Example: tourism industry

A nutrição e a alimentação como pilares dos programas de ...

201O Mundo da Sa de, S o Paulo - 2013;37(2):201-207 Artigo de Revis o Review Paper A nutri o e a alimenta o como pilares dos programas de promo o da sa de e qualidade de vida nas organiza esNutrition and eating as bases for programs for health promotion and life quality in organizationsS lvia Martinez*ResumoSegundo o Guia Alimentar para a Popula o Brasileira do Minist rio da Sa de, a alimenta o adequada se d em fun o do consumo de alimentos e n o de nutrientes; deve estar baseada em pr ticas alimentares que tenham significado social e cultural. Para a OMS/ONU, apesar de muitos avan os, existem defici ncias nutricionais que atingem grande n mero de pessoas em todo o mundo. O objetivo do presente estudo foi relacionar as quest es nutricionais com os par metros para elabora o de programas de qualidade de vida. Alastram-se pelo mundo as epidemias da obesidade e das doen as cr nicas n o transmiss veis.

202 O Mundo da Saúde, São Paulo - 2013;37(2):201-207 A nutrição e a alimentação como pilares dos programas de promoção da saúde e qualidade de vida nas organizações Introdução Entende-se por alimentação saudável o di-reito humano a um padrão alimentar adequado

Tags:

  Mound

Information

Domain:

Source:

Link to this page:

Please notify us if you found a problem with this document:

Other abuse

Transcription of A nutrição e a alimentação como pilares dos programas de ...

1 201O Mundo da Sa de, S o Paulo - 2013;37(2):201-207 Artigo de Revis o Review Paper A nutri o e a alimenta o como pilares dos programas de promo o da sa de e qualidade de vida nas organiza esNutrition and eating as bases for programs for health promotion and life quality in organizationsS lvia Martinez*ResumoSegundo o Guia Alimentar para a Popula o Brasileira do Minist rio da Sa de, a alimenta o adequada se d em fun o do consumo de alimentos e n o de nutrientes; deve estar baseada em pr ticas alimentares que tenham significado social e cultural. Para a OMS/ONU, apesar de muitos avan os, existem defici ncias nutricionais que atingem grande n mero de pessoas em todo o mundo. O objetivo do presente estudo foi relacionar as quest es nutricionais com os par metros para elabora o de programas de qualidade de vida. Alastram-se pelo mundo as epidemias da obesidade e das doen as cr nicas n o transmiss veis.

2 Na fila de doen as silenciosas, est o tamb m os Transtornos Alimentares. Muitos autores j citaram que o consumo dos alimentos e a forma como isso acontece t m variado bastante nas ltimas d cadas, em fun o das mudan as sociais ocorridas, principalmente a mudan a do papel da mulher na forma o e manuten o da estrutura familiar. Um bom programa de qualidade de vida deve passar pelo planejamento rigoroso das a es com um trabalho de diagn stico social, f sico e das condi es atuais de sa de dos trabalhadores antes de qualquer a o efetiva. A alimenta- o pode e deve ajudar a melhorar a qualidade de vida tanto f sica quanto mental e social. fator convergente para uma sociedade feliz e din mica que progride : Alimenta o. Doen a Cr nica. Qualidade de to the Food Guide for the Brazilian Population, from the Ministry of Health, adequate food depends on the consumption of food, not nutrients, and should be based on food practices that have social and cultural significance.

3 For WHO/UN, despite many advances, there are nutritional deficiencies affecting large numbers of people around the world. The world is plagued by an epidemic of obesity and chronic non-communicable diseases; among silent diseases there are also eating disorders. Many authors have said that food consumption and the way in which this happens has varied greatly in recent decades in the light of social changes that have taken place, mainly the changing role of women in the formation and maintenance of a family structure. A good program to favour quality of life should include a rigorous planning of ac-tions with a good diagnostic of current social, physical and health condition of workers before any effective action. Food can and should help to improve the quality of life both physically and mentally and socially. Food is factor that greatly contributes for a happy and dynamic society that constantly progresses.

4 Keywords: Feeding. Chronic Disease. Quality of Life.* Nutricionista. Mestre em Administra o de Empresas pela Universidade Metodista de S o Paulo. Consultora e especialista em assun-tos regulat rios. Docente do Centro Universit rio S o Camilo em n vel de gradua o e p s-gradua o, especializa o e MBA. E-mail: autora declara n o haver conflitos de Mundo da Sa de, S o Paulo - 2013;37(2):201-207A nutri o e a alimenta o como pilares dos programas de promo o da sa de e qualidade de vida nas organiza esIntrodu oEntende-se por alimenta o saud vel o di-reito humano a um padr o alimentar adequado s necessidades biol gicas e sociais dos indiv -duos, respeitando os princ pios da variedade, da modera o e do equil brio, dando-se nfase aos alimentos regionais e o respeito ao seu sig-nificado socioecon mico e cultural, no contex-to da Seguran a Alimentar e o Guia Alimentar para a Popula- o Brasileira do Minist rio da Sa de2, a alimen-ta o adequada se d em fun o do consumo de alimentos e n o de nutrientes; deve estar ba-seada em pr ticas alimentares que tenham signi-ficado social e cultural.

