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Da teoria a prática: experiência de implantação das ...

1 Da teoria a pr tica: experi ncia de implanta o das atividades de Farm cia Cl nica em Hospital Oncol gico Aline Regina Cruz de SOUZA Marcela Bechara CARNEIRO - M nica Cristina CAMBRUSSI Ricardo Matos CREMONINI Vivian Caroline Anast cio da Silva Chuede FERREIRA 2 Da teoria a pr tica: experi ncia de implanta o das atividades de Farm cia Cl nica em Hospital Oncol gico 3 Introdu o A Assist ncia Farmac utica definida como grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinada a apoiar as a es de sa de demandadas por uma comunidade . Envolve diversas etapas desde a sele o de medicamentos at sua utiliza o, interligando duas grandes reas, por m distintas, a tecnologia de gest o e a tecnologia de uso do medicamento (GON ALVES et al., 1996). A tecnologia de gest o tem como objetivo maior garantir o abastecimento e o acesso aos medicamentos enquanto a tecnologia de uso dos medicamentos visa o uso correto e efetivo dos medicamentos, e neste contexto que se inserem as atividades de farm cia cl nica em ambiente hospitalar (FREITAS et al.)

1 Da teoria a prática: experiência de implantação das atividades de Farmácia Clínica em Hospital Oncológico Aline Regina Cruz de SOUZA

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1 1 Da teoria a pr tica: experi ncia de implanta o das atividades de Farm cia Cl nica em Hospital Oncol gico Aline Regina Cruz de SOUZA Marcela Bechara CARNEIRO - M nica Cristina CAMBRUSSI Ricardo Matos CREMONINI Vivian Caroline Anast cio da Silva Chuede FERREIRA 2 Da teoria a pr tica: experi ncia de implanta o das atividades de Farm cia Cl nica em Hospital Oncol gico 3 Introdu o A Assist ncia Farmac utica definida como grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinada a apoiar as a es de sa de demandadas por uma comunidade . Envolve diversas etapas desde a sele o de medicamentos at sua utiliza o, interligando duas grandes reas, por m distintas, a tecnologia de gest o e a tecnologia de uso do medicamento (GON ALVES et al., 1996). A tecnologia de gest o tem como objetivo maior garantir o abastecimento e o acesso aos medicamentos enquanto a tecnologia de uso dos medicamentos visa o uso correto e efetivo dos medicamentos, e neste contexto que se inserem as atividades de farm cia cl nica em ambiente hospitalar (FREITAS et al.)

2 , 2005). Segundo a defini o proposta pela Sociedade Americana de Farmac uticos Hospitalares (American Society of Hospital Pharmacists ASHP), farm cia cl nica pode ser entendida como a ci ncia da sa de cuja responsabilidade assegurar, mediante a aplica o de conhecimento que o uso dos medicamentos seja correto e adequado . Ainda segundo a ASHP, para o desenvolvimento desta atividade h a necessidade de educa o especializada e treinamento estruturado, al m de coleta e interpreta o de dados, motiva o pelo paciente e integra o entre os profissionais da equipe de sa de (BETHESDA, 2005-2006). Para a implanta o de um programa de Farm cia Cl nica Hospitalar, devem ser atendidos pr -requisitos prim rios: Apoio dos gestores, sistema de distribui o de medicamentos em Dose Unit ria ou Dose Individualizada, tempo para a pr tica cl nica farmac utica e inser o na equipe multiprofissional.

3 Os pr -requisitos secund rios, como um centro de informa o sobre medicamentos, servi o de farmacocin tica cl nica s o facilitadores da implementa o, por m n o s o imprescind veis para a pr tica (SMITH, 1971). A atua o do farmac utico junto aos pacientes e integrado uma equipe multiprofissional uma op o mais avan ada para o pleno exerc cio da profiss o farmac utica e tem como objetivo aprimorar os conceitos de seguran a e melhor utiliza o da farmacoterapia. Os resultados positivos podem ser observados na identifica o e resolu o de problemas relacionados medicamentos que favorecem a pr tica de uma terapia medicamentosa mais segura e racional e que melhorem a qualidade de vida do paciente (STRAND et al, 1990). O farmac utico cl nico atua diminuindo a alta incid ncia de erros de medica o, de rea es adversas a medicamentos, intera es medicamentosas e incompatibilidades e a implanta o de um Servi o de Farm cia Cl nica possibilita o aumento da seguran a e da qualidade da aten o ao paciente, redu o de custos e aumento da efici ncia hospitalar (STORPITIS, 2007).

