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VIBRAÇÕES OCUPACIONAIS - …

VIBRA ES OCUPACIONAIS Antonio Carlos Vendrame UM POUCO DE HIST Maurice Raynaud, m dico franc s, foi o primeiro a descrever em 1862, os dist rbios vasculares observados em indiv duos expostos a vibra es de m os e bra os1, em sua tese intitulada Local asphyxia and symmetrical gangrene of the extremities2. Desde o trabalho pioneiro iniciado em 1911 por Loriga, pesquisador italiano que descreveu a s ndrome da vibra o nos trabalhadores que operavam marteletes em pedreiras, correlacionando com o fen meno de Raynaud, muitos pesquisadores t m estudado o assunto, o que resultou em milhares de artigos cient ficos a respeito das vibra es transmitidas s m os e bra os. Em 1918, Alice Hamilton estudou os mineiros utilizando marteletes em pedreiras em Bedford, Indiana e descreveu uma anemia das m os. Nos anos 60 e 70, a s ndrome da vibra o foi associada com a gasolina utilizada nas motosserras no trabalho florestal.

VIBRAÇÕES OCUPACIONAIS Antonio Carlos Vendrame UM POUCO DE HISTÓRIA... Maurice Raynaud, médico francês, foi o primeiro a descrever em 1862, os distúrbios

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1 VIBRA ES OCUPACIONAIS Antonio Carlos Vendrame UM POUCO DE HIST Maurice Raynaud, m dico franc s, foi o primeiro a descrever em 1862, os dist rbios vasculares observados em indiv duos expostos a vibra es de m os e bra os1, em sua tese intitulada Local asphyxia and symmetrical gangrene of the extremities2. Desde o trabalho pioneiro iniciado em 1911 por Loriga, pesquisador italiano que descreveu a s ndrome da vibra o nos trabalhadores que operavam marteletes em pedreiras, correlacionando com o fen meno de Raynaud, muitos pesquisadores t m estudado o assunto, o que resultou em milhares de artigos cient ficos a respeito das vibra es transmitidas s m os e bra os. Em 1918, Alice Hamilton estudou os mineiros utilizando marteletes em pedreiras em Bedford, Indiana e descreveu uma anemia das m os. Nos anos 60 e 70, a s ndrome da vibra o foi associada com a gasolina utilizada nas motosserras no trabalho florestal.

2 V rias confer ncias internacionais (Dundee em 1972, Cincinnatti em 1975, Ottawa em 1981, Helsinki em 1985, Kanazawa em 1989, Bonn em 1992, Praga em 1995, Umea em 1998, Nancy em 2001 e Las Vegas em 2004) t m contribu do eficientemente para desenvolver a pesquisa e aplica o do conhecimento. GENERALIDADES EM VIBRA ES Um corpo est em vibra o quando descreve um movimento oscilat rio em torno de um ponto fixo. O n mero de vezes em que o ciclo completo do movimento se repete durante o per odo de um segundo chamado de freq ncia e, medido em ciclos por segundo ou Hertz [Hz]. O movimento vibrat rio pode ser visualizado atrav s de um p ndulo, corda de instrumento musical, corpo em movimento e at mesmo do tomo. Na ind stria, a vibra o encontrada nas m quinas girantes. O modelo vibrat rio caracterizado pelo deslocamento ao longo do tempo, com o interc mbio de energia potencial por cin tica e vice-versa, resultando em movimento oscilat rio.

3 1 Neste texto, segundo as v rias nomenclaturas internacionais existentes, estar o sendo utilizados como sin minos os termos: vibra o de m os e bra os, vibra o segmental, vibra o de extremidades e vibra o localizada, para fazer refer ncia exposi o dos membros superiores dos trabalhadores vibra o. 2 Asfixia local e gangrena sim trica das extremidades. O movimento pode consistir de um simples componente ocorrendo em uma nica freq ncia, a exemplo de um diapas o; ou v rios componentes ocorrendo em diferentes freq ncias simultaneamente, como por exemplo, o movimento de um pist o de um motor de combust o interna. VIBRA ES OCUPACIONAIS Ao contr rio de outros agentes, onde o trabalhador sujeito passivo, expondo-se aos riscos, no caso das vibra es, deve haver, caracteristicamente, o contato entre o trabalhador e o equipamento ou m quina que transmita a vibra o.

