Example: stock market

ESTEREÓTIPOS SOBRE IDOSOS - ipv.pt

249educa o, ci ncia e tecnologiaESTERE TIPOS SOBRE IDOSOS :UMA REPRESENTA O SOCIAL GERONTOF BICAROSA MARIA LOPES MARTINS*MARIA DE LURDES MARTINS RODRIGUES **T picos, ditos, refr es, frases feitas, etiquetas verbais ou adjectiva es arespeito de pessoas e grupos, s o alus es que frequentemente encontramos, quer nasconversas di rias da rua, quer nos meios de comunica o mundo social e humano, dificilmente se nos apresenta, em sua crua realidadeobjectiva e objectual, sem possuir adjectiva es (frequentemente estereotipadas),porque o estere tipo precisamente uma percep o extremamente simplificada egeralmente com aus ncia de matrizes. Na medida em que o conhecimento humano n o capaz de ser sempre complexo, flex vel e cr tico podemos dizer que tendemos a cair noestere tipo (Castro, et al, 1999).Os estere tipos mais estudados actualmente s o os que se referem a grupos tnicos, no entanto existem estere tipos em todos os dom nios da vida social: relativos aambos os sexos, s ocupa es, ao ciclo vital, fam lia, classe social, ao estado civil,aos desvios sociais e a qualquer campo da vida que desejamos recentes SOBRE o s ciocognitivismo, reafirmam o papel crucial dosestere tipos na percep o de outros seres humanos, havendo mesmo quem def

249 educação, ciência e tecnologia estereÓtipos sobre idosos: uma representaÇÃo social gerontofÓbica rosa maria lopes martins* maria de lurdes martins rodrigues**

Information

Domain:

Source:

Link to this page:

Please notify us if you found a problem with this document:

Other abuse

Transcription of ESTEREÓTIPOS SOBRE IDOSOS - ipv.pt

1 249educa o, ci ncia e tecnologiaESTERE TIPOS SOBRE IDOSOS :UMA REPRESENTA O SOCIAL GERONTOF BICAROSA MARIA LOPES MARTINS*MARIA DE LURDES MARTINS RODRIGUES **T picos, ditos, refr es, frases feitas, etiquetas verbais ou adjectiva es arespeito de pessoas e grupos, s o alus es que frequentemente encontramos, quer nasconversas di rias da rua, quer nos meios de comunica o mundo social e humano, dificilmente se nos apresenta, em sua crua realidadeobjectiva e objectual, sem possuir adjectiva es (frequentemente estereotipadas),porque o estere tipo precisamente uma percep o extremamente simplificada egeralmente com aus ncia de matrizes. Na medida em que o conhecimento humano n o capaz de ser sempre complexo, flex vel e cr tico podemos dizer que tendemos a cair noestere tipo (Castro, et al, 1999).Os estere tipos mais estudados actualmente s o os que se referem a grupos tnicos, no entanto existem estere tipos em todos os dom nios da vida social.

2 Relativos aambos os sexos, s ocupa es, ao ciclo vital, fam lia, classe social, ao estado civil,aos desvios sociais e a qualquer campo da vida que desejamos recentes SOBRE o s ciocognitivismo, reafirmam o papel crucial dosestere tipos na percep o de outros seres humanos, havendo mesmo quem defenda(Bondehausen y Wyer, 1973) que as pessoas utilizam prioritariamente os estere tipospara interpretar a informa o complexa SOBRE indiv duos e grupos, buscando outrasinterpreta es apenas, quando os estere tipos n o oferecem explica es estere tipo uma representa o social SOBRE os tra os t picos de um grupo,categoria ou classe social (Ayesteran e P ez, 1987) e caracteriza-se por ser um modelol gico para resolver uma contradi o da vida quotidiana, e serve sobretudo paradominar o real. No entanto, tamb m contribui para o n o reconhecimento da unicidadedo indiv duo, a n o reciprocidade, a n o duplicidade, o despotismo em determinadassitua literatura cient fica SOBRE os estere tipos prolixa, pelo facto de se tratar deum conceito multiun voco constructo categorial, generalizador, est vel e definidor de * Professora coordenadora da Escola Superior de Enfermagem do Instituto Superior Polit cnico de Viseu.

