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Apologia de S.crates - Revista Literaria

BBiibblliiootteeccaa VViirrttuuaallbbooookkss AAPPOOLLOOGGIIAA DDEE SS CCRRAATTEESS PPLLAATT OO 2 Edi o especial para distribui o gratuita pela Internet, atrav s da Virtualbooks. A VirtualBooks gostaria de receber suas cr ticas e sugest es sobre suas edi es. Sua opini o muito importante para o aprimoramento de nossas edi es: Estamos espera do seu e-mail. Sobre os Direitos Autorais: Fazemos o poss vel para certificarmo-nos de que os materiais presentes no acervo s o de dom nio p blico (70 anos ap s a morte do autor) ou de autoria do titular. Caso contr rio, s publicamos material ap s a obten o de autoriza o dos propriet rios dos direitos autorais. Se algu m suspeitar que algum material do acervo n o obede a a uma destas duas condi es, pedimos: por favor, avise-nos pelo e-mail: para que possamos providenciar a regulariza o ou a retirada imediata do material do site. Copyright 2000/2003 Virtualbooks Virtual Books Online M&M Editores Ltda.

5 ninguém me defendesse. E o que é mais absurdo é que não se pode saber nem dizer os seus nomes, exceto, talvez, algum comediógrafo. Por isso, quantos, por inveja ou calúnia, vos persuadiam, e

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1 BBiibblliiootteeccaa VViirrttuuaallbbooookkss AAPPOOLLOOGGIIAA DDEE SS CCRRAATTEESS PPLLAATT OO 2 Edi o especial para distribui o gratuita pela Internet, atrav s da Virtualbooks. A VirtualBooks gostaria de receber suas cr ticas e sugest es sobre suas edi es. Sua opini o muito importante para o aprimoramento de nossas edi es: Estamos espera do seu e-mail. Sobre os Direitos Autorais: Fazemos o poss vel para certificarmo-nos de que os materiais presentes no acervo s o de dom nio p blico (70 anos ap s a morte do autor) ou de autoria do titular. Caso contr rio, s publicamos material ap s a obten o de autoriza o dos propriet rios dos direitos autorais. Se algu m suspeitar que algum material do acervo n o obede a a uma destas duas condi es, pedimos: por favor, avise-nos pelo e-mail: para que possamos providenciar a regulariza o ou a retirada imediata do material do site. Copyright 2000/2003 Virtualbooks Virtual Books Online M&M Editores Ltda.

2 Rua Benedito Valadares, 429 centro 35660-000 Par de Minas - MG Todos os direitos reservados. All rights reserved. Vers o eletr nica do livro Apologia de S crates Autor: Plat o - Cr ditos da digitaliza o: Membros do grupo de discuss o Acr polis (Filosofia) Homepage do grupo: A distribui o desse arquivo (e de outros baseados nele) livre, desde que se d os cr ditos da digitaliza o aos membros do grupo Acr polis e se cite o endere o da homepage do grupo no corpo do texto do arquivo em quest o, tal como est acima. 3 AAPPOOLLOOGGIIAA DDEE SS CCRRAATTEESS Primeira Parte S crates apresenta a sua defesa I O que v s, cidad os atenienses, haveis sentido com o manejo dos meus acusadores, n o sei; o certo que eu, devido a eles, quase me esquecia de mim mesmo, t o persuasivos foram. Contudo, n o disseram nada de verdadeiro. Mas, entre as muitas mentiras que divulgaram, uma, acima de todas, eu admiro: aquela pela qual disseram que deveis ter cuidado para n o serdes enganados por mim, como homem h bil no falar.

3 Mas, ent o, n o se envergonham disto, de que logo seriam desmentidos com fatos, quando eu me apresentasse diante de v s, de nenhum modo h bil orador? Essa me parece a sua maior imprud ncia se, todavia, denominam "h bil no falar" aquele que diz a verdade. Porque, se dizem exatamente isso, poderei confessar que sou orador, n o por m sua maneira. Assim, pois, como acabei de dizer, pouco ou absolutamente nada disseram da verdade; mas, ao contr rio, eu vo-la direi em toda a sua claridade. Contudo, por Zeus, n o ouvireis, por certo, cidad os atenienses, discursos enfeitados de locu es e de palavras, ou adornados como os deles, mas coisas ditas 4 simplesmente com as palavras que me vierem boca, pois estou certo de que justo o que eu digo, e nenhum de v s espera outra coisa. Em verdade, nem conviria que eu, nesta minha idade, me apresentasse diante de v s, cidad os, como um jovenzinho que estuda os seus discursos.

4 E, todavia, cidad os atenienses, isto vos pe o: se sentirdes que me defendo com os mesmos racioc nios com os quais costumo falar nas feiras, ou nos lugares onde muitos de v s me tendes ouvido, n o vos espanteis por isso, nem provoqueis clamor, porquanto, esta a primeira vez que me apresento diante de um tribunal, e com mais de setenta anos de idade! Por isso, sou quase estranho ao modo de falar daqui. Se eu fosse realmente um estrangeiro, sem d vida, me perdoar eis, se eu falasse na l ngua e da maneira pelas quais tivesse sido educado; assim tamb m agora vos pe o uma coisa que me parece justa: permiti-me, em primeiro lugar, o meu modo de falar e poder ser pior, ou mesmo melhor depois, considerai o seguinte e s prestai aten o a isto: se o que eu digo justo ou n o.

