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Principais conseqüências em longo prazo ... - CISA

Principais conseq ncias em longo prazo relacionadas ao consumo moderado de lcool Arthur Guerra de Andrade L cio Garcia de Oliveira INTRODU O. Do uso social ao problem tico, o lcool consumido por aproximadamente dois bilh es de ,2 Esse consumo pode ser compreendido por m ltiplas perspectivas. Do ponto de vista da sa de p blica, p. ex., o consumo de lcool pode ser um potencial agente de doen a e mortalidade, de modo que seu uso indevido tem sido respons vel, mundialmente, por 3,2% de todas as mortes e por 4% de todos os anos de vida til ,4. Nos ltimos anos, evid ncias cient ficas t m apontado a import ncia de co- nhecer o padr o de uso de lcool, que, dependendo da forma, elevaria o risco de desenvolvimento de problemas de sa de, familiares, ocupacionais, entre outros. Junto ao volume total de lcool consumido, a relev ncia do conhecimento do pa- dr o de consumo, como indicativo de problemas, tem sido bastante Por outro lado, algumas pesquisas t m apontado que o padr o de uso, especialmente de leve a moderado, pode assumir um papel protetor sa de, especialmente quan- to ao desenvolvimento de doen as lcool e suas conseq ncias: uma abordagem multiconceitual A defini o do padr o de co

Principais conseqüências em longo prazo relacionadas ao consumo moderado de álcool INTRODUÇÃO Do uso social ao problemático, o álcool é consumido por aproximadamente

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1 Principais conseq ncias em longo prazo relacionadas ao consumo moderado de lcool Arthur Guerra de Andrade L cio Garcia de Oliveira INTRODU O. Do uso social ao problem tico, o lcool consumido por aproximadamente dois bilh es de ,2 Esse consumo pode ser compreendido por m ltiplas perspectivas. Do ponto de vista da sa de p blica, p. ex., o consumo de lcool pode ser um potencial agente de doen a e mortalidade, de modo que seu uso indevido tem sido respons vel, mundialmente, por 3,2% de todas as mortes e por 4% de todos os anos de vida til ,4. Nos ltimos anos, evid ncias cient ficas t m apontado a import ncia de co- nhecer o padr o de uso de lcool, que, dependendo da forma, elevaria o risco de desenvolvimento de problemas de sa de, familiares, ocupacionais, entre outros. Junto ao volume total de lcool consumido, a relev ncia do conhecimento do pa- dr o de consumo, como indicativo de problemas, tem sido bastante Por outro lado, algumas pesquisas t m apontado que o padr o de uso, especialmente de leve a moderado, pode assumir um papel protetor sa de, especialmente quan- to ao desenvolvimento de doen as lcool e suas conseq ncias: uma abordagem multiconceitual A defini o do padr o de consumo multidimensional, englobando aspectos relacionados ao contexto de beber, relev ncia cultural, bebida preferida, fre- q ncia de consumo (n mero de dias por semana), quantidade, ao local da in- gest o de lcool ( , em casa, no bar, no restaurante etc.)

2 , ao consumo durante as refei es ou n o e, finalmente, s caracter sticas individuais do bebedor, sejam biol gicas/gen ticas, sociodemogr ficas ou socioecon Al m disso, outro fator de interfer ncia a qualidade da bebida alco lica, que serve como medida dos problemas futuros decorrentes do consumo de lcool. Todos esses fatores, considerados em conjunto, influenciam as implica es advindas do comportamento de beber, abordadas neste cap tulo. A defini o exata dos diferentes padr es de uso de lcool possibilita a locali- za o dos limites reais, isto , os danos e benef cios comumente associados ao consumo de lcool. Infelizmente, sua import ncia ainda subestimada e, por esse motivo, a investiga o do padr o de consumo n o tem sido inclu da em levanta- mentos epidemiol Entre os padr es de consumo, tem se falado muito sobre o uso moderado, que confere papel protetor a algumas doen as cr nicas, como doen as cardiovascula- res, diabete tipo II, funcionamento cognitivo, entre outros.

3 CONCEITUA O DO TERMO USO MODERADO. Defini o Internacional pela OMS e pelo NIAAA. Para a Organiza o Mundial de Sa de (OMS), uso moderado um termo impreciso que define um padr o de consumo no qual s o empregadas quantidades de lcool que, por si s , n o causam problemas sa de. Muitas vezes, o uso mode- rado empregado como sin nimo de uso social, definido como n o-problem tico e ditado conforme os costumes, as motiva es e as formas socialmente aceitas. Muitos pa ses oferecem guias sobre os n veis de consumo considerados se- guros , respons veis ou de baixo risco , geralmente definidos, de forma bas- tante clara, por entidades governamentais e organiza es n o-governamentais (ONG). Esses guias n o recomendam o consumo de lcool por menores de ida- 38. Principais conseq ncias em longo de ou mulheres gr vidas.

4 Pessoas que est o fazendo tratamento medicamentoso que possa ser alterado com o consumo de lcool ou que tenham hist rico m dico relacionado a problemas com o uso de bebidas alco licas tamb m devem ser acon- selhadas a n o fazerem tal uso. Geralmente, esses guias definem a quantidade de etanol puro de uma unidade alco lica padr o (diferente em cada pa s) e oferecem conselhos a popula es especiais que est o sob risco aumentado de danos. Conforme esses guias, especialmente no que se refere s unidades-padr o, uma unidade alco lica geralmente cont m de 8 a 14 g de etanol puro (Tabela 1); ape- nas o Jap o desperta maior aten o, atingindo quase 20 g. Em linhas gerais, essa varia o aponta que ainda n o existe um consenso in- ternacional sobre a dimens o exata de uma unidade-padr o de bebida alco lica.

