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1 O SEGREDO DAS PROFECIAS Luiz Gonzaga de Alvarenga 1996-2006 NDICE PARTE I - PROFECIAS , OR CULOS E ADIVINHA ES 1 Por Que o Homem Deseja Conhecer o Futuro? 2 A Origem Mitol gica das PROFECIAS e dos Or culos PARTE II - O ENIGMA DAS PIR MIDES 3 As Pir mides: Uma Heran a Eterna 4 A Grande Pir mide 5 O Mist rio das Pir mides 6 As Pir mides e os Aspectos do C u 7 As PROFECIAS das Pir mides PARTE III - DAS VIS ES DO PASSADO S VIS ES DO FUTURO 8 Abra o e Melquisedec: da Antiga Nova Ordem 9 As PROFECIAS de Daniel 10 As Representa es Celestes do Apocalipse 11 Da Virgem Celeste Virgem Terrestre 12 De Daniel a Jo o - a Vis o do Apocalipse PARTE IV - A HIST RIA DESCONHECIDA DOS HOMENS 13 A Condu o da Hist ria Humana 14 O Lado Secreto da Hist ria PARTE V - OS PROFETAS E AS PROFECIAS 15 O Profeta dos Novos Tempos.
2 Nostradamus 16 Grandes Profetas e Grandes PROFECIAS 17 As PROFECIAS da Virgem 18 Os Profetas da Modernidade PARTE VI - A CRIA O E A DESTRUI O DO MUNDO 19 As PROFECIAS do Fim do Mundo 20 Catastrofismo e Escatologia 21 Haver Um Fim Para o Mundo? PARTE I - PROFECIAS , OR CULOS E ADIVINHA ES Este livro para poucos, talvez s para os mais 1 Por Que o Homem Deseja Conhecer o Futuro? Desde os seus prim rdios, a humanidade tem manifestado uma grande curiosidade acerca do amanh , do futuro, e tem tido a preocupa o de descobrir se os deuses ou os elementos da natureza ser o prop cios, se naquele ano haver uma colheita f rtil, se haver prosperidade, se os inimigos ser o vencidos, etc. A n vel individual, toda uma extensa rela o de preocupa es semelhantes tem levado os homens de todas as pocas a procurarem adivinhos, or culos, feiticeiros, astr logos, etc.
3 , os quais, para responderem a tais quest es, t m apelado para toda uma parafern lia de objetos de adivinha o, ou usado os m todos mais incomuns para conseguirem o seu intento. As consultas s cartas, aos dados, aos astros, a procura de sinais ou progn sticos nos elementos da natureza, nos sonhos, nos animais vivos ou em suas v sceras, tem ocupado grandemente o tempo dos adivinhos e dos homens interessados em saber a sua sina. Esta preocupa o com o futuro tem ocupado a imagina o dos homens h tanto tempo que chegou at mesmo a interferir em suas rela es com o mundo e com o deus ou os deuses de sua venera o, adora o ou temor. Esta rela o conduziu a uma religiosidade estranha, quase sempre dominada por complexos sentimentos de culpa, onde o deus ou deuses predominantes adquirem uma qualidade paterna dominadora e tem vel e manifestam sentimentos tipicamente humanos, tais como o ci me, a raiva, o rancor e o desejo de vingan a, bem como um sentimento de exclusividade t o forte que, se n o encontrar correspond ncia, o homem ser condenado aos abismos infernais por toda a eternidade, ou ent o todo o mundo ser destru do em raz o do n o cumprimento, pelos homens, de suas promessas a esse deus exclusivista.
4 Povos eleitos, deuses falsos ou verdadeiros, religi es falsas ou verdadeiras, s o quest es que tem afetado a vida de toda a humanidade, desde os tempos mais recuados. Muito sangue foi derramado, povos e pessoas foram sacrificadas, inconceb veis carnificinas marcaram a hist ria do mundo em raz o desses sentimentos religiosos exclusivistas, onde cada povo arrogava a si o direito de impor ao seu vizinho a sua vis o particular da religi o. Por outro lado, o temor f ria divina marcou igualmente o inconsciente coletivo de alguns povos, que procuravam por todos os meios aplac -la. Era comum, entre os povos mais antigos, o chamado sacrif cio propiciat rio, em que animais e at seres humanos eram sacrificados para conseguir os benef cios da divindade.
