DE ESPAÇOS ESCOLARES A AMBIENTES DE APRENDIZAGEM: A

1 CENTRO UNIVERSIT RIO UNIVATES CURSO DE PEDAGOGIA DE ESPA OS ESCOLARES A AMBIENTES DE APRENDIZAGEM: A IMPORT NCIA DA DIVERSIFICA O DOS ESPA OS PARA PROMOVER APRENDIZAGEM Joice Luisa Fritzen Lajeado, novembro de 2014 Joice Luisa Fritzen DE ESPA OS ESCOLARES A AMBIENTES DE APRENDIZAGEM: A IMPORT NCIA DA DIVERSIFICA O DOS ESPA OS PARA PROMOVER APRENDIZAGEM Monografia apresentada na disciplina de Trabalho de Conclus o de Curso II (TCC II), do Curso de Pedagogia, do Centro Universit rio Univates, como parte da exig ncia para obten o do t tulo de Pedagoga. Orientador: Prof. Ms. Maria Elisabete Bersch Lajeado, novembro de 2014 RESUMO A presente pesquisa teve por objetivo investigar como os professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental prop em o uso de diferentes espa os ESCOLARES , tendo em vista a organiza o das situa es de promo o da aprendizagem.

2 O estudo foi realizado em duas escolas municipais, situadas em munic pios distintos do Vale do Taquari/RS. Foram convidados a participar tr s professores de cada escola, do 1 , 2 e 3 ano do Ensino Fundamental, e tamb m a coordena o pedag gica de cada institui o, totalizando seis professores. Para a coleta dos dados , foram realizados dois question rios: um para os professores e outro para a equipe diretiva. Os dados foram analisados buscando estabelecer um comparativo entre as duas escolas, seguindo as orienta es da an lise textual discursiva. Desta forma, foram observadas como s o pensadas as situa es de aprendizagem em diferentes espa os, o que interfere ou dificulta essa explora o. As respostas foram inicialmente fragmentadas em unidades de significados, destacando os aspectos mais relevantes para o trabalho.

3 Os autores utilizados para o embasamento te rico referente aos espa os ESCOLARES foram Horn (2004); Ceppi, Zini (2013). Para quest es relacionadas aprendizagem, Coll (1994), Coll e Pozo (2000), Moreira (2011). Os resultados demonstram que os professores consideram importante ocupar diferentes espa os durante os momentos de aula, principalmente para motivar e incentivar os alunos a buscarem novos desafios e percep es. Os docentes dos Anos Iniciais afirmam tamb m que utilizam os espa os com o intuito de explorar novos materiais e desenvolver metodologias diferenciadas. Assim proponho para as escolas analisar a possibilidade de, no espa o verde da escola, plantar rvores e instalar nos espa os externos, bem como organizar cantos tem ticos em espa os internos, potencializando novos AMBIENTES de aprendizagem.

4 Palavras-chave: Espa os ESCOLARES . Aprendizagem. AMBIENTES de aprendizagem. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Charge de Frato sobre a escola da natureza .. 15 4 SUM RIO 1 INTRODU O .. 5 2 PROCEDIMENTOS METODOL GICOS .. 9 3 APRENDIZAGEM .. 13 4 ESPA OS ESCOLARES .. 20 Agendamento dos espa os .. 22 Cuidados na utiliza o dos espa os .. 25 Espa os ao ar livre .. 28 Espa o potencializador .. 30 Espa os externos escola .. 33 5 GEST O ESCOLAR E SEU PAPEL QUANTO ORGANIZA O DOS ESPA OS ESCOLARES .. 37 6 CONSIDERA ES FINAIS .. 42 REFER NCIAS .. 45 AP NDICES .. 47 1 INTRODU O A presente pesquisa surgiu da curiosidade em verificar se os professores de Anos Iniciais do Ensino Fundamental oportunizam para as crian as a explora o de diferentes espa os ESCOLARES durante os per odos de aula constituindo AMBIENTES de aprendizagem.

5 Inicialmente, havia pensado em pesquisar a utiliza o de diferentes espa os na Educa o Infantil. Neste n vel educacional, contudo, comum observar diversos momentos de brincadeiras no p tio, pinturas nos sol rios, situa es diferenciadas que acontecem nos mais variados AMBIENTES . Observei tamb m que j existem alguns estudos mais aprofundados sobre o assunto no campo da Educa o Infantil. Por isto, optei por realizar este estudo nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. No Brasil, a Educa o B sica organizada em tr s n veis: Educa o Infantil, Ensino Fundamental e Ensino M dio, sendo poss vel diversificar os espa os nos tr s n veis de ensino citados. Neste trabalho, o estudo focou os Anos Iniciais do Ensino Fundamental em duas escolas seriadas, onde as turmas s o organizadas por s ries e, para cada uma delas, destina-se uma sala de aula.