5 Ainda, conforme os guias, o uso moderado tem sido considerado n veis e/ou padr es de uso em que h diminui o dos preju zos e aumento dos benef cios sa de, sobre os quais t m sido consideradas as influ ncias do sexo e da faixa et ria do bebedor. Devido s diferen as fisiol gicas, os n veis de consumo con- siderados moderados s o maiores para homens at 65 anos de idade e menores para todos os indiv duos com idade superior a essa. Nos Estados Unidos, o National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (Ins- tituto Nacional Sobre o Abuso de lcool e Alcolismo do Estados Unidos NIAAA). usa o termo uso moderado para se referir ao consumo que n o causa preju zos indi- viduais ao bebedor, nem problemas sociais. Em termos de unidades de bebida, o uso moderado definido como o uso de at 14 unidades/semana para homens, at.

6 7 para mulheres e n o mais que 3 para indiv duos de faixa et ria superior a 65 anos (considerando a unidade-padr o de 14 g de etanol puro), e aconselha-se um ou dois dias semanais sem consumo de lcool. Para n veis di rios, esse consumo poderia ser traduzido como 2 unidades alco licas para homens (28 g) e 1 para mulheres (14 g). Al m disso, a defini o de consumo moderado, em termos de unidades di rias, n o absoluta, variando de 1 a 5 Embora os n veis estipulados pelo NIAAA sejam razoavelmente semelhan- tes aos sugeridos por outros pa ses, a defini o exata de uso moderado ainda . controversa6,8, especialmente devido varia o da defini o de unidade-padr o. 39. lcool e suas conseq ncias: uma abordagem multiconceitual Em contrapartida, muitas vezes, observa-se que alguns pa ses definem consumo moderado sem ter definido unidade-padr o.

7 Assim, observa-se que o conceito de uso moderado varia n o apenas entre os pa ses, mas dentro de um mesmo pa s. A. Fran a e o Reino Unido, , recomendam, em termos de consumo de unidades alco licas di rias, quantidades superiores s sugeridas pelos Estados Unidos (2. unidades), preconizando de 3 a 4 unidades alco licas di rias. J pa ses como a Austr lia, a Espanha e Portugal despontam com as maiores quantidades de lcool na defini o do consumo moderado, atingindo at 42 g di rios de lcool. H pa ses em que o uso moderado definido para bebidas espec ficas, como a Rom nia (cerveja e vinho); pa ses que n o diferenciam o consumo di rio confor- me o sexo ( , Canad , Rom nia, Su cia e Su a); e pa ses que simplesmente recomendam a redu o ou a evita o do consumo, sem ter claramente definido o que o uso moderado ( , Indon sia, Luxemburgo, Tail ndia, Emirados rabes Unidos).

8 O NIAAA aponta que dificuldades relacionadas defini o de uso moderado s o, at certo ponto, resultado das diferen as individuais, ou seja, a quantidade de lcool que uma pessoa pode consumir sem ficar embriagada varia conforme sua experi ncia, toler ncia, metabolismo, vulnerabilidade gen tica, estilo de vida e o intervalo de tempo em que o consumo realizado (tr s doses em uma hora, , produzem concentra o sangu nea de lcool muito maior que tr s doses no curso de tr s horas).8. Finalmente, h pa ses que, mesmo na aus ncia de defini es oficiais sobre o consumo moderado, adotam recomenda es internacionais sugeridas pela Organiza o Mundial de Sa de (OMS)9, como: mulheres n o devem beber mais que duas unidades di rias de lcool;. homens n o devem beber mais que tr s unidades di rias de lcool;. deve-se beber o m nimo poss vel, resguardando-se dois dias durante a semana sem o consumo de lcool.

9 N o se deve beber em situa es especiais, como durante a gesta o, enquanto se dirige qualquer ve culo automotor, em situa es de trabalho (especialmente 40. Principais conseq ncias em longo quando se operam m quinas), ao se exercitar, quando j se dependente de lco- ol e ao ter outros problemas f sicos que possam piorar em fun o do consumo. As diferen as entre os pa ses quanto defini o de consumo moderado de lcool s o ilustradas na Tabela 1. Tabela 1 Diferen as da defini o de consumo moderado de lcool entre os pa ses . Pa s Unidade/ Guia de consumo recomendado para adultos . bebida- consumo de baixo risco n veis m ximos de gramas padr o de lcool frica do Sul N/D Homens: m ximo 21 unidades/semana Mulheres: m ximo 14 unidades/semana Fonte: Alemanha 12 g Homens: 3 unidades/dia Mulheres: 2 unidades/dia Fonte: Argentina N/D Maiores informa es: Austr lia 10 g omens: m ximo: 4 doses/dia 6 drinques por ocasi o H.

10 Mulheres: 2 doses/dia, m ximo de 4 doses/dia 1 ou 2 dias sem lcool toda semana Fontes: National Health and Medical Research Council (NHMRC): , Australian Government Department of Health and Ageing: e ustria 10 g Homens: 24 g/dia dose perigosa: 60 g/dia Mulheres: 16 g/dia dose perigosa: 40 g/dia Fonte: Federal Ministry For Labour, Health and Social Affairs: B lgica N/D N o existem recomenda es governamentais Canad 13,6 g Homens: 2 unidades/dia, m ximo: 14 unidades/semana Mulheres: 2 unidades/dia, m ximo: 9 unidades/semana Fonte: Centre for Addiction and Mental Health: e Dinamarca 12 g Homens: 21 unidades/semana Mulheres: 14 unidades/semana Fontes: National Board of Health: e (continua). 41. lcool e suas conseq ncias: uma abordagem multiconceitual Tabela 1 (Cont.) Diferen as da defini o de consumo moderado de lcool entre os pa ses Pa s Unidade/ Guia de consumo recomendado para adultos.


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