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Analisando os dados na pesquisa qualitativa

Analisando os dados na pesquisa qualitativa Prof MSc. Roberta Chiesa Bartelmebs Depois de coletar os dados atrav s dos instrumentos escolhidos, o pesquisador precisa se organizar para analis -los. Por m, afinal, o que analisar dados em pesquisa qualitativa ? Segundo Andr e L dke (1986), Analisar os dados qualitativos significa trabalhar todo o material obtido durante a pesquisa , ou seja, os relatos das observa es, as transcri es de entrevistas, as an lises de documentos e as demais informa es dispon veis ( ) [grifo do autor]. O primeiro movimento que o pesquisador precisa fazer o de organizar seu material coletado. Existem muitas metodologias de an lises e todas dizem respeito s concep es epistemol gicas do pesquisador. Desde o momento da coleta dos dados , optamos por um tipo de an lise, pois, desde os procedimentos iniciais da pesquisa , podemos dizer que o pesquisador j est Analisando seus dados .

na análise dos dados de nossas pesquisas, as categorias nos ajudam a organizar, separar, unir, classificar e validar as respostas encontradas pelos nossos instrumentos de coleta de dados. No entanto, como alertam André e Lüdke (1986): A categorização, por si mesma, não esgota a análise. É preciso que

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1 Analisando os dados na pesquisa qualitativa Prof MSc. Roberta Chiesa Bartelmebs Depois de coletar os dados atrav s dos instrumentos escolhidos, o pesquisador precisa se organizar para analis -los. Por m, afinal, o que analisar dados em pesquisa qualitativa ? Segundo Andr e L dke (1986), Analisar os dados qualitativos significa trabalhar todo o material obtido durante a pesquisa , ou seja, os relatos das observa es, as transcri es de entrevistas, as an lises de documentos e as demais informa es dispon veis ( ) [grifo do autor]. O primeiro movimento que o pesquisador precisa fazer o de organizar seu material coletado. Existem muitas metodologias de an lises e todas dizem respeito s concep es epistemol gicas do pesquisador. Desde o momento da coleta dos dados , optamos por um tipo de an lise, pois, desde os procedimentos iniciais da pesquisa , podemos dizer que o pesquisador j est Analisando seus dados .

2 Nesse sentido, A an lise est presente em v rios est gios da investiga o, tornando-se mais sistem tica e mais formal ap s o encerramento da coleta de dados (ANDR ; L DKE, 1986, ). Sendo assim, toda escolha que o pesquisador faz em sua pesquisa tamb m uma escolha que ter consequ ncias para a an lise dos dados . Por exemplo, se optamos por um question rio fechado, teremos dados restritos a respostas como SIM ou N O e n o teremos discursos para analisar. Portanto, ao escolher o question rio, o pesquisador opta por um instrumento que n o permite que o seu sujeito de pesquisa tenha de discorrer sobre um assunto. Por m, quando o pesquisador optar pela entrevista, j de antem o deve saber que sua an lise ser de discursos e, por conseguinte, mais detalhada sobre um determinado problema. Vejamos agora o processo de an lise detalhadamente.

3 Obst culos frente an lise Segundo Minayo (1992, apud GOMES 2004), podem ocorrer tr s tipos de obst culos a uma an lise efetiva dos dados , s o eles: O primeiro diz respeito ilus o do pesquisador em ver as conclus es, primeira vista, como transparentes , ou seja, pensar que a realidade dos dados , logo de in cio, se apresenta de forma n tida aos seus olhos [..]. O segundo obst culo se refere ao fato de o pesquisador se envolver tanto com os m todos e as t cnicas a ponto de esquecer os significados presentes em seus dados [..]. Por ltimo, o terceiro obst culo para uma an lise mais rica da pesquisa relaciona-se dificuldade que o pesquisador pode ter em articular as conclus es que surgem dos dados concretos com conhecimentos mais amplos ou mais abstratos. Esse fato pode produzir um distanciamento entre a fundamenta o te rica e a pr tica da pesquisa ( ) [grifos do autor].

4 Nesse sentido, o primeiro obst culo pode produzir a sensa o de que os dados saltam aos olhos , enquanto o pesquisador inicialmente os analisa. Essa euforia pode causar perda de dados significativos, bem como tornar a pesquisa insuficiente para responder ao questionamento inicial. Al m disso, isto pode ser causado pela ilus o que muitos pesquisadores t m quando est o demasiadamente familiarizados com o campo de pesquisa (ou com o local em que a pesquisa foi realizada). S o nossas teorias pr vias sabotando os poss veis resultados de uma prov vel nova interpreta o da realidade. J o segundo obst culo nos remete ao cuidado que precisamos ter em distanciar o procedimento em si dos dados coletados. N o podemos nos centrar apenas na descri o do m todo utilizado. Em uma an lise preciso saber argumentar a respeito dos dados que surgem na pesquisa .

