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Comportamentos antiéticos nas organizações: …

1 Comportamentos anti ticos nas organiza es: relatos ligados a inveja, mentira, fofocas e ass dio moral Autoria: Leonardo Flach Resumo: Os diversos esc ndalos recentes de Comportamentos anti ticos em organiza es das esferas governamental, privada e sem fins lucrativos trouxeram tona as discuss es e estudos sobre tica. Este artigo tem como objetivo compreender os Comportamentos anti ticos nas organiza es relacionados inveja, mentira, fofocas e ass dio moral, bem como os fatores relacionados a seu aumento e banaliza o. A partir de uma pesquisa qualitativa utilizando como estrat gia de coleta de dados a entrevista ass ncrona e como m todo de investiga o uma e-research do tipo online social survey foram coletados os relatos de 121 alunos do curso de gradua o em administra o a dist ncia de uma Universidade do sul do pa s, entre o per odo de outubro e novembro de 2006.

2 abordando comportamentos antiéticos, fenômenos que influenciam as mudanças nos comportamentos éticos, bem como os reflexos nocivos ocasionados por comportamentos

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1 1 Comportamentos anti ticos nas organiza es: relatos ligados a inveja, mentira, fofocas e ass dio moral Autoria: Leonardo Flach Resumo: Os diversos esc ndalos recentes de Comportamentos anti ticos em organiza es das esferas governamental, privada e sem fins lucrativos trouxeram tona as discuss es e estudos sobre tica. Este artigo tem como objetivo compreender os Comportamentos anti ticos nas organiza es relacionados inveja, mentira, fofocas e ass dio moral, bem como os fatores relacionados a seu aumento e banaliza o. A partir de uma pesquisa qualitativa utilizando como estrat gia de coleta de dados a entrevista ass ncrona e como m todo de investiga o uma e-research do tipo online social survey foram coletados os relatos de 121 alunos do curso de gradua o em administra o a dist ncia de uma Universidade do sul do pa s, entre o per odo de outubro e novembro de 2006.

2 A partir da an lise de conte do ressalta-se como principal achado que sentimentos de inseguran a, de incertezas, do aumento da competitividade, press o, hipersolicita o, s o elementos que influenciam n o somente a gera o de estresse e banaliza o da injusti a social, mas tamb m a banaliza o de Comportamentos anti ticos. 1. Introdu o Neste trabalho pretende-se propor uma reflex o sobre Comportamentos anti ticos, partindo para uma linha de discuss o an loga a apontada por Dejours (1999), sobre a banaliza o da injusti a social. Segundo o autor, h uma toler ncia social cada vez maior com as injusti as sociais, os sofrimentos infligidos a outrem em nossas sociedades.

3 Tal toler ncia n o resultaria apenas da resigna o dos indiv duos ou de um sentimento de impot ncia diante de processos que os transcendem ou julgam inevit veis, mas funcionaria tamb m como uma defesa contra a consci ncia dolorosa da pr pria cumplicidade e responsabilidade no agravamento da adversidade social. Al m disso, as estrat gias de defesa contra o pr prio sofrimento ps quico tamb m podem tornar toler vel o que o autor denomina sofrimento tico entendido como o que o sujeito pode experimentar ao cometer, por causa de seu trabalho, atos que condena moralmente (DEJOURS, 1999). Nos ltimos anos, o tema tica tem ocupado maior espa o nos curr culos de v rios cursos, especialmente os da rea da administra o.

4 Concep es envolvendo a tica permeiam toda a discuss o sobre o papel das empresas no espa o p blico e sua forma de atuar em todas as inst ncias e rela es. A defini o de padr es ticos, que envolvem os valores da organiza o, al m das obriga es m nimas impostas pela legisla o, tamb m variam muito de acordo com a poca e a cultura organizacional. A intensifica o dos Comportamentos perversos seriam, segundo Enriquez (1994a), resultantes do fato de que as sociedades ocidentais contempor neas s o sociedades sem pais , onde o d ficit de refer ncias n o permite interdi es internaliz veis e constitutivas de sujeitos aut nomos e respons veis, mas apenas interdi es repressivas, in cuas e incapazes de impedir a exacerba o de tais Comportamentos .