5 Essa, de fato, a virtude do juiz, do orador: dizer a verdade. II justo, pois, cidad os atenienses, que em primeiro lugar, eu me defenda das primeiras acusa es que me foram apresentadas, e dos primeiros acusadores; depois, me defenderei das ltimas e dos ltimos. Porque muitos dos meus acusadores t m vindo at v s h bastante tempo, talvez anos, sem jamais dizerem a verdade; a esses eu temo mais do que a Anito e aos seus companheiros, embora tamb m sejam tem veis esses ltimos. Mais tem veis por m s o os primeiros, cidad os, os quais tomando a maior parte de v s, desde crian as, vos persuadiam e me acusavam falsamente, dizendo-vos que h um tal S crates, homem douto, especulador das coisas celestes e investigador das subterr neas, e que torna mais forte a raz o mais fraca. Esses, cidad os atenienses, que divulgaram tais coisas, s o os acusadores que eu temo; pois aqueles que os escutam julgam que os investigadores de tais coisas n o acreditam nem mesmo nos Deuses.

6 Esses acusadores s o muitos e me acusam h muito tempo; e, al m disso, vos falavam naquela idade em que mais facilmente pod eis dar cr dito, quando reis crian as e alguns de v s ainda muito jovens, acusando-me com pertinaz tenacidade, sem que 5 ningu m me defendesse. E o que mais absurdo que n o se pode saber nem dizer os seus nomes, exceto, talvez, algum comedi grafo. Por isso, quantos, por inveja ou cal nia, vos persuadiam, e os que, convencidos, procuravam persuadir a outros, s o todos, por assim dizer, inabord veis; porque n o poss vel faz -los comparecer aqui, nem refutar nenhum deles, mas devo eu mesmo me defender, quase combatendo com sombras, sem que ningu m me responda. Admiti, tamb m v s, como eu digo, que os meus acusadores s o de duas esp cies: uns, que me acusaram recentemente, outros, h muito, e dos quais estou falando, e convinde que devo me defender primeiramente destes, porque tamb m v s os ouvistes acusar-me em primeiro lugar e durante muito mais tempo que estes outros ltimos.

7 Ent o, cidad os atenienses, devo defender-me e procurar remover de vossa mente, em t o r pida hora, a m opini o acolhida por v s durante tanto tempo. Eu desejaria consegui-lo, e seria o melhor, para v s e para mim, se, defendendo-me, obtivesse algum proveito; mas vejo a coisa dif cil, e bem percebo por qu . De resto, seja como Deus quiser: agora preciso obedecer lei, e me defender. III Prossigamos, pois, e vejamos, de in cio, qual a acusa o, de onde nasce a cal nia contra mim, baseado neste processo que Meleto me moveu. Ora bem, o que diziam os caluniadores ao caluniar-me? necess rio ler a ata da acusa o jurada por esses acusadores: S crates comete crime e perde a sua obra, investigando as coisas terrenas e as celestes, e tornando mais forte a raz o mais d bil, e ensinando isso aos outros.

8 Eis, mais ou menos, a acusa o: e isso j vistes, na com dia de Arist fanes, onde aparece, aqui e ali, um S crates que diz caminhar pelos ares e exibe muitas outras tolices, das quais n o entendo nem muito, nem pouco. E n o digo isso por desprezar tal ci ncia, se que h alguma sabedoria nela, mas o fato , cidad os atenienses, que de maneira alguma me ocupo de semelhantes coisas, e apresento as testemunhas: v s mesmos, e pe o que vos informeis reciprocamente, e mutuamente vos interrogueis quantos de v s me ouviram discursar algum dia, e muitos dentre v s sois desses, perguntai-vos uns aos outros se algu m 6 alguma vez me ouviu falar, ou muito, ou pouco, sobre tais assuntos, e ent o reconhecereis que tais s o, do mesmo modo, as outras mentiras que dizem de mim. IV Na realidade, nada disso verdadeiro e, se tendes ouvido de algu m que instruo e ganho dinheiro com isso, n o verdade.

9 Embora, em realidade, isso me pare a bela coisa: que algu m seja capaz de instruir os homens, como G rgias Leontino, Pr dico de Coo, e H pias de lide. Porquanto, cada um desses, cidad os, passando de cidade em cidade, capaz de persuadir os jovens, os quais poderiam conversar gratuitamente com todos os cidad os que quisessem, capaz de persuadir a estar com eles, deixando as outras conversa es. Mas aqui h outro erudito de Paros, o qual eu soube que veio para junto de n s, porque encontrei por acaso um que despendeu com os sofistas mais dinheiro que todos os outros juntos, C lias de Hip nico. Tem dois filhos e eu o interroguei: C lias, se os teus filhinhos fossem potrinhos ou bezerros, dever amos escolher e pagar para eles um guardi o, o qual os deveria aperfei oar nas suas qualidades inerentes: seria uma pessoa que entendesse de cavalos e de pecu ria.

10 Mas, como s o homens, qual o mestre que deves tomar para eles? Qual o que sabe ensinar tais virtudes, a humana e a civil? Creio bem que tens pensado nisso uma vez que tens dois filhos. Haver algu m ou n o? Certamente! E eu perguntei: Quem , de onde , e por quanto ensina? Eveno, de Paros, por cinco minas. E eu suponho Eveno muito feliz se verdadeiramente possui essa arte e a ensina com tal garbo. Mas o que certo que tamb m eu me sentiria altivo e orgulhoso, se soubesse tais coisas; entretanto, o fato , cidad os atenienses, que eu n o sei. V Alguns de v s poderiam talvez se opor a mim: Mas S crates, o que que fazes? De onde nasceram tais calunias? Se n o tivesses te ocupado em alguma coisa t o diversa das coisas que os outros fazem, na verdade n o terias 7 ganho tal fama, e n o teriam nascido estas acusa es contra ti.


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