4 A vibra o consiste em movimento inerente aos corpos dotados de massa e elasticidade. O corpo humano possui uma vibra o natural. Se uma freq ncia externa coincide com a freq ncia natural do sistema, ocorre a resson ncia, que implica em amplifica o do movimento. A energia vibrat ria absorvida pelo corpo, como conseq ncia da atenua o promovida pelos tecidos e rg os. O corpo humano possui diferentes freq ncias de resson ncia, conforme figura a seguir: O corpo humano reage s vibra es de formas diferentes. A sensibilidade s vibra es longitudinais (ao longo do eixo z, da coluna vertebral) distinta da sensibilidade transversal (eixos x ou y, ao longo dos bra os ou atrav s do t rax). Em cada dire o, a sensibilidade tamb m varia com a freq ncia, eis que, para determinada freq ncia, a acelera o toler vel diferente daquela em outra freq ncia.

5 Existem v rios efeitos catalogados, sendo que os principais e mais danosos s o: perda do equil brio, simulando uma labirintite, al m de lentid o de reflexos; manifesta o de altera o no sistema card aco, com aumento da freq ncia de batimento do cora o; efeitos psicol gicos, tal como a falta de concentra o para o trabalho; apresenta o de dist rbios visuais, como vis o turva; efeitos no sistema gastrointestinal, com sintomas desde enj o at gastrites e ulcera es; manifesta o do mal do movimento (cinetose), que ocorre no mar, em aeronaves ou ve culos terrestres, com sintomas de n useas, v mitos e mal estar geral; comprometimento, inclusive permanente, de determinados rg os do corpo; degenera o gradativa do tecido muscular e nervoso, especialmente para os submetidos a vibra es localizadas, apresentando a patologia, popularmente conhecida como dedo branco, causando perda da capacidade manipulativa e o tato nas m os e dedos, dificultando o controle motor.

6 As vibra es transmitidas ao corpo humano podem ser classificadas em dois tipos, de acordo com a regi o do corpo atingida: vibra es de corpo inteiro: s o de baixa freq ncia e alta amplitude, situam-se na faixa de 1 a 80 Hz, mais especificamente 1 a 20 Hz. Estas vibra es s o espec ficas para atividades de transporte e s o afetas norma ISO 2631. vibra es de extremidades (tamb m conhecidas como segmentais, localizadas ou de m os e bra os): s o as mais estudadas, situam-se na faixa de 6,3 a 1250 Hz, ocorrendo nos trabalhos com ferramentas manuais e normatizadas pela ISO 5349. AVALIANDO AS VIBRA ES A vibra o pode ser caracterizada pelo deslocamento, velocidade ou acelera o, ou ainda, em decib is; no entanto, a acelera o tem sido extensivamente utilizada como unidade em vibra es. Os valores de refer ncias, em cada unidade de medida s o: Unidade Comum dB acelera o 10-6 m/s 10-5 m/s velocidade 10-9 m/s 10-8 m/s deslocamento 10-12 m 10-11 m Para se avaliar um sinal vibrat rio devem ser conhecidas algumas medidas: os valores de pico, que indicam os valores m ximos, mas n o trazem qualquer informa o acerca da dura o ou tempo de movimento, particularmente usado na indica o de n veis de impacto de curta dura o; os valores m dios, que indicam apenas a m dia da exposi o sem qualquer rela o com a realidade do movimento, usado quando se quer se levar em conta um valor da quantidade f sica da amplitude em um determinado tempo.