5 Tal obst culo causa perdas desastrosas para o estudo, pois, o pesquisador ao inv s de refletir sobre os dados coletados centra-se no m todo, prejudicando a an lise que fica empobrecida quando n o anulada. O terceiro obst culo ocorre quando a apropria o te rica do pesquisador parece n o dar conta das conclus es tiradas pela an lise dos seus dados . Isso pode se dar pela inexperi ncia do pesquisador, tanto te rica quanto pr tica, bem como pela inadequada apropria o te rica. Tamb m pode acontecer de ser necess rio aumentar o leque te rico do trabalho ap s a an lise dos dados . Isto porque muitos elementos novos exigem novas leituras, novas abstra es e novas intera es com autores da rea em que se est pesquisando. Cabe ressaltar que uma pesquisa nunca definitiva, bem como deve sempre considerar todos os pontos de vista poss veis dentro da rea de estudo.

6 Certamente, recortes te ricos s o feitos, mas antes de tudo preciso conhecer os principais autores e as principais conclus es das pesquisas feitas na sua rea de estudos. As categorias de an lise Um dos procedimentos de an lise comum a v rios tipos de metodologias a categoriza o. Mas afinal o que categorizar? Como podemos categorizar os dados coletados em nossa pesquisa ? Segundo Gomes (2004): A palavra categoria, em geral, se refere a um conceito que abrange elementos ou aspectos com caracter sticas comuns ou que se relacionam entre si. Essa palavra est ligada ideia de classe ou s rie ( ) [grifo do autor]. A categoriza o uma das opera es l gico-matem tica que constru mos desde nossos primeiros anos de vida. Abstra mos dados da realidade emp rica na medida em que constru mos categorias cognitivas. Da mesma forma, na an lise dos dados de nossas pesquisas, as categorias nos ajudam a organizar, separar, unir, classificar e validar as respostas encontradas pelos nossos instrumentos de coleta de dados .

7 No entanto, como alertam Andr e L dke (1986): A categoriza o, por si mesma, n o esgota a an lise. preciso que o pesquisador v al m, ultrapasse a mera descri o, buscando realmente acrescentar algo discuss o j existente sobre o assunto focalizado. Para isso ele ter que fazer um esfor o de abstra o, ultrapassando os dados , tentando estabelecer conex es e rela es que possibilitem a proposi o de novas explica es e interpreta es ( ). A aten o categoriza o importante, mas, como evidenciam as autoras, essencial que o pesquisador v al m da categoria e possa abstrair dos dados novidades para o campo de pesquisa em quest o. As categorias tanto podem ser criadas antes como durante o processo de an lise. As categorias anteriores, ou priori (GALIAZZI; MORAES, 2005) dizem respeito s nossas hip teses de pesquisa , isto , ideias que temos sobre os fen menos que estudamos.

8 As categorias que surgem no decorrer da an lise, ou emergentes (idem) s o categorias que emergem dos dados , isto , s o novidades que criamos a partir de leituras anteriores, bem como do confronto com os dados que se apresentam. Segundo Galiazzi e Moraes (2005): Cada categoria corresponde a um conjunto de unidades de an lise que se organiza a partir de algum aspecto de semelhan a que as aproxima. As categorias s o construtos lingu sticos, n o tendo por isso limites precisos. Da a import ncia de sua descri o cuidadosa, sempre no sentido de mostrar aos leitores e outros interlocutores as op es e interpreta es assumidas pelo pesquisador ( ). Sendo assim, as categorias s o processos anal ticos que agrupam as unidades de um corpus de an lise, isto , dos dados coletados na pesquisa . As categorias precisam ser claras e objetivas.

9 Nesse sentido, preciso que o leitor (seja um professor do Curso, seja um colega de aula ou at mesmo uma Banca de defesa) possa compreender quais s o as categorias que o pesquisador encontrou em seu processo de an lise e a qual resultado tais categorias levam. Um trabalho de pesquisa que n o deixa claro suas categorias de an lise tem s rios problemas estruturais. Como categorizar os dados Como j dissemos anteriormente neste texto, existem muitos tipos de metodologias de an lise. Cada uma ter sua especificidade na hora de abordar as formas como se fazem as categorias: alguns utilizam tabelas, outros analisam atrav s de excertos do texto, outros ainda dividem o todo em pequenas unidades e a partir destas unidades realizam a classifica o em categorias. H na biblioteca de nossa disciplina textos sobre a An lise de conte do e tamb m a An lise Textual Discursiva, dois modos de an lise que voc pode optar para trabalhar em sua pesquisa .

10 De maneira geral, vamos deixar aqui um exemplo que voc pode utilizar para realizar a atividade de categoriza o dos dados coletados na pesquisa solicitada neste m dulo. Lembre-se que, a leitura dos textos complementares da disciplina auxilia na compreens o dos detalhes do conte do, bem como podem auxili -lo a procurar maiores informa es acerca dos assuntos trabalhados em aula. Exemplo pr tico Para categorizar os dados da sua pesquisa , inicialmente, voc precisa fazer a leitura completa do seu corpus de an lise, seja ele transcri es de entrevistas, dados de question rios ou ainda seu di rio de observa es. Ap s essa leitura, sugerimos que voc escreva em um documento a pergunta que o motivou a fazer essa pesquisa . Depois, fa a destaques no corpo do texto1 a ser analisado. Realce trechos ou partes que voc considerar importantes para responder suas quest es a respeito do tema.


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