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POEMAS SELECIONADOS GREGÓRIO DE MATOS - UnB

POEMAS SELECIONADOS GREG RIO DE MATOS POEMAS RELIGIOSOS 1) Ao bra o de Menino Jesus O todo sem a parte n o todo,/A parte sem o todo n o parte,/Mas a parte o faz todo, sendo parte,/N o se diga, que parte, sendo todo. Em todo o Sacramento est Deus todo,/E todo assiste inteiro em qualquer parte,/Em qualquer parte sempre fica o todo. O bra o de Jesus n o seja parte,/ Pois que feito Jesus em partes todo,/ Assiste cada parte em sua parte. N o se sabendo parte deste todo,/Um bra o, que lhe acharam, sendo parte,/ Nos diz as partes todas deste todo. 2) Ao dia do Ju zo O alegre do dia entristecido,/ O sil ncio da noite perturbado/ O resplendor do sol todo eclipsado, / E o luzente da lua desmentido!

Jesus, a hora de se ver/ A brandura de um Pai manso Cordeiro. Mui grande é vosso amor, e meu delito,/ Porém, pode ter fim todo o pecar,/ E não o vosso amor que é infinito. Esta razão me obriga a confiar,/ Que por mais que pequei, neste conflito/ Espero em vosso amor de me salvar. 4) Inquietação salvacionista Como não hei de ter medo/ de um

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1 POEMAS SELECIONADOS GREG RIO DE MATOS POEMAS RELIGIOSOS 1) Ao bra o de Menino Jesus O todo sem a parte n o todo,/A parte sem o todo n o parte,/Mas a parte o faz todo, sendo parte,/N o se diga, que parte, sendo todo. Em todo o Sacramento est Deus todo,/E todo assiste inteiro em qualquer parte,/Em qualquer parte sempre fica o todo. O bra o de Jesus n o seja parte,/ Pois que feito Jesus em partes todo,/ Assiste cada parte em sua parte. N o se sabendo parte deste todo,/Um bra o, que lhe acharam, sendo parte,/ Nos diz as partes todas deste todo. 2) Ao dia do Ju zo O alegre do dia entristecido,/ O sil ncio da noite perturbado/ O resplendor do sol todo eclipsado, / E o luzente da lua desmentido!

2 Rompa todo o criado em um gemido,/ Que de ti mundo?/ Onde tens parado?/ Se tudo neste instante est acabado,/ Tanto importa o n o ser, como haver sido. Soa a trombeta da maior altura,/ A que a vivos e mortos traz o aviso/ Da desventura de uns, d outros ventura. Acabe o mundo, porque j preciso,/ Erga-se o morto, deixe a sepultura,/ Porque chegado o dia do ju zo. 3) O poeta na ltima hora da sua vida Meu Deus, que estais pendente em um madeiro,/ Em cuja lei protesto de viver,/ Em cuja santa lei hei de morrer/ Animoso, constante, firme e inteiro. Neste lance, por ser o derradeiro,/Pois vejo a minha vida anoitecer,/ , meu Jesus, a hora de se ver/ A brandura de um Pai manso Cordeiro.

3 Mui grande vosso amor, e meu delito,/ Por m, pode ter fim todo o pecar,/ E n o o vosso amor que infinito. Esta raz o me obriga a confiar,/ Que por mais que pequei, neste conflito/ Espero em vosso amor de me salvar. 4) Inquieta o salvacionista Como n o hei de ter medo/ de um p o que t o formid vel/ vendo que estais todo em tudo,/e estais todo em qualquer parte?/ Quanto a que o sangue vos beba,/ isso n o, e perdoai-me:/ como quem tanto vos ama,/ h de beber-vos o sangue?/ Beber o sangue do amigo/ sinal de inimizade;/ pois como quereis que o beba/ para confirmarmos pazes?/ Senhor, eu n o vos entendo,/ vossos preceitos s o graves,/ vossos ju zos s o fundos/ vossa ideia inescrut Eu confuso neste caso/ entre tais perplexidades/ de salvar-me, ou de perder-me/ s sei que importa salvar-me.

4 5) A Jesus Cristo Pequei, Senhor; mas n o porque hei pecado,/ Da vossa alta clem ncia me despido;/ Porque, quanto mais tenho delinquido,/ Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado,/ A abrandar-vos sobeja um s gemido:/ Que a mesma culpa que vos h ofendido,/ Vos tem para o perd o lisonjeado. Se uma ovelha perdida e j cobrada/ Gl ria tal e prazer t o repentino/ Vos deu, como afirmais na sacra hist ria, Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,/ Cobrai-a; e n o queirais, pastor divino,/ Perder na vossa ovelha a vossa gl ria. 6) Atos de arrependimento e suspiros de amor Ofendi-vos, meu Deus, bem verdade,/ verdade, Senhor, que hei delinquido,/ Delinquido vos tenho, e ofendido,/ Ofendido vos tem minha maldade.

