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por Marcos Paiva Matos* 1. Introdução - Higiene …

86 Novembro 20071. Introdu oDiversas atividades laborais exp em os trabalhadores aos danos causados pelo atividades realizadas em c maras frigor ficas, trabalhos de embalagem decarnes e demais alimentos, opera o portu ria, nas quais se manuseiam as cargas con-geladas e trabalho em ambientes extremamente frios se constitui num risco potencial sa de dos trabalhadores, podendo causar desconforto, doen as ocupacionais, acidentese at mesmo morte, quando o trabalhador fica preso acidentalmente em ambientes friosou imerso em gua gelada. Os trabalhadores devem estar protegidos contra a exposi oao frio de modo que a temperatura central do corpo n o caia abaixo de 36 les es mais graves causadas pelo frio decorrem da perda excessiva de calor docorpo e diminui o da temperatura no centro do corpo, o que chamamos de hipotermia e outras les es causadas pelo frio podem ser evitadas se forem adotadaspr ticas adequadas para o trabalho nesta situa o.

90 • Novembro 2007 c) sempre que a velocidade do vento exceder a 2 m/s em ambien-tes fechados, deve ser medida e registrada a cada quatro horas; d) em situações de trabalho a céu aberto, a velocidade do vento

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1 86 Novembro 20071. Introdu oDiversas atividades laborais exp em os trabalhadores aos danos causados pelo atividades realizadas em c maras frigor ficas, trabalhos de embalagem decarnes e demais alimentos, opera o portu ria, nas quais se manuseiam as cargas con-geladas e trabalho em ambientes extremamente frios se constitui num risco potencial sa de dos trabalhadores, podendo causar desconforto, doen as ocupacionais, acidentese at mesmo morte, quando o trabalhador fica preso acidentalmente em ambientes friosou imerso em gua gelada. Os trabalhadores devem estar protegidos contra a exposi oao frio de modo que a temperatura central do corpo n o caia abaixo de 36 les es mais graves causadas pelo frio decorrem da perda excessiva de calor docorpo e diminui o da temperatura no centro do corpo, o que chamamos de hipotermia e outras les es causadas pelo frio podem ser evitadas se forem adotadaspr ticas adequadas para o trabalho nesta situa o.

2 Roupas de frio, inclusive prote o paraa cabe a, luvas mitenes e botas isolantes, devem ser usadas por pessoas expostas ao Efeitos sa de pela exposi o ao frioO estresse um conjunto de rea es org nicas a fatores de ordens diversas (f sico,qu mico, emocional, infeccioso, etc.) capazes de perturbar o equil brio do organismoEspecialpor Marcos Paiva Matos* por Marcos Paiva Matos* por Marcos Paiva Matos* por Marcos Paiva Matos* por Marcos Paiva Matos* Fotos: Divulga o/autor88 Novembro 2007(homeostase). O frio um dos agentes f sicos capazes de causar estresse ao orga-nismo humano. Uma grande diversidade de ocupa es pode levar a exposi esocupacionais ao frio, tais como trabalho a c u aberto em regi es frias, trabalho emc maras frias ou navios frigorificados, trabalho de embalagem e armazenagem decarne, frutas, sorvetes, pesca, mergulho e muitas outras ocupa es es e hipotermia n o se constituem problemas muito s rios para os traba-lhadores, por m, eles existem e os cuidados devem ser observados.

3 Os fatores quemais contribuem para a hipotermia e as ulcera es causadas pelo frio a exposi- o ao vento e umidade. Condi es de sa de podem piorar os efeitos do frio, comoalergias, problemas vasculares, fumo, bebidas alco licas e utiliza o de certos medi-camentos. A ocorr ncia de acidentes por queda tem maior probabilidade de acon-tecer em ambientes umidade causa efeito prejudicial ao corpo em ambientes frios em raz o daperda de calor. A gua 25 a 30 vezes mais condutiva de calor que o ar, significandoque o trabalhador em tempo mido pode perder de 25 a 30 vezes mais calor docorpo do que se tivesse seco. O vento tamb m um fator importante, que aumentaa suscetibilidade do indiv duo hipotermia devido sua capacidade de causarperda de calor por convec o e evapora o. Este efeito denominado de Fator deResfriamento pelo Vento . A Tabela 1 (p g. 90) apresenta o efeito do resfriamentoequivalente entre a temperatura e a velocidade do Sintoma da exposi Sintoma da exposi Sintoma da exposi Sintoma da exposi Sintoma da exposi oAs doen as e ferimentos causados pelo frio ocorrem quando a perda de calordo corpo excede a produ o do les es produzidas pela a o do frio afetam principalmente as extremidadese reas salientes do corpo, como p s, m os, face e outras.