4 O Manual Internacional de Padr es de Acredita o Hospitalar (2003) traz o conceito de uso racional como: o processo que compreende a prescri o apropriada, a disponibilidade oportuna e a pre os acess veis, a dispensa o em condi es adequadas, e o consumo nas doses indicadas, nos intervalos definidos e no per odo de tempo indicado, de medicamentos eficazes, seguros e de qualidade . Aliando este conceito ao de Farm cia Cl nica o farmac utico insere-se como um dos principais profissionais envolvidos no combate ao uso irracional de medicamento. Atrav s da realiza o de atividades cl nicas e da avalia o do impacto dessa atividade, atua como o ltimo elo entre a prescri o e a 4 administra o dos medicamentos contribuindo significativamente, para melhoria da farmacoterapia (SBRAFH, 2009). Estimulado por a es propostas pelo Programa Nacional de Seguran a do Paciente da OMS e da Organiza o Nacional de Acredita o teve in cio a implanta o do Servi o de Farm cia Cl nica no Hospital Erasto Gaertner visando a melhoria dos servi os farmac uticos prestados.

5 A farm cia do Hospital Erasto Gaertner (HEG) estruturada dentro dos moldes da Assist ncia Farmac utica e contempla as a es de log stica e suprimentos de materiais e medicamentos e tamb m respons vel pela assist ncia a terapia farmacol gica do cliente junto ao corpo cl nico. Ambas as atividades caminham juntas com o objetivo de garantir supremacia da qualidade e excel ncia aos pacientes. Este trabalho tem por objetivo demonstrar as fases que envolveram a implanta o das atividades de farm cia clinica no Setor de Farm cia Hospitalar do HEG e os resultados obtidos com esta implanta o. Materiais e M todos O estudo foi conduzido no Hospital Erasto Gartner (HEG), um hospital oncol gico com 120 leitos. Durante o m s de julho de 2011 foram realizadas reuni es entre os farmac uticos do Setor de Farm cia Hospitalar para defini o de conceitos a serem adotados, planejamento, execu o e verifica o das atividades e nos meses de agosto a outubro as atividades foram aplicadas e os resultados avaliados posteriormente.

6 Buscou-se a implanta o da pr tica de Farm cia Cl nica na institui o atrav s da estrutura o de um servi o contemplando as seguintes atividades: Dispensa o Cl nica aos pacientes ambulatoriais, Seguimento Farmacoterap utico dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Setor de Transplantes de Medula ssea (TMO), Reconcilia o Medicamentosa e Controle de Uso de Antimicrobianos, esta ltima realizada em parceria com a Comiss o de Controle de Infec o Hospitalar (CCIH). Os setores escolhidos para in cio e desenvolvimento das atividades foram: Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Setor de Transplantes de Medula ssea (TMO) e a Farm cia Ambulatorial, sendo os dois primeiros setores pela complexidade farmacoterap utica (n mero de itens prescritos por paciente, maior probabilidade de intera es medicamentosas e criticidade do paciente) e o terceiro setor pelo fato de o farmac utico estar em contato direto com os pacientes al m de todas as dificuldades advindas do tratamento ambulatorial com medicamentos de baixo ndice terap utico.