6 A organiza o dos espa os e a rea constru da das escolas dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental t m uma estrutura bastante similar, com pequenos detalhes diferenciando uma da outra. Mas, como apontam as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educa o B sica (2013), a comunidade escolar tem autonomia para organizar os espa os f sicos e curriculares1. Nesse sentido, observa-se que a organiza o desses locais n o est 1 Compreende-se que os espa os curriculares transcendem ao espa o f sico na medida em que extrapolam uma base f sica e espacial para assumir uma condi o cultural, humana e 6 pronta; pode ser modificada, adaptada, conforme a necessidade de cada educando e/ou turma, ou ainda por sugest es da comunidade escolar. Ao longo de minha forma o b sica, vivenciei poucas oportunidades de explora o de diferentes espa os ESCOLARES durante o per odo de aula.

7 Quando esses espa os eram utilizados, havia alguma programa o diferenciada, como gincanas e palestras, por exemplo. Recordo-me tamb m dos momentos de recreio, quando pod amos nos sentar nos bancos pr ximos de rvores para lanchar, conversar e relaxar um pouco antes do rein cio das aulas. Da mesma forma, tenho observado essas a es em algumas escolas ainda hoje, em que os espa os explorados durante o per odo de aula se restringem ao uso da sala de aula. No entanto, h muitos outros espa os nas escolas que podem ser aproveitados em diversos momentos, os quais podem favorecer a aprendizagem pelo simples fato de se estar em um local diferenciado. Em geral, o que predomina nas escolas a organiza o de situa es em que o aluno tem um papel mais passivo e, nessa perspectiva, manter os alunos na sala de aula, sentados nas cadeiras, permite um maior controle do professor sobre o processo de aprendizagem.

8 Parto da hip tese de que grande parte das situa es e atividades propostas pelos professores dos Anos Iniciais fica concentrada no espa o da sala de aula e, consequentemente, as crian as dos Anos Iniciais passam a maior parte do per odo escolar em um mesmo espa o f sico. Algumas vezes, espa os diferentes s o explorados em per odos espec ficos, como de educa o f sica, inform tica, biblioteca e nos momentos de recreio. Mas os outros per odos continuam sendo desenvolvidos dentro da sala de aula. Por que os espa os ESCOLARES s o pouco utilizados pelos professores dos Anos Iniciais para promover a aprendizagem? De que forma aspectos relacionados gest o escolar interferem no uso que os professores fazem, com as crian as, de espa os alternativos? subjetiva (CUNHA, 2008, p.)

9 184). Assim, a tradicional organiza o dos alunos em turmas seriadas, todos os alunos realizando uma mesma proposta de trabalho, a divis o das atividades por rea de conhecimento, s o exemplos de elementos presentes na organiza o dos espa os curriculares. 7 Por que n o utilizar espa os diferenciados para fazer discuss es de texto? Por que n o realizar pesquisas em pequenos grupos? Como seriam ricos momentos ao ar livre, em uma sombra, sem precisar estar em uma sala de aula. Quest es como estas me desafiaram a organizar este trabalho, ao longo do qual, me proponho a observar como os professores organizam os momentos de aula e com que frequ ncia exploram os diferentes espa os da escola para promover/oportunizar momentos de aprendizagem, intera o entre grupos de crian as e troca de experi ncias.

10 Assim, me propus a conhecer os espa os ESCOLARES internos e externos sala de aula de duas escolas, investigando e verificando como os professores t m organizado e utilizado esses locais e conhecendo tamb m fatores que possam interferir nessa organiza o ou explora o dos espa os, se s o fatores internos, da organiza o da equipe educativa, diretiva, ou externos, relacionados pr pria estrutura arquitet nica. Considerando estes aspectos, neste trabalho foram abordadas algumas concep es de te ricos sobre o tema dos espa os ESCOLARES , buscando fundamentos sobre a import ncia da explora o de espa os diversificados no planejamento das situa es de ensino, tendo em vista a promo o da aprendizagem. Al m disso, foram estabelecidas rela es entre organiza o e gest o escolar, ressaltando o valor que a equipe diretiva tem neste processo de utiliza o de diferentes espa os.