3 ** Enfermeira graduada do Hospital S. Teot nio, , em o, ci ncia e tecnologiaum grupo social. Contudo, existem m ltiplos defensores dos quais destacamos WalterLippmann (cit. por Castro et al, 1999) que entende os estere tipos como pr -concep esr gidas, mais ou menos falsas e , e no caso dos IDOSOS , a valoriza o dos estere tipos projectasobre a velhice uma representa o social gerontof bica e contribui para a imagem queestes t m se si pr prios, bem como das condi es e circunst ncias que envolvem avelhice, pela perturba o que causam uma vez que negam o processo Ancianismo como conceito gerontol gico, define-se como o processo deestereotipia e de discrimina o sistem tica, contra as pessoas porque s o velhas (Staabe Hodges, 1998).Este problema surge, quando o fen meno de envelhecer consideradoprejudicial, de menor utilidade ou associado incapacidade rejei o e rotulagem de um grupo, em particular de indiv duos, desenvolve-se porque as caracter sticas individuais com tra os negativos, s o atribu dos a todos osindiv duos desse grupo.

4 Assim a palavra velhote descreve os sentimentos oupreconceitos resultantes de micro-concep es e dos mitos acerca dos IDOSOS . Ospreconceitos envolvem geralmente cren as, de que o envelhecimento torna as pessoassenis, inactivas, fracas e in teis (Nogueira, 1996).No mundo civilizado de hoje, a velhice tida como uma doen a incur vel,como um decl nio inevit vel, que est votado ao postura social atingiu tal dimens o, que Louise Berger (1995) chegamesmo a afirmar, que abundam hoje ideias feitas e preconceitos relativamente velhice. Os velhos de hoje os gastos os enrugados cometeram a asneira deenvelhecer numa cultura que deifica a juventude .De facto, as atitudes negativas face aos IDOSOS existem em todos os n veissociais: intervenientes, benefici rios, governantes etc. Assim, perante esta diversidadede conceitos somos levados a questionar o que se entende por mitos, estere tipos,cren as e atitudes?

5 No sentido de clarificar e uniformizar estas quest es e baseados nospressupostos te ricos defendidos por Berger, 1995; Santos, 1995; Nogueira, 1996 eDinis, 1997; Castro et al, 1999, passaremos a apresentar as seguintes conceptualiza , um conjunto de ju zos que se desenvolvem a partir das nossasexperi ncias e da informa o que possu mos das pessoas ou grupos. Pode ser favor velou desfavor vel, e embora n o seja uma inten o pode influenciar o, ci ncia e tecnologiaCren a, um conjunto de informa es SOBRE um assunto ou pessoas,determinante das nossas inten es e comportamentos, formando-se a partir dasinforma es que recebemos. Por exemplo: a ideia de que todos os IDOSOS s o sensatose d ceis e nunca se tipo, uma imagem mental muito simplificada de alguma categoria depessoas, institui es ou acontecimentos que partilhada, nas suas caracter sticasessenciais por um grande n mero de pessoas (Castro, 1999); dito de outra forma um chav o , uma opini o feita, uma f rmula banal desprovida de qualquer originalidade,ou seja uma generaliza o e simplifica o de cren as acerca de um grupo depessoas ou de objectos, podendo ser de natureza positiva ou estere tipo positivo, aquele em que se atribuem caracter sticas positivas atodos os objectos ou pessoas de uma categoria particular, por exemplo, todos os idososs o prudentes.

6 Contrariamente, um estere tipo negativo, atribui caracter sticas negativas atodos os objectos ou pessoas de uma determinada categoria, de que exemplo todos osidosos s o senis .Um estudo realizado na Universit de Montreal por Champagne e Frennet ( DINIS, 1997), permitiu identificar catorze estere tipos como os mais frequentesrelativos aos IDOSOS e que passamos a descrever:* Os IDOSOS n o s o soci veis e n o gostam de se reunir;* Divertem-se e gostam de rir;* Temem o futuro;* Gostam de jogar s cartas e outros jogos;* Gostam de conversar e contar as suas recorda es;* Gostam do apoio dos filhos;* S o pessoas doentes que tomam muita medica o;* Fazem racioc nios senis;* N o se preocupam com a sua apar ncia;* S o muito religiosos e praticantes;* S o muito sens veis e inseguros;* N o se interessam pela sexualidade;* S o fr geis para fazer exerc cio f sico;* S o na grande maioria pobres.