5 Os alimentos t m gosto, cor, forma, aroma e textura, e todos esses com-ponentes precisam ser considerados na aborda-gem nutricional. Os nutrientes s o importantes, contudo, os alimentos n o podem ser resumi-dos a ve culos deles, pois agregam significa es culturais, comportamentais e afetivas singulares que jamais podem ser desprezadas. O alimento fonte de prazer e identidade cultural e da FAO/OMS de 2012 revelam que a alimenta o e nutri o constituem uma preocupa- o mundial diante da constata o que, em 2050, existe uma estimativa de que seremos 9 bilh es de pessoas. Sendo assim, a produ o de alimentos de-ver ser 60% maior do que a atual para evitar que 300 milh es de adultos, jovens e crian as passem fome no mundo. Segundo a FAO/OMS, em 2007, uma em cada sete pessoas passava fome no mun-do, cerca de 75 milh es de pessoas. Atualmente, 925 milh es de pessoas no mundo n o comem o suficiente para serem consideradas saud constata o da ONU demonstra que, apesar de muitos avan os, existem defici ncias nutricionais que atingem grande n mero de pes-soas em todo o mundo.

6 No Brasil, encontra-se ainda a desnutri o na inf ncia no Norte e Nor-deste, car ncias de micronutrientes em regi es geogr ficas como Maranh o. Documentos ofi-ciais do governo federal e maranhense relatam v rios casos de Xeroftalmia ou hipovitaminose A. A anemia ferropriva encontrada em grandes capitais, como S o Paulo e Belo Horizonte, o que levou o governo a definir o enriquecimento da farinha de trigo e milho com ferro e cido f lico. A car ncia de iodo na dieta ainda causa b cio e altera es da tireoide, apesar do enri-quecimento do sal marinho de mesa2,4,5,6, car ncia encontrada a de cido f -lico que causa mortalidade fetal at 3 meses de gesta o e m forma o da crian a, com gran-des riscos de prematuridade neonatal, apesar de haver programas de sa de com suplementa o de acido f lico para gestantes.

7 Ademais, outra problem tica s o as doen as infecciosas, como a causada pelo v rus H1N1, que se alastrou pelo mundo, demonstrando a fragilidade social em re-la o s condi es de higiene m nima, al m do aumento das doen as diarreicas e respirat rias em crian as e idosos desprovidos de aten o de sa de prim o obstante essa condi o, alastram-se pelo mundo as epidemias da obesidade e das do-en as cr nicas n o transmiss veis. Essas afetam pa ses ricos e pobres, consumindo v rios bilh es de d lares em programas de combate hiperten-s o arterial e a diabetes melittus6,7, doen as con-sideradas silenciosas que afetam desde crian as at idosos, em fun o dos h bitos alimentares e sedentarismo. No entanto, existem outros qua-dros patol gicos preocupantes, os transtornos fila de doen as silenciosas est o tam-b m os Transtornos Alimentares, como a ano-rexia, que caracterizada por um processo de inani o autoprovocado pelo medo m rbido de engordar.

8 Pode ter in cio em uma dieta inocen-te para perder peso que vai sendo drasticamen-te restrita at tornar-se um semijejum. Quanto mais magro o anor xico est , mais gordo se v . A idade de maior incid ncia por volta de 14 anos. Por m, existem casos ainda mais preco-ces, sendo raro seu aparecimento ap s os 40 anos. A maior incid ncia no g nero feminino (90%). No entanto, estudos recentes v m de-monstrando que essa doen a psicof sica pode afetar homens jovens9, quadro grave encontrado pelas autoridades de sa de a Bulimia, ou v mito autoprovocado11. Tal comportamento vivido 203O Mundo da Sa de, S o Paulo - 2013;37(2):201-207A nutri o e a alimenta o como pilares dos programas de promo o da sa de e qualidade de vida nas organiza escomo alheio e repugnante ao indiv duo, po-r m incontrol vel. Pode ser associada ao uso de medicamentos (diur ticos, laxantes, mais raramente horm nio de tireoide), drogas (com intuito de emagrecimento), exerc cios com-pulsivos, visando queima das calorias inge-ridas no ataque de comer.

9 A frequ ncia ni-tidamente maior em mulheres (9:1) e pode vir acompanhada por outros transtornos, como abuso de lcool e subst ncias, dificuldade de controle dos impulsos, furtos e, especialmen-te, depress o. H um quadro caracter stico de baixa autoestima9, Compuls o Alimentar a ingest o de uma grande quantidade de alimento em um per odo curto de tempo, habitualmente sem fome, com a sensa o de falta de controle sobre o qu e o quanto come, habitualmente s escondidas, por vergonha e acompanhado de culpa, arrependimento e sensa o de bai-xa autoestima. O termo compuls o refere-se ao fato de a ingest o se dar contra a vonta-de da pessoa. Est presente em 2% da popu-la o geral, mas ocorre em 30% a 54% (de-pendendo do estudo) das pessoas que fazem dieta para emagrecer. Predomina em mulheres (3:2).

10 O epis dio compulsivo denominado binge eating, que significa ataque de comer ou orgia alimentar . V rios s o os fatores de-sencadeantes, como ansiedade, tens o, stress, vontade de emagrecer , cio, raiva, ins nia, depress o, dificuldades afetivas, sexuais, bai-xa assertividade e outras, al m de dietas dr s-ticas, jejuns e outros m todos para emagre-cer. Costuma-se dizer que o compulsivo por alimento confunde outras emo es com a fome e que a compuls o alimentar uma ma-neira inadequada de lidar com as emo es9, tamb m quadros da chamada Anorexia Alco lica ou Drunkrexia, que caracteri-za-se pela associa o do alcoolismo com os trans-tornos alimentares e que est cada vez mais co-mum na sociedade. Estudos mostram que 30% das mulheres com depend ncia de lcool t m algum tipo de problema alimentar. Ocorre preferencial-mente em mulheres entre os 20 e os 40 anos.


Related search queries