Example: tourism industry

Análise de conteúdo: da teoria à prática em pesquisas ...

R. H. C mara 179 Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 6 (2), jul - dez, 2013,179-191 An lise de conte do: da teoria pr tica em pesquisas sociais aplicadas s organiza es Content analysis: from theory to practice in social research applied to organizations Rosana Hoffman C mara 1 Empresa Brasileira de pesquisa Agropecu ria, Bras lia, Brasil Resumo Este estudo visa apresentar a t cnica de An lise de Conte do perpassando a discuss o entre a teoria e a pr tica em pesquisas aplicadas a organiza es. Inicia com uma prele o dos m todos quantitativos e qualitativos, apresenta a pesquisa qualitativa na observa o de autores cl ssicos na rea e introduz o m todo de an lise de conte do com fundamento em Bardin (2011).

característicos de pesquisas qualitativas, que se prestam ainda para casos em que o objetivo é a “demonstração lógica das relações entre conceitos e fenômenos, com o objetivo de explicar a dinâmica dessas relações em termos intersubjetivos” (Mendes, 2006, p. 11). Por outro lado, toma-se ainda como

Tags:

  Pesquisa, Qualitativas, Em pesquisas, Pesquisas qualitativas

Information

Domain:

Source:

Link to this page:

Please notify us if you found a problem with this document:

Other abuse

Transcription of Análise de conteúdo: da teoria à prática em pesquisas ...

1 R. H. C mara 179 Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 6 (2), jul - dez, 2013,179-191 An lise de conte do: da teoria pr tica em pesquisas sociais aplicadas s organiza es Content analysis: from theory to practice in social research applied to organizations Rosana Hoffman C mara 1 Empresa Brasileira de pesquisa Agropecu ria, Bras lia, Brasil Resumo Este estudo visa apresentar a t cnica de An lise de Conte do perpassando a discuss o entre a teoria e a pr tica em pesquisas aplicadas a organiza es. Inicia com uma prele o dos m todos quantitativos e qualitativos, apresenta a pesquisa qualitativa na observa o de autores cl ssicos na rea e introduz o m todo de an lise de conte do com fundamento em Bardin (2011).

2 Em seguida pragmatiza a t cnica exemplificando com pesquisas sociais em organiza es, enfatizando as tr s fases de aplicabilidade. Finalmente discute a inser o da t cnica na pesquisa qualitativa mostrando a import ncia da utiliza o em pesquisas de cunho social. Palavras-chave: An lise de conte do, teoria , Pr tica. Abstract This study aims to present the technique of content analysis spanning the discussion between theory and practice in social research applied to formal organizations. It begins with a lecture of quantitative and qualitative methods, presents qualitative research in the observation of classical authors in the area and introduces the method of content analysis based on Bardin (2011). Then the study pragmatizes the technique exemplifying same with social research in formal organizations, emphasizing the three stages of applicability.

3 Finally, the integration of the technique in qualitative research showing the importance of its use in research in social matters is discussed. Keywords: Content analysis, Theory, Practice. 1 Contato: An lise de conte do: da teoria pr tica em pesquisas sociais aplicadas as organiza es 180 Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 6 (2), jul -dez, 2013,179-191 pesquisas sociais que privilegiam a subjetividade individual e grupal requerem uma metodologia que congrega o espectro singular nelas incluso. Assim, uma das etapas mais determinantes para quem pretende realizar uma pesquisa a defini o exata das t cnicas de coleta e das t cnicas de an lise dos dados. O pesquisador pode, sem dem rito, optar por um m todo quantitativo, qualitativo ou misto, mas, n o obstante, dever estar preparado para avaliar os resultados, seja qual for a escolha.

4 Obviamente h momento e contexto para as op es que, por vezes, n o s o excludentes entre si. H de se deitar o olhar sobre os objetivos propostos que demandaram estas op es. A utiliza o de procedimentos mistos em pesquisas sociais bastante usual, pois permite a apreens o do f nomeno e do objeto de estudo por prismas, por vezes, distintos. A utiliza o de pesquisa quantitativa, ajusta-se melhor a casos onde h maior demanda de pessoas, uma popula o maior, e exerce um papel auxiliar de term metro ao permitir a an lise descritiva do real ao tra ar o perfil de fatores que influenciam o processo. Entretanto, com a utiliza o de instrumentos quantitativos ganha-se em generalidade e perdem-se especificidades; identifica-se o vis vel, mas n o se sabe o que est por tr s dele; obt m-se a objetiva o e n o se apreende o processo de subjetiva o mais completo (Ferreira & Mendes, 2007, ).