7 * 252educa o, ci ncia e tecnologiaA an lise destes resultados permite-nos observar que a maioria destesestere tipos est o ligados n o a caracter sticas espec ficas do envelhecimento, mas sima tra os da personalidade e a factores s cio-econ micos. E, se por um lado, a forma ode estere tipos simplifica a realidade, por outro, hiper-simplificam-na, levando muitasvezes a uma ignor ncia acerca das caracter sticas, minimizando as diferen asindividuais entre os membros de um determinado grupo. disso, exemplo, o estere tipode que todos os IDOSOS s o solit rios . Este, n o tem em considera o os IDOSOS quet m uma vida social activa. Ainda com base neste estere tipo, os IDOSOS activossocialmente, s o considerados, muitas vezes, como tendo um comportamento socialat pico, pelo que se enquadram numa excep facto, o mito uma constru o do esp rito que n o se baseia na realidade e por isso constitui uma representa o simb lica.

8 Pode ser tamb m um conjunto deexpress es feitas ou eufemismos, que mantemos relativamente aos IDOSOS , por exemplo: ela tem um ar jovem para a idade , idade de ouro , an lise mais profunda percebemos que os mitos escondem muitas vezesuma certa hostilidade e quando utilizados em excesso, impedem o estabelecimento decontactos verdadeiros com os que importa real ar neste estudo acerca dos mitos e dos estere tipos ofacto de estes estarem muitas vezes ligados ao desconhecimento do processo deenvelhecimento, e poderem influenciar a forma como os indiv duos interagem com apessoa outro lado s o causa de enorme perturba o nos IDOSOS , uma vez quenegam o seu processo de crescimento e os impedem de reconhecer as suaspotencialidades, de procurar solu es precisas para os seus problemas e de encontrarmedidas termo terceira idade por exemplo.

9 Um r tulo s cio-econ mico quepermite muitas vezes que o Homem entre nela pela porta da psicopatologia, que aci ncia que se ocupa da rela o perturbada (Gyll, 1998).Estas imagens mentais simplificadas e estereotipadas SOBRE os IDOSOS s ousadas e compartilhadas actualmente em todos os n veis e grupos m a enfermagem como profiss o, inserida neste contexto social, sofreinflu ncias que podem determinar atitudes positivas ou negativas: dentro das positivasreal am-se o respeito, a reciprocidade e a confian a; dentro das negativas destacamos o automorfirmo social a gerontofobia o gism e a infantiliza o ou bebe sme (Berger, 1995).253educa o, ci ncia e tecnologia* O automorfismo social define-se como o n o reconhecimento daunicidade do idoso .* A gerontofobia, corresponde ao medo irracional de tudo quanto serelaciona com o envelhecimento e com a velhice.

10 * O gism , reporta-se a todas as formas de discrimina o, com base naidade.* A infantiliza o ou bebe sme uma atitude que se manifestageralmente pelo tratamento por tu, pela simplifica o demasiada dasactividades sociais e/ou recreativas e pela organiza o de programasde actividades, que n o correspondem s necessidades dos indiv vis o global e generalizada, que caracteriza os estere tipos gerontol gicospouco cr ticos e frequentemente carentes de objectividade, distorce a es diversas SOBRE esta tem tica t m demonstrado que a distor o causadapelos estere tipos cegam os indiv duos, impedindo-os de se precaverem dasdiferen as que existem entre os v rios membros, n o lhe reconhecendo deste modo,qualquer virtude, objecto ou perspectiva os estere tipos tornam-se inevitavelmente elementosimpeditivos na procura de solu es precisas e de medidas adequadas, tornando-seurgente o combate a estas representa es sociais gerontof bicas e de car cterdiscriminat rio, levando os cidad os a adoptar medidas e comportamentos adequadosface aos , S.


Related search queries