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Fordismo, taylorismo e toyotismo: apontamentos …

Fordismo, taylorismo e toyotismo: apontamentos sobre suas rupturas e continuidades Erika Batista * Resumo: O texto aborda as rela es de ruptura e continuidade entre as formas de organiza o do trabalho dos per odos caracterizados como fordismo, taylorismo e toyotismo, ressaltando que tais rela es s o historicamente determinadas e dialeticamente conjugadas entre si. A mundializa o do capital, entendida como expans o da forma de sociabilidade capitalista pelo mundo, acarreta particularidades tamb m hist ricas e dial ticas no desenvolvimento e conjuga o das rela es de trabalho, e que, por sua vez, ultrapassam a din mica produtiva e assumem car ter social, indicando um modelo h brido de gest o do trabalho em todas as suas manifesta es.

Os métodos de gestão atuam como disciplinadores do trabalho e extrapolam a dinâmica do processo produtivo. Fordismo, taylorismo e toyotismo são expressões

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1 Fordismo, taylorismo e toyotismo: apontamentos sobre suas rupturas e continuidades Erika Batista * Resumo: O texto aborda as rela es de ruptura e continuidade entre as formas de organiza o do trabalho dos per odos caracterizados como fordismo, taylorismo e toyotismo, ressaltando que tais rela es s o historicamente determinadas e dialeticamente conjugadas entre si. A mundializa o do capital, entendida como expans o da forma de sociabilidade capitalista pelo mundo, acarreta particularidades tamb m hist ricas e dial ticas no desenvolvimento e conjuga o das rela es de trabalho, e que, por sua vez, ultrapassam a din mica produtiva e assumem car ter social, indicando um modelo h brido de gest o do trabalho em todas as suas manifesta es.

2 Palavras-chave: fordismo; taylorismo ; toyotismo; mundializa o do capital. Abstract: The study considers the work relations between the fordism, taylorism and toyotism. Through the historical characterization of capitalism in the XXth Century, the study shows the work organizational practices and their management discourse in the capital mundialization, and how they manifest themselves as a hole. This ways of management are more than work relations, they constitute the capitalist social logic and their tools of connection are in everywhere, building a hybrid way of work relations. Key words: fordism, taylorism, toyotism, mundialization of capital.

3 Introdu o Trabalhos consagrados nas ci ncias sociais analisam as transforma es do mundo do trabalho a partir de suas caracteriza es no espa o produtivo . Contudo, s o poucos os que consideram os diferentes momentos da organiza o do trabalho numa rela o de ruptura e continuidade, e que por sua vez, constituem-se em transforma es sociais. O objetivo maior deste trabalho sugerir uma argumenta o que aponte as rupturas e continuidades entre as formas de organiza o do trabalho fordista, taylorista e toyotista. O objetivo espec fico fornecer apontamentos para se pensar uma anti-sociologia do trabalho , no sentido de contrariar as perspectivas que analisam a tr ade fordismo- taylorismo -toyotismo de maneira est tica.

4 A orienta o te rico-metodol gica compreende o materialismo hist rico dial tico, estabelecendo uma conex o entre o conhecimento te rico e a realidade hist rica objetiva. * Mestre e bacharel em Ci ncias Sociais pela Unesp/Mar lia, especialista em Psicologia Organizacional pela UMESP/S o Bernardo do Campo, graduanda em Licenciatura Plena em Ci ncias Sociais pela UEL e atua no Ensino Superior nas reas de Sociologia e Metodologia de Pesquisa. End. eletr nico: Os m todos de gest o atuam como disciplinadores do trabalho e extrapolam a din mica do processo produtivo .

