementares e Princ pio da constru o/reconstru oPermite p r a descoberto o problema cognitivo central: da percep o teoria cient fica,todo o conhecimento uma reconstru o/tradu o por um esp rito numa dada culturae num dado tempo. Tal facto obriga-nos a formas de pensar que integrem e relacionemconhecimentos separados, numa ptica de consci ncia mais abrangente. Neste contexto,a todos os grupos oferecida a possibilidade de se apropriarem do direito de falar porsi pr prios, com a sua voz, aceite como aut ntica e leg tima. Trata-se de uma dascaracter sticas da perspectiva de pluralismo que caracteriza a p sua raiz latina, a palavra Projecto remete-nos para a ideia de lan ar para diante(projicere).

8 Por influ ncia grega e via indirecta, integra tamb m a no o de problema(ballein).Noutros contextos, Projecto entendido como um conjunto de opera es que visa umarealiza o precisa, num contexto particular e num espa o de tempo determinado (Dicion riode Educa o, 1993).Noutros ainda, associa-se Projecto a uma vis o de futuro: a imagem de uma situa oou est dio que se pretende atingir, um esbo o de a sua fundamenta o?A Metodologia de Trabalho de Projecto decorre do movimento de educa o progressistaassociado ao pensamento de John Dewey, que preconiza abordagens pedag gicas queincluam o experimentalismo, a preocupa o com as necessidades e motiva es intr nsecasdos formandos e os seus ritmos e diferen as individuais, bem como a necessidade denunca desligar a teoria da pr tica (ver Projecto -raz o de ser).

9 Em que consiste?Trata-se de um m todo de Trabalho orientado para a resolu o de problemas, que requera participa o de cada membro de um grupo, segundo as suas capacidades, com vista realiza o de um Trabalho conjunto, decidido, planificado e organizado de modo a que possa ser realmente promotor de desenvolvimento, importante queesse problema seja sugerido pelos indiv duos em forma o (ou que, pelo menos, esteso considerem pertinente, importante e real) e abordado/resolvido com base nas condi esque caracterizam os meios s cio profissionais a que eles facto, e de forma a promover aprendizagens significativas, um Projecto de forma odeve caracterizar-se por:1. IntencionalidadeIntencionalidade esta que deve ser dependente do contexto e do envolvimento dosagentes e da capacidade de elabora o de uma vis o partilhada.

10 O processo para construiruma vis o t o importante como a pr pria vis o e esse processo o di logo e a interac abertura de esp rito, capacidade de escuta, flexibilidade para atender a alternativas,admitir a possibilidade do erro naquilo em que se acredita com muita for a e convic o,diagnosticar problemas e encontrar solu es, interrogar-se, clarificar valores, analisar Responsabilidade e autonomiaOs intervenientes s o agentes do seu desenvolvimento e do processo de o se trata apenas de procurar solu es racionais e l gicas, mas antes de uma entregatotal enquanto pessoa. Por autonomia entende-se a capacidade que cada um tem deutilizar os recursos internos em interac o com os externos ao servi o do desenvolvimentoe da aprendizagem. Responsabilidade, por seu turno, define-se como a capacidade detomar decis es e escolher assumindo o resultado dessa escolha, seja ela feita individualmenteou em grupo.


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