7 O controle do uso de antimicrobianos, tendo em vista sua import ncia epidemiol gica, custo e problemas advindos da resist ncia antimicrobiana, tamb m foi enfatizado dentro da estrutura o das atividades do farmac utico cl nico. Tamb m foi estruturada uma entrevista farmac utica na admiss o dos pacientes internados adultos com a finalidade de reconciliar tanto medicamentos de uso cont nuo quanto livres de prescri o com os medicamentos de uso hospitalar. Foi definido um profissional farmac utico respons vel para cada uma destas atividades e foram desenvolvidos formul rios e instrumentos espec ficos para coleta de dados e registro das interven es a serem realizadas, com objetivo de facilitar a an lise da seguran a e efetividade da terapia prescrita e acompanhamento de exames laboratoriais. 5 Na Farm cia Ambulatorial, foi criado um consult rio farmac utico a fim de realizar entrevistas com os pacientes do ambulat rio da quimioterapia adulto em tratamento com antineopl sicos de uso domiciliar e hormonioterapia.

8 Tamb m foram elaboradas orienta es escritas que auxiliam no entendimento do paciente quanto ao tratamento proposto, uso e armazenamento dos medicamentos. Os farmac uticos envolvidos realizaram revis o de literatura nas bases de dados Lilacs e Scielo e tamb m nos principais guias farmacoterap uticos publicados no Brasil. As diretrizes da American Society of Health System Pharmacists (ASHP) tamb m foram utilizadas como suporte para o desenvolvimento das atividades. As particularidades de cada setor assim como as caracter sticas da institui o foram consideradas para implanta o do Servi o de Farm cia Cl nica. Resultados Nos meses de agosto a outubro de 2011 as atividades propostas foram aplicadas, neste per odo 25 pacientes do Setor de Transplantes e 84 pacientes da UTI foram acompanhados pelos farmac uticos da se o de dispensa o de medicamentos e na farm cia ambulatorial 445 pacientes foram acompanhados pelo farmac utico da Farm cia Ambulatorial, ambas unidades do Setor de Farm cia Hospitalar.

9 No projeto de reconcilia o medicamentosa, 289 pacientes foram entrevistados ap s o primeiro dia de internamento. Na primeira fase do estudo, que contemplou o desenvolvimento de ferramentas para acompanhamento dos pacientes foram criados formul rios espec ficos para cada setor, contendo informa es de identifica o do paciente, assim como diagn stico, exames laboratoriais e farmacoterapia prescrita. FIGURAS 1 e 2 Instrumentos de coleta de dados UTI 6 FIGURAS 3 e 4 Instrumentos de coleta de dados TMO Para compartilhamento dos dados coletados, foram desenvolvidas com o auxilio da equipe de Gest o da Tecnologia da Informa o (GTI) planilhas informatizadas intituladas Analise Farmac utica Avan ada para UTI e TMO e Acompanhamento Farmac utico dos Pacientes Ambulatoriais para Farm cia Ambulatorial. FIGURA 5 Registro dos dados em prontu rio eletr nico do paciente (PEP) UTI/TMO FIGURA 6 Registro dos dados em prontu rio eletr nico do paciente (PEP) Farm cia Ambulatorial 7 Na entrevista farmac utica de reconcilia o medicamentosa convencionou-se coletar informa es sobre alergias e rea es adversas a medicamentos (RAM) e medicamentos de uso cont nuo ou recente.

10 Os pacientes ou acompanhantes foram questionados quanto dose, posologia e data da ltima tomada dos medicamentos. Os medicamentos trazidos pelo paciente na interna o foram verificados quanto ao lote e validade. Para os pacientes em uso de medicamentos no per odo pr vio ao internamento ou que possuem hist rico de alergia ou RAM as informa es foram registradas em prontu rio eletr nico sob o t tulo de Hist rico Medicamentoso . No mesmo dia ou no dia seguinte o farmac utico verificou na prescri o m dica se o medicamento recomendado foi conciliado. FIGURA 7 e 8 Ficha de Entrevista Farmac utica na Admiss o e evolu o em PEP Em rela o ao controle de antimicrobianos o farmac utico analisou diariamente as prescri es contendo antibi ticos e indicou em prontu rio eletr nico o parecer da CCIH quanto terapia prescrita evoluindo frases pr -estabelecidas para cada situa o (Tabela 1).