4 As principais doen asdermatol gicas causadas pelo frio s o ulcera es, frostbite, fen meno de Ray-naud, p de imers o e urtic ria pelo frio, e enregelamento dos membros. Ulcera es: ocorrem quando a temperatura do tecido cai abaixo do ponto decongelamento e resulta em danos ao tecido. Os sintomas incluem as mudan asde cor da pele para o branco ou amarelo acinzentado, surgimento de dores e,posteriormente, bolhas. Normalmente, as pessoas acometidas por estas le-s es n o sentem os efeitos, at que algu m as chame a aten o pela palidez desua pele. Geralmente, estas ulcera es ocorrem quando o rosto ou as extremi-dades s o expostos ao vento frio. Frostbite corresponde a les es que atingem predominantemente as extremidades,devido intensa vasoconstri o perif rica e deposi o de microcristais nostecidos quando a regi o exposta entra em contato com temperaturas abaixo de -2 C. Fen meno de Raynaud um dano causado pelo frio, mas pode estar associadoa outras patologias como esclerose sist mica.

5 O fen meno de Raynaud tamb mpode ocorrer pela exposi o vibra o, em operadores de marteletes pneum -ticos, lixadeiras e outros. P de imers o ocorre em trabalhadores com os p s expostos gua fria ouambientes midos, sem a prote o adequada, por longos per odos. Enregelamento de membros uma les o comum causada pela exposi o aofrio intenso ou contato com objetos extremamente frios. Ocorre quando atemperatura do tecido cai abaixo de 0 C. Os vasos sangu neos podem ficarlesados gravemente e de maneira irrecuper vel, e a circula o sangu nea podese interromper no tecido afetado. Nos casos mais leves, o sintoma umainflama o da pele (bolhas), seguida por uma dor leve. A pele enregelada suscet vel infec o, podendo chegar gangrena. Hipotermia: em ambientes frios, a temperatura interna do corpo geralmenten o cai mais do que 1 C a 2 C abaixo da temperatura normal de 37 C emvirtude da facilidade do corpo de se adaptar.

6 No entanto, no frio intenso sem aprote o adequada, o corpo incapaz de compensar a perda de calor, e suatemperatura interna diminui. A sensa o de frio, seguida de dor nas partesEspecial89 Novembro 2007 expostas do corpo, o primeiro sinal de estresse pelo a temperatura do corpo cai abaixo de 35 C, ocorremfortes tremores e isto deve ser considerado como aviso deperigo para os trabalhadores. Situa o pior ocorre quando ocorpo fica imerso em gua o frio aumenta ou o per odo de exposi o se prolonga,a sensa o de frio e dor tende a diminuir por causa da perda desensibilidade que o frio causa. Em seguida, o trabalhador sentefraqueza muscular e adormecimento. Isto chamado de hipotermiae normalmente ocorre quando a temperatura central do corpocai abaixo de 33 C. Outros sintomas de hipotermia incluem apercep o reduzida e pupilas dilatadas. Quando a temperaturado corpo atinge 27 C, o trabalhador entra em coma. A atividadedo cora o p ra ao redor de 20 C e, a cerebral, a 17 v tima de hipotermia deve ser aquecida imediatamente, sendoremovida para ambientes quentes ou por meio de reaquecimento em gua a 40-42 C recomendado em casos ondea hipotermia ocorre ap s o corpo ter sido imerso em gua Avalia o ambientalA gravidade da exposi o ocupacional ao frio deve levar emconsidera o a temperatura do ar e a velocidade do vento e daatividade f sica.

7 A velocidade do ar proporciona um agravamentosignificativo na exposi o a baixas temperaturas (Tabela 1). Acombina o entre a velocidade do ar e a temperatura de bulboseco denominada de temperatura equivalente. Quanto maiorfor a velocidade do vento e menor a temperatura do local detrabalho, maior dever ser o isolamento da roupa protetora, emenor o tempo no qual o trabalhador pode ficar temperatura do ar medida com um term metro de bulboseco comum em graus celsius com gradua o negativa suficientepara a temperatura utilizada (preferencialmente -50 C).A velocidade do vento deve ser medida por meio de anem me-tros, que devem medir na escala de quil metro por hora (km/h). Osexemplos a seguir demonstram uma forma pr tica de verificar avelocidade do vento, sem muita precis o, quando n o contamoscom um anem metro: 8 km/h: movimenta uma bandeirola; 16 km/h: a bandeirola fica totalmente estendida; 24 km/h: levanta uma folha de jornal; 32 km/h: uma atividade f sica n o f cil de ser medida.