7 O valor da raiz m dia quadr tica (rms) ou valor eficaz, que a raiz quadrada dos valores quadrados m dios dos movimentos, a mais importante medida da amplitude porque ele mostra a m dia da energia contida no movimento vibrat rio. Portanto, mostra o potencial destrutivo da vibra o; o fator de forma e o fator de crista permitem conhecer a homogeneidade do fen meno em estudo ao longo do per odo. Valores de fator de forma pr ximos de 2 indicam fen meno do tipo senoidal; o fator de crista e o fator de forma permitem conhecer a homogeneidade do fen meno em estudo ao longo do per odo. Grandes valores para o fator de crista indicam a presen a de algum pico destacado, provavelmente resultante de fen menos repetitivos a intervalos regulares; O valor pico-a-pico indica a m xima amplitude da onda e usado, por exemplo, onde o deslocamento vibrat rio da m quina parte cr tica na tens o m xima de elementos de m quina.

8 No quadro seguinte a legenda (1) indica o valor rms, (2) indica o n vel m dio, (3) indica o valor de pico a pico e (4) indica o valor de pico. As medidas s o realizadas na interface entre a pele e a fonte de vibra o. H dois tipos de sensores de vibra o: os sem contato (capacitivo e indutivo) e os com contato (eletromagn tico e piezoel trico); enquanto aqueles permitem a medi o fora do sistema vibrat rio, estes s o obrigatoriamente fixados no sistema vibrat rio. M todos sem contato, por exemplo, laser, a princ pio, s o preferidos, mas n o s o comumente utilizados em avalia es OCUPACIONAIS . O sistema b sico para medi o de vibra es composto por sensor de vibra o (transdutor), amplificador e um integrador ou diferenciador que permite a transforma o da medida em sinal el trico; o sistema ainda pode ser dotado de filtro de bandas para selecionar freq ncias espec ficas.

9 Cada segmento do corpo humano possui resposta espec fica vibra o, em fun o da freq ncia, al m do que, raramente unidirecional, da porque a necessidade de estabelecimento de eixos para mensurar a exposi o. Para vibra o de corpo inteiro, o sistema de coordenadas tem centro no tronco; para a vibra o de m os e bra os h dois sistemas: o basic ntrico, localizado na interface entre a manopla e a m o; o biodin mico, com centro no terceiro osso metacarpiano da m o. Na pr tica o sistema basic ntrico utilizado para avaliar a vibra o no equipamento e, o sistema biodin mico, cuja avalia o realizada no 3 matacarpiano da m o, considera o efeito final no membro. NORMA ISO 2631 A norma ISO 2631 de 1978 apresentava tr s limites distintos: conforto reduzido; profici ncia reduzida pela fadiga; limite de exposi o compat vel com a sa de. Atualmente, a nova ISO 2631, de 1997, n o apresenta limites de exposi o vibra o, limitando-se a definir um m todo para a avalia o de exposi o vibra o de corpo inteiro, bem como indicar os principais fatores relacionados para se determinar o n vel exposi o vibra o que seja aceit vel.

10 Uma s ntese de seus aspectos gerais s o: aus ncia de limites de exposi o vibra o; fornece guias para a verifica o de poss veis efeitos da vibra o na sa de, conforto e percep o; estabelece que a vibra o ser medida de acordo com um sistema de coordenadas que se origina no ponto onde a vibra o se incorpora ao corpo humano; determina que os transdutores ser o posicionados na interface entre o corpo humano e a fonte de vibra o; o m todo b sico utilizado da acelera o ponderada que expressa em m/s ; o valor total da acelera o ponderada da vibra o nas coordenadas ortogonais calculado pela f rmula: akakakavxwxywyzwz=++222222 Onde: awx , awy, awz s o as acelera es ponderadas dos respectivos eixos ortogonais x, y e z, respectivamente kx, ky, kz s o fatores multiplicadores (kx e ky = 1,4 e kz= 1,0) Assim, A acelera o combinada dos tr s eixos dada por: aaaxy=++141422,,az2 A maneira pela qual as vibra es afetam a sa de, conforto, percep o e enj o dependente da freq ncia.


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