5 Vive-se em um contexto de d ficit de ideais transcendentes, de exacerba o do individualismo, de desregulamenta o, exclus o social e intoler ncia crescentes, que se traduzem em queda da qualidade de vida no trabalho e crescente banaliza o de Comportamentos anti ticos e sofrimentos alheios. Neste sentido, este estudo tem como objetivo compreender os Comportamentos anti ticos nas organiza es relacionados inveja, mentira, fofocas e ass dio moral. Al m disso, como desdobramento desta quest o de pesquisa, pretende-se analisar, a partir de 121 relatos de estudantes de administra o, quais Comportamentos anti ticos estariam se banalizando e quais fatores poderiam estar relacionados a estes acontecimentos.

6 Assim o presente artigo est estruturado nas seguintes se es: inicialmente contextualiza-se a situa o com base em um referencial te rico 2abordando Comportamentos anti ticos, fen menos que influenciam as mudan as nos Comportamentos ticos, bem como os reflexos nocivos ocasionados por Comportamentos anti ticos. Posteriormente, s o esclarecidos os instrumentos metodol gicos utilizados, analisados e discutidos os resultados de pesquisa, e apontadas as considera es finais. 2. Referencial Te rico Acontecimentos recentes na esfera p blica, esfera privada, e terceiro setor, tais como esc ndalos de corrup o nos governos ou mesmo a m governan a dentro de empresas, fazem ressurgir o debate sobre a tem tica tica.

7 Neste artigo, ser dado enfoque em alguns fatores mais sutis que denotam a falta de tica no trabalho, tais como inveja, mentira, ass dio moral e fofocas. Trata-se de Comportamentos freq entemente negligenciados, mas que podem ocasionar grandes preju zos para os indiv duos e para as organiza es. Destarte, foi realizada uma pesquisa com estudantes de um curso de gradua o em administra o a dist ncia, interpretando seus relatos acerca de problemas ticos relacionados a inveja, mentira, fofocas e ass dio moral nas organiza es. Esta sess o tem como objetivo levantar as contribui es cient ficas relacionadas ao tema tica, de modo a fixar os conceitos que balizar o as posteriores an lises sobre os Comportamentos anti ticos e os fatores inerentes a seu aumento e banaliza o.

8 Comportamentos anti ticos A palavra tica vem do grego ethos, que significa costume, comportamento, car ter, modo de ser, h bito, forma de vida. Leisinger e Schmitt (2001) distinguem os conceitos de tica e moral. Segundo os autores, a moral corresponde s normas que orientam o comportamento pr tico, enquanto a tica consiste na ci ncia que realiza a avalia o cr tica da moral. Portanto, tica o tratado da moral, o estudo das escalas de valores do bem e do mal, do certo e do errado. Um dos graves problemas anti ticos encontrados em determinadas organiza es consiste no ass dio moral. Apesar de sempre ter existido na esfera do trabalho, o ass dio moral foi apontado como objeto de pesquisa, em 1996, na Su cia, pelo psic logo do trabalho Heyns Leymann (2003).

9 Por meio de um levantamento junto a v rios grupos de profissionais, o pesquisador chegou a um processo que qualificou de psicoterror, cunhando o termo mobbing (um derivado de mob, que significa horda, bando ou plebe), devido similaridade dessa conduta com um ataque r stico, grosseiro. De acordo com Heyns Leymann em Mobbing: la pers cution au travail, trata-se de um conceito que se desenvolve em uma situa o comunicativa hostil, em que um ou mais indiv duos coagem uma pessoa de tal forma que esta levada a uma posi o de fraqueza psicol gica (HELOANI, 2004). Segundo o sueco Heinz Leymann (2003), psic logo do trabalho, ass dio moral a deliberada degrada o das condi es de trabalho, por meio do estabelecimento de comunica es anti ticas (abusivas) , que s o caracterizadas pela repeti o prolongada de um comportamento hostil que um superior ou colega(s) desenvolve(m) contra um indiv duo que apresenta um quadro de mis ria f sica, psicol gica e social duradoura.

10 Para Hirigoyen (2001, p. 65), o ass dio moral seria toda e qualquer conduta abusiva, manifestando-se, sobretudo por Comportamentos , palavras, atos, gestos, escritos que possam trazer dano personalidade, dignidade ou integridade f sica ou ps quica de uma pessoa, colocar em perigo seu emprego ou degradar o ambiente do trabalho . A inveja definida por Schoeck (apud TOMEI, 1997) como uma for a que se situa no cora o do homem como ser social e que se manifesta assim que dois indiv duos est o em condi es de estabelecer uma compara o rec proca. Klein (apud TOMEI, 1997), por sua vez, distingue inveja, voracidade e ci me. Inveja, segundo a autora, consiste no sentimento de ira por outra pessoa possuir e usufruir algo desej vel, resultando no impulso invejoso de retir -lo 3ou estrag -lo.


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