5 Fordismo, taylorismo e toyotismo s o express es particulares de um mesmo fen meno: o controle do processo de trabalho pela din mica da acumula o capitalista. Nesta perspectiva, analisar tais fen menos sob uma tica etapista conduz interpreta es limitadas ou equivocadas que n o consideram a ess ncia social dos fen menos, restringindo-os ao espa o produtivo , em detrimento das transforma es das rela es sociais entendidas como express es hist ricas que se articulam dialeticamente. Mundializa o capitalista e formas de organiza o do trabalho A mundializa o das pol ticas neoliberais se apresentou como o pilar de sustenta o econ mica e pol tica ancorada na fic o do dinheiro que gera dinheiro, resultando numa acumula o capitalista predominantemente financeira.

6 No entanto, a inter-rela o entre a esfera produtiva e financeira deve ser apreendida num contexto de totalidade das rela es sociais de produ o, de determina o e sobredetermina o, a fim de que suas particularidades sejam identificadas sem a distor o das categorias universais1 (LUK CS, 1979). O processo de reprodu o do capitalismo contempor neo, sob a predomin ncia do capital financeiro e em detrimento do capital produtivo , caracteriza-se pela mundializa o financeira, que consiste num regime de acumula o capitalista mundial, cujo desenvolvimento delineado por um crescimento veloz da esfera financeira e pelo papel destacado das maiores institui es financeiras transnacionais (CHESNAIS, 1999; LENIN, 2002).

7 Assim, falar em mundializa o tratar a expans o do capitalismo como Marx indicava j em 1848, a forma o de um mercado mundial (MARX; ENGELS, 1998), e que a partir das ltimas d cadas do s culo XX se manifestou sob a predomin ncia da esfera financeira. A expans o do capitalismo a partir da permanente revolu o de seus meios de produ o carrega consigo um processo tamb m permanente de transforma o das rela es de produ o, em outras palavras, transforma as formas de trabalho para torn -las adequadas expans o, e, portanto, as rela es sociais. Em cada momento de desenvolvimento das for as produtivas as rela es de trabalho correspondentes criam e 1 Utiliza-se a rela o de momento predominante no mbito de intera es complexas como desenvolvido por Luk cs, ou seja, a prioridade da categoria universal da produ o material em intera o com momentos predominantes particulares de consumo, distribui o e circula o.

8 Recriam o campo de batalha dos detentores dos meios de produ o e vendedores de for a de trabalho, com novas formas de opress o e resist ncia. Rupturas e continuidades entre o fordismo, taylorismo e toyotismo No in cio do s culo XX o modelo de organiza o do trabalho de Henry Ford caracterizou um destes momentos da luta de classes2. A ind stria automobil stica fordista sistematizou o trabalho mecanizado via esteira de montagem. Com a padroniza o de poucos modelos Ford customizou a produ o de carros em s rie, e que, ap s a Segunda Guerra, ao lado dos m todos desenvolvidos por F.

9 Taylor, pode abastecer o consumo de massa. Para subordinar a for a de trabalho ao ritmo extenuante da produ o Ford organizou a produ o a partir de uma nova l gica, a do pagamento de altos sal rios. Em Os princ pios da prosperidade Ford contraria algumas an lises que classificam seu m todo de organiza o do trabalho como mera composi o dos princ pios da organiza o taylorista, a partir da exposi o de princ pios que podem ser apreendidos numa perspectiva de ruptura e continuidade com as t cnicas de gerenciamento propostas pela administra o cient fica de Taylor e pelo chamado modelo japon s.

10 O esbo o de uma captura da subjetividade do trabalhador, que foi sistematizado com o toyotismo, j estava presente em Ford na medida em que se um oper rio deseja progredir e conseguir alguma coisa, o apito ser um sinal para que comece a repassar no esp rito o trabalho feito a fim de descobrir meios de aperfei o -lo (FORD, 1967: 41). Tamb m a preocupa o de uma organiza o descentralizada da produ o e redu o dos n veis hier rquicos como forma de combate ao poder dos chefes pode ser encontrada no manual de Ford, rompendo com a hierarquia da administra o cient fica de Taylor: N o h disposi o mais perigosa do que a dos chamados g nios organizadores [.]


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