5 Assim, o uso da pesquisa qualitativa permite, dentre outros, estabelecer fatores de determinado fen meno, a partir da perspectiva anal tica do real, por meio da popula o estudada, adequando-se como ferramenta para a constru o de formul rios quantitativos quando utilizada a priori e para clarificar e ilustrar dados quantitativos, quando utilizada a posteriori, ou seja, auxilia a aprofundar e melhorar a qualidade da interpreta o, amplia o entendimento sobre o objeto de estudo e melhor esclarecer os dados quantitativos, pois capta as nuan as da percep o dos entrevistados para ampliar a compreens o da realidade vivida pelos respondentes e aprofunda a quest o de como as pessoas percebem os fen menos estudados. N o raro que o pesquisador encontre algumas diferen as entre dados quantitativos e dados qualitativos.

6 Essas diferen as podem ser explicadas pelas t cnicas de coleta de dados utilizadas. A literatura da rea aponta que, ao se coletar dados por meio de formul rio, h sempre o receio, por parte de um grande n mero de respondentes, de que a institui o o identifique, mesmo garantindo-se de que esse fato n o ocorrer . Esse receio pode mascarar, de alguma forma os resultados, pois as pessoas tendem a responder ao formul rio de forma defensiva. Entretanto, de modo geral, esse n o um agravante nos dados quantitativos, embora sirva como ponto explicativo quando h discrep ncias em alguns resultados encontrados. Embora na pesquisa qualitativa os sujeitos tamb m sejam identificados pelo pesquisador, deve haver uma permiss o R. H. C mara 181 Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 6 (2), jul - dez, 2013,179-191 declarada ou escrita do sujeito para que os dados sejam coletados e um contrato entre entrevistado e pesquisador, de que a identidade do respondente n o ser revelada.

7 N o se pretende aqui, valorizar mais uma t cnica do que outra. Ambas s o igualmente importantes para os resultados finais encontrados. O m todo qualitativo n o se op e em ess ncia ao quantitativo, vem abranger e suprir quest es que n o se limitam descri o de dados duros , num ricos, sem face ou personalidade e ser desse m todo, bem como de uma das t cnicas utilizadas para an lise de dados relacionada a ele, que se trata este artigo. A pesquisa Qualitativa Objetivos como o de verificar de que modo as pessoas consideram uma experi ncia, uma ideia ou um evento s o caracter sticos de pesquisas qualitativas , que se prestam ainda para casos em que o objetivo a demonstra o l gica das rela es entre conceitos e fen menos, com o objetivo de explicar a din mica dessas rela es em termos intersubjetivos (Mendes, 2006, p.)

8 11). Por outro lado, toma-se ainda como exemplo a montagem de invent rios quantitativos por meio da coleta explorat ria de dados qualitativos, que permitem gerar riqueza e flexibilidade pesquisa (Gaskell, 2002). Gaskell (2002, p. 65) afirma tamb m que a pesquisa qualitativa fornece os dados b sicos para o desenvolvimento e a compreens o das rela es entre os atores sociais e sua situa o. O objetivo uma compreens o detalhada das cren as, atitudes, valores e motiva o, em rela o aos comportamentos das pessoas em contextos sociais espec ficos . Ainda de acordo com o autor a compreens o na vis o dos sujeitos da pesquisa caracter stica do m todo qualitativo quando o ensejo o fornecimento de uma descri o detalhada de um meio social espec fico, uma base para construir um referencial para pesquisas futuras e fornecer dados para testar expectativas e hip teses desenvolvidas fora de uma perspectiva te rica espec fica (Gaskell, p.

9 65). Glazier & Powell (2011) mostram que a melhor maneira de entender o que significa pesquisa qualitativa definir o que ela n o , ou seja, ela n o um conjunto de procedimentos que depende fortemente de an lise estat stica para suas infer ncias ou de m todos quantitativos para a coleta de dados. Patton (1980) e Glazier & Powell (2011), indicam que os dados qualitativos s o: descri es detalhadas de fen menos, comportamentos; cita es diretas de pessoas sobre suas experi ncias; trechos de documentos, registros, correspond ncias; grava es ou transcri es de entrevistas e discursos; dados com maior riqueza de detalhes e profundidade e intera es entre indiv duos, grupos e organiza es. Godoy (1995) reflete que: a pesquisa qualitativa n o procura enumerar e/ou medir os eventos estudados, nem emprega instrumental estat stico na an lise dos dados.

10 Parte de quest es ou focos de interesses amplos, que v o se definindo a An lise de conte do: da teoria pr tica em pesquisas sociais aplicadas as organiza es 182 Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 6 (2), jul -dez, 2013,179-191 medida que o estudo se desenvolve. Envolve a obten o de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situa o estudada, procurando compreender os fen menos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situa o em estudo (Godoy, 1995, ). Godoy (1995, p. 58) traz ainda que sob a denomina o de pesquisa qualitativa encontram-se variados tipos de investiga o, apoiados em diferentes quadros de orienta o t cnica e metodol gica, tais como o interacionismo simb lico, a etnometodologia, o materialismo dial tico e a fenomenologia.


Related search queries