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Intera o em Psicologia, 2002, 6(1), p. 13-18 1. An lise do comportamento : behaviorismo radical, an lise experimental do comportamento e an lise aplicada do comportamento1. Marcus Bentes de Carvalho Neto Universidade Federal do Par . Resumo H diversas pr ticas culturais envolvidas no que se convencionou chamar de Psicologia Comportamental ou simplesmente de Behaviorismo . O presente trabalho desenvolve o argumento de Tourinho (1999), em favor de uma classifica o onde a An lise do comportamento seria a rea mais ampla da pr tica behaviorista, contendo tr s sub reas interligadas: o Behaviorismo Radical (uma filosofia), a An lise Experimental do comportamento (uma ci ncia b sica) e a An lise Aplicada do comportamento (uma ci ncia aplicada e uma tecnologia).

Análise do Comportamento Interação em Psicologia, jan./jun. 2002, (6)1, p. 13-18 2 laboratório, para construir os princípios de uma ciência comportamental, como os trabalhos sobre

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1 Intera o em Psicologia, 2002, 6(1), p. 13-18 1. An lise do comportamento : behaviorismo radical, an lise experimental do comportamento e an lise aplicada do comportamento1. Marcus Bentes de Carvalho Neto Universidade Federal do Par . Resumo H diversas pr ticas culturais envolvidas no que se convencionou chamar de Psicologia Comportamental ou simplesmente de Behaviorismo . O presente trabalho desenvolve o argumento de Tourinho (1999), em favor de uma classifica o onde a An lise do comportamento seria a rea mais ampla da pr tica behaviorista, contendo tr s sub reas interligadas: o Behaviorismo Radical (uma filosofia), a An lise Experimental do comportamento (uma ci ncia b sica) e a An lise Aplicada do comportamento (uma ci ncia aplicada e uma tecnologia).

2 Descreve-se o que definiria cada uma das sub reas e como elas estariam irremediavelmente relacionadas. Palavras-chave: behaviorismo; an lise do comportamento ; psicologia comportamental. Abstract Behavior analysis: radical behaviorism, experimental analysis of behavior and applied behavior analysis There are many cultural practices related to generic terms such as behavioral psychology or simply behaviorism . This paper develops Tourinho's (1999) argument towards a classification where behavior analysis is the large area of behaviorist practice, that comprises three linked sub-areas: radical behaviorism (a philosophy), experimental analysis of behavior (a basic science) and applied behavior analysis (an applied science and a technology). This paper describes these sub-areas and how they are irremediably related.

3 Keywords: behaviorism; behavior analysis; behavioral psychology. Parte I: A Funda o Oficial do Behaviorismo consci ncia pelo comportamento dos A Psicologia tradicionalmente tem sido descrita organismos ), ao m todo adequado para levar o como uma ci ncia da mente, especialmente do que se empreendimento adiante (abandonava a convencionou chamar de mente humana . No final introspec o e adotava a experimenta o com do s culo 19 e in cio do s culo 20, a Psicologia processos interativos diretamente observ veis entre Acad mica predominante era a Introspectiva, na qual um organismo e seu ambiente, especialmente os os m todos e instrumentos da Fisiologia foram envolvidos na aprendizagem), aos objetivos dessa adaptados a alguns dos problemas tradicionais da ci ncia (que ganhava, ent o, fortes contornos Filosofia, especialmente em rela o origem do pragm ticos e partia em busca de um conhecimento conhecimento humano e g nese e composi o das til , uma tecnologia psicol gica, voltada para a sensa es e percep es sobre o mundo.

4 Wundt e previs o e o controle do comportamento ), e, posteriormente Titchener eram seus principais obviamente, dos pressupostos sobre o que seria expoentes. Em uma situa o controlada de ci ncia e qual a natureza dos eventos psicol gicos (o laborat rio, os pesquisadores examinavam, atrav s do dualismo, o imaterialismo, mesmo que impl cito, da relato verbal dos sujeitos humanos, qual a estrutura e mente era substitu do por uma concep o naturalista, o modo de intera o dos processos conscientes, monista materialista/fisicalista, objetivista e leg timos objetos de estudo de uma ci ncia evolucionista dos eventos psicol gicos leg timos, os psicol gica na poca. comportamentais). Watson chamou essa nova Em 1913, J. B. Watson (Watson, 1913/1965)2 Psicologia de Behaviorismo (Para maiores detalhes, publica um artigo agora cl ssico Psychology As The ver Marx e Hillix, 1963/1993; Broadbent, 1960/1972.

5 Behaviorist Views It ( A Psicologia Como o Heidbreder, 1933/1975). Behaviorista a V ), conhecido hoje como uma Sob o r tulo de Behaviorismo , Watson esp cie de manifesto behaviorista , no qual empreendeu atividades muito diversas. Estabeleceu explicitamente anuncia o rompimento com a forma de uma justificativa filos fica para sua nova Psicologia fazer Psicologia at ent o estabelecida. Divergia em (como o pr prio manifesto de 1913), adotou rela o ao objeto a ser adotado (substituindo a estrat gias de pesquisa emp rica, especialmente em 2 An lise do comportamento laborat rio, para construir os princ pios de uma a sua estrutura, a rea ampla seria chamada ci ncia comportamental, como os trabalhos sobre simplesmente de An lise do comportamento (AC). O.