5 Este costume tamb m era comum entre os povos da Am rica Central, e s foi erradicado ap s a conquista espanhola. 1 Parafraseando o escritor Hermann Hesse. Entre os antigos judeus o receio que o mundo fosse destru do era t o grande, que fez-se necess rio estabelecer uma alian a com Deus para que Ele n o o destru sse novamente, ap s t -lo feito uma vez atrav s do Dil vio. Tal alian a, que representava uma promessa divina, n o bastou, entretanto, para aplacar o sentimento de inseguran a e garantir que o mundo n o estaria condenado destrui o; talvez por esta raz o, ela teria que ser guardada e renovada (Deuteron mio, 29, 9-15; Paralip menos,2, 34, 29-33), e at mesmo reformada (Jeremias, 31, 31-37).
6 A hist ria eclesi stica da Igreja Cat lica igualmente marcada por uma preocupa o escatol gica (escatologia a parte da teologia que investiga as partes finais da vida humana e do mundo: a morte, o ju zo universal, o fim do mundo), a qual originou-se dos profetas e dos livros b blicos, principalmente o Apocalipse de S o Jo o. Durante a Idade M dia, muito da preocupa o dos doutores da Igreja foi acerca das rela es futuras entre o mundo e a divindade, como se pode ver, por exemplo, na obra de Santo Agostinho, A Cidade de Deus. Esta preocupa o escatol gica chegou ao ponto de influenciar o imagin rio popular, que, por volta da virada do primeiro mil nio, foi at o cl max do desvario, com muita gente acreditando que o mundo iria acabar.
7 O profetismo, que no fundo tamb m uma forma de prever o futuro, permeia principalmente o Antigo Testamento da B blia. Devido ao seu car ter fortemente negativo, em que apresenta uma imagem vindoura de desastres e calamidades de todo tipo, a maioria das religi es ou seitas que derivaram do catolicismo passou a ter como caracter stica primordial um car ter restritivo, inibidor de quaisquer atos humanos mundanos ou seculares, os quais trariam somente a ru na e a morte espiritual, que surgiriam em conseq ncia das iniq idades humanas. Os profetas b blicos, muito mais do que int rpretes do futuro (algo impens vel para quem n o possu a o conceito de hist ria e de evolu o), eram na verdade int rpretes da vontade divina, e como tal se comportavam, quando se dirigiam aos seus contempor neos.
8 Tamb m quando se procurava saber qual eram os des gnios de Deus, o profeta, ou vidente, era procurado com este objetivo, conforme se pode ler em Samuel (Primeiro Livro dos Reis, 9, 9): Antigamente em Israel, quem fosse consultar a Deus, dizia: Venha, vamos ao vidente. Porque o que hoje [ poca] se chama profeta , era ent o chamado vidente . Mas n o apenas no Antigo Testamento que se fazem refer ncias aos profetas. Paulo, o ap stolo, escreveu: Segui a caridade, procurai com zelo os dons do esp rito, e acima de todos, os da profecia (Cor ntios,1, 14, 1). A profecia, ent o, seria uma manifesta o e um chamado de Deus, conforme diz Am s: E o Senhor me pegou, quando eu conduzia meu rebanho, e falou-me: Vai, profetiza ao meu povo de Israel (Am s, 7, 14-15).
9 Sob um ponto de vista moderno, a profecia pode ser considerada como uma manifesta o desconhecida do psiquismo, ou um fen meno PSI. Talvez os conhecimentos prof ticos estejam naquela regi o misteriosa da psique chamada por Jung de inconsciente coletivo . A profecia est al m da l gica, situando-se em uma dimens o simb lica com a qual a psique entraria eventualmente em contato; entretanto, a mente se perde ao tentar seguir e compreender os infinitos meandros desta terra desconhecida, permeada de figuras mitol gicas e arqu tipos incompreens veis. Os profetas, antigos e modernos, mais do que figuras religiosas, s o desbravadores de um terreno desconhecido e misterioso, que, se num futuro distante poder ser morada de todos, por enquanto continua sendo apenas uma terra inc gnita.
10 A capacidade de profetizar, prever ou adivinhar exerce um poderoso fasc nio, dos povos mais primitivos at os mais civilizados. Em todas as pocas existiram variadas formas de adivinha o, surgidas em raz o do temor e da vulnerabilidade do homem frente ao desconhecido, o qual busca tanto conhecer o presente quanto predizer o futuro. As artes adivinhat rias eram conhecidas na antiga Gr cia, na China, e at mesmo nos recuados tempos babil nicos. Com efeito, a mais antiga arte ou ci ncia da previs o, a astrologia, surgiu na remota Cald ia e era praticada pelos sacerdotes da poca. Um dos mais antigos livros do mundo, o I Ching, um livro de adivinha es, e exerceu uma profunda influ ncia na filosofia de Conf cio, que o tinha em alta conta.