8 Medida pelo calorproduzido pelo corpo (taxa metab lica). Existem tabelas que mos-tram as taxas de metabolismo para uma infinidade de atividades. Aprodu o do calor medida em quilocalorias (kcal) por local de trabalho deve ser monitorado da seguinte forma:a) todo local de trabalho com temperatura ambiente inferior a16 C dever dispor de term metro adequado para permitirtotal cumprimento dos limites estabelecidos;b) sempre que a temperatura do ar no local de trabalho cairabaixo de -1 C a temperatura deve ser medida e registrada acada quatro horas;90 Novembro 2007c) sempre que a velocidade do vento exceder a 2 m/s em ambien-tes fechados, deve ser medida e registrada a cada quatro horas;d) em situa es de trabalho a c u aberto, a velocidade do ventodeve ser medida e registrada juntamente temperatura doar quando esta for inferior a -1 C;e) em todas as situa es que forem necess rias, a medi o demovimenta o do ar e a temperatura equivalente de resfria-mento (TER) devem ser obtidas por meio da Tabela 1, e registra-da com outros dados sempre que a resultante for inferior a -7 Limites de toler Limites de toler Limites de toler Limites de toler Limites de toler nciaOs limites de toler ncia aqui citados s o propostos pelaACGIH, Threshold Limit Values (TLVs), de 1999, com o sentido deproteger os trabalhadores dos efeitos da exposi o ocupacionalao frio e definir par metros para esta exposi o, sob os quais amaioria dos trabalhadores possa estar protegida dos efeitosadversos sa Para trabalhos de precis o com as m os descobertas porper odos superiores faixa de 10 a 20 minutos em um ambienteEspecialFonte:Fonte:Fonte:Fonte: Fonte.

9 American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH)VelocidadeVelocidadeVelocidadeVel ocidadeVelocidadedo ventodo ventodo ventodo ventodo ventoTTTTT emperatura do ar/temperatura de bulbo seco (emperatura do ar/temperatura de bulbo seco (emperatura do ar/temperatura de bulbo seco (emperatura do ar/temperatura de bulbo seco (emperatura do ar/temperatura de bulbo seco (oooooC)C)C)C)C)104-1-7-12-18-23-29-34-4 0-46-51m/skm/hTTTTT emperatura de esfriamento equivalenteemperatura de esfriamento equivalenteemperatura de esfriamento equivalenteemperatura de esfriamento equivalenteemperatura de esfriamento equivalentecalmo109420-1-2-3-343-2-6-8-9 -11-12-12-1-3-9-13-16-18-19-20-21-7-9-16 -21-23-26-28-29-29-12-14-23-28-32-34-36- 37-38-18-21-31-36-39-42-44-46-47-23-26-3 6-42-47-50-52-55-56-29-32-43-50-55-59-67 -63-65-34-37-50-58-63-67-70-72-73-40-44- 57-65-71-76-78-81-82-46-49-64-73-79-83-8 7-89-91-51-56-71-80-85-92-96-98-1002,244 ,476,718,9411,1813,4115,6517,88816243240 485664 Velocidade do ventoacima de 17,88 m/sou 64,37 km/h quasen o alteram assitua es j descritasPouco riscoPouco riscoPouco riscoPouco riscoPouco riscoPara exposi es menores que 1 hora com apele seca.

10 O maior risco est na falsasensa o de seguran o riscoAumenta o riscoAumenta o riscoAumenta o riscoAumenta o riscoRisco de congelamento da parteexposta em 1 riscoMuito riscoMuito riscoMuito riscoMuito riscoA parte exposta pode congelarem 30 s de trincheira e p s de imers o podem ocorrer em qualquer ponto deste gr 1. Poder de rabela 1. Poder de rabela 1. Poder de rabela 1. Poder de rabela 1. Poder de resfriamento do vento sobresfriamento do vento sobresfriamento do vento sobresfriamento do vento sobresfriamento do vento sobre o corpo exposto, expre o corpo exposto, expre o corpo exposto, expre o corpo exposto, expre o corpo exposto, expresso como temperatura equivalenteesso como temperatura equivalenteesso como temperatura equivalenteesso como temperatura equivalenteesso como temperatura equivalente92 Novembro 2007com temperatura inferior a 16 C, devem ser adotadas medidaspara manter as m os dos trabalhadores aquecidas. Isto podeser feito por meio de jatos de ar quente ou placas de contatoaquecidas;2- Em temperaturas inferiores a -1 C, as partes met licas e decontrole manual devem ser cobertas com material isolantet rmico;3- O uso de luvas se faz necess rio sempre que a temperaturacair abaixo de 16 C para atividades sedent rias; 4 C paratrabalho leve; -7 C para trabalho moderado, quando n o fornecess ria destreza manual;4- Para temperaturas inferiores a 2 C, necess rio que os tra-balhadores que entram em gua ou tenham suas vestimentasmolhadas por conta da atividade, troquem as mesmas deimediato, al m de tomarem-se os cuidados necess rios paraa n o ocorr ncia de hipotermia;5- Deve-se utilizar luvas anticontato quando as m os est o aoalcance de superf cies frias (temperaturas inferiores a -7 C);6- Se a temperatura for inferior a -17,5 C, as m os devem serprotegidas com mitenes.


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