6 Aquisi o de comportamentos de medo e de outras seu bra o te rico, filos fico, hist rico, seria chamado atividades emocionais em crian as (Watson, de Behaviorismo Radical. O bra o emp rico seria 1924/1958) e criou estrat gias de interven o, classificado como An lise Experimental do derivadas dos princ pios cient ficos do comportamento . O bra o ligado cria o e comportamento , como suas seminais t cnicas de administra o de recursos de interven o social seria propaganda (Marcos e Carvalho Neto, 2001). chamado de An lise Aplicada do comportamento . A chamada escola behaviorista posterior a Watson, As tr s sub reas estariam inter-relacionadas em um neobehaviorista , com autores como Hull, Tolman, processo cont nuo de alimenta o rec proca. Para Lashley, Spencer, Guthrie, Boring e Stevens, tamb m Tourinho (1999), nenhuma das tr s existiria de forma manteve uma grande diversidade de atividades sob o aut noma, por mais que, algumas vezes, os seus mesmo guarda-chuva terminol gico.

7 Dessa forma, a representantes n o consigam identificar claramente palavra Behaviorismo poderia designar uma seus v nculos com as demais. Assim, mesmo que um filosofia, um m todo, uma explica o, uma t cnica, pesquisador de laborat rio estivesse dedicado ao um tipo de interven o e at uma posi o pol tica. exame de propriedades de um tipo espec fico de esquema de refor amento em pombos, as raz es pelas Parte II: O Behaviorismo Skinneriano e a Proposta quais: (a) pombos seriam sujeitos leg timos para de Classifica o de Tourinho (1999) estudar processos que se tenta compreender em Na d cada de 30 do s culo 20, B. F. Skinner humanos, (b) o comportamento estaria sendo iniciou seus trabalhos em Psicologia em duas frentes investigado em si mesmo e n o como express o de durante o seu doutoramento: de um lado, realizou uma outro n vel de an lise (fisiol gico, conceitual e pesquisa hist rica e conceitual sobre a no o de mental), (c) o porqu da ado o da probabilidade da reflexo na Fisiologia e na Psicologia (uma tentativa resposta como medida privilegiada nessa investiga o, de dar uma roupagem operacional ou estritamente (d) a nfase no estudo dos efeitos da conseq encia o funcional ao termo e adot -lo como ferramenta do comportamento , seriam todas decis es anteriores.)

8 Explicativa em sua ci ncia). De outro, criou e adotou produ o dos dados emp ricos da pr pria pesquisa. recursos metodol gicos e t cnicos em uma ampla Seriam todos pressupostos engendrados por uma linha de pesquisa experimental em laborat rio (as filosofia: o Behaviorismo Radical. Da mesma forma, duas facetas s o apresentadas de forma clara em uma an lise epistemol gica ou cultural dessa Skinner, 1938/1966). Some-se a isso que o interesse perspectiva estaria ligada intr nseca e de Skinner na Psicologia, como atesta sua pr pria irremediavelmente aos dados e teorias derivadas de autobiografia (Skinner, 1979), tamb m foi fortemente pesquisas emp ricas, amplamente realizadas em marcado pela possibilidade de interven o social laborat rio, com animais n o humanos, sobre (Andery, 1990), o que fica mais evidente com a condicionamento operante.

9 De fato, um exame publica o de sua novela ut pica Walden II epistemol gico de cunho skinneriano seria, em grande (Skinner, 1948/1971) e de v rios artigos sobre medida, uma aplica o da no o de operante para educa o (ver Skinner, 1972), que acabaram por entender o comportamento dos cientistas. conduzi-lo ao seu Technology of Teaching Donahoe (1993) identificou duas formas de ( Tecnologia do Ensino ) (Skinner, 1968a). produ o de conhecimento em An lise do Note-se, ent o, que em Skinner tamb m h comportamento : a an lise experimental e a diferentes modalidades de conhecimento convivendo interpreta o. A interpreta o seria o uso de conceitos no mesmo espa o. Em 1945, Skinner (1945) chama a derivados da pesquisa emp rica para contextos onde sua vers o de Behaviorismo de Behaviorismo uma investiga o dessa natureza seria dif cil ou Radical e o faz especialmente para diferenciar-se do imposs vel, como seria o caso de uma an lise da Behaviorismo de Boring e Stevens, a quem chama de cultura ou da origem das verbaliza es privadas nos behavioristas, apenas, metodol gicos.

10 O seres humanos. O que diferenciaria o exerc cio de Behaviorismo Radical seria a filosofia por tr s da interpreta o do analista do comportamento de outras Ci ncia do comportamento que ele estava tentando especula es psicol gicas, como as de Jung, por erguer e que deveria no futuro substituir a pr pria exemplo, seria, segundo Donahoe (1993), o amplo Psicologia, profunda e irremediavelmente impregnada lastro experimental que os conceitos/ferra-mentas por pressupostos mentalistas. Tal ci ncia foi chamada conceituais teriam. Ao falar da consci ncia, por de An lise Experimental do comportamento . exemplo, Skinner ir usar todo o arsenal operante e Recentemente, Tourinho (1999) sugeriu uma respondente dispon vel, tentando identificar pontos de reorganiza o terminol gica para os diversos saberes contato entre o comportamento dos organismos no behavioristas de tradi o skinneriana3.


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