5 Maldade, que encaminha a vaidade,/ Vaidade, que todo me h vencido,/Vencido quero ver-me e arrependido,/ Arrependido a tanta enormidade. Arrependido estou de cora o,/ De cora o vos busco, dai-me os bra os,/ Abra os, que me rendem vossa luz. Luz, que claro me mostra a salva o,/ A salva o pretendo em tais abra os,/ Miseric rdia, amor, Jesus, Jesus! 7) A inconst ncia dos bens do mundo Nasce o Sol e n o dura mais que um dia,/ Depois da Luz se segue a noite escura,/ Em tristes sombras morre a formosura,/ Em cont nuas tristezas a alegria. Por m, se acaba o Sol, por que nascia?/ Se t o formosa a Luz, por que n o dura?/ Como a beleza assim se transfigura?

6 / Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,/Na formosura n o se d const ncia,/ E na alegria sinta-se tristeza. Come a o mundo enfim pela ignor ncia,/ E tem qualquer dos bens por natureza/ A firmeza somente na inconst ncia. 8) A Maria Sant ssima Como na cova tenebrosa e escura,/ A quem abriu o original pecado,/ Se o pr prio Deus a m o vos tinha dado,/ Pod eis v s cair, Virgem pura? Nem Deus, que o bem das almas s procura,/ De todo vendo o mundo arruinado,/ Permitira a desgra a haver entrado/ Donde havia sair nossa ventura. Nasce a rosa de espinhos coroada,/ Mas se pelos espinhos assistida,/ N o pelos espinhos magoada.

7 Bela Rosa, Virgem esclarecida!/ Se entre a culpa, se v , fostes criada,/ Pela culpa n o fostes ofendida. POEMAS L RICOS 1) Formosura de D. ngela N o vi em minha vida a formosura,/ Ouvia falar nela cada dia,/E ouvida me incitava, e me movia/ A querer ver t o bela arquitetura. Ontem a vi por minha desventura/ Na cara, no bom ar, na galhardia/De uma Mulher que em Anjo se mentia,/De um Sol, que se trajava criatura. Me matem (disse ent o vendo abrasar-me)/ Se esta a cousa n o , que o mundo, e tanto exagerar-me. Olhos meus (disse ent o por defender-me)/ Se a beleza hei de ver matar-me,/ Antes, olhos, cegueis, do que eu perder-me. 2) Express o do sil ncio do poeta Largo em sentir em respirar sucinto,/ Peno e calo, t o fino e t o atento,/Que fazendo disfarce do tormento,/ Mostro que o n o pade o e sei que o sinto.

8 O mal, que fora encubro, ou que desminto,/ Dentro no cora o que o sustento:/Com que, para penar sentimento,/Para n o se entender, labirinto. Ningu m sufoca a voz nos seus retiros;/Da tempestade o estrondo efeito:/L tem ecos a terra, o mar suspiros. Mas oh do meu segredo alto conceito!/Pois n o chegam a vir tona os tiros/ Dos combates que v o dentro do peito. 3) Labirinto de suas desconfian as caos confuso, labirinto horrendo,/ Onde n o topo luz, nem fio achando;/ Lugar de gl ria, aonde estou penando;/ Casa da morte, onde estou vivendo! Oh voz sem distin o, Babel tremendo;/Pesada fantasia, sono brando;/Onde o mesmo que toco, estou sonhando;/Onde o pr prio que escuto, n o o entendo.

9 Sempre s certeza, nunca desengano;/ E ambas pretens es com igualdade,/ No bem te n o penetro, nem no dano. s ci me mart rio da vontade;/ Verdadeiro tormento para engano;/ E cega presun o para verdade. 4) Impaci ncia do poeta Cresce o desejo; falta o sofrimento;/ Sofrendo morro; morro desejando:/ Por uma, e outra parte estou penando,/ Sem poder dar al vio ao meu tormento. Se quero declarar meu pensamento,/ Est -me um gesto grave acovardando;/ E tenho por melhor morrer calando,/ Que fiar-me de um n scio atrevimento. Quem pretende alcan ar, espera, e cala;/ Porque quem temer rio se abalan a,/ Muitas vezes o amor o desiguala. Pois se aquele que espera sempre alcan a,/ Quero ter por melhor morrer sem fala,/ Que falando, perder toda a esperan a.

10 5) Envolver-se na confus o dos n scios para passar melhor a vida Carregado de mim ando no mundo,/ E o grande peso embarga-me as passadas,/ Que como ando por vias desusadas,/ Fa o o peso crescer e vou-me ao fundo. O rem dio ser seguir o imundo/ Caminho, onde dos mais vejo as pisadas/ Que as bestas andam juntas mais ousadas/ Do que anda s o engenho mais profundo. N o f cil viver entre os insanos,/ Erra quem presumir que sabe tudo,/ Se o atalho n o soube dos seus danos. O prudente var o h de ser mudo,/ Que melhor neste mundo, mar de enganos,/ Ser louco c os demais que s , sisudo. 6) O poeta muda o soneto pela terceira vez Discreta, e formos ssima Maria,/ Enquanto estamos vendo claramente/ Na vossa ardente vista o sol ardente,/ E na rosada face a Aurora fria.


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