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O estudo de caso como estratégia de investigação em ...

EDUSER: revista de educa o, Vol 2(2), 2010. Educa o Inova o, Investiga o em Educa o O estudo de caso como estrat gia de investiga o em educa o The case study as research strategy in education Manuel Meirinhos Instituto Polit cnico de Bragan a - Escola Superior de Educa o Ant nio Os rio Universidade do Minho - Instituto de Educa o Resumo Este trabalho descreve o estudo de caso como estrat gia de investiga o. A compreens o deste m todo, enquanto estrat gia de investiga o emergente, pode revelar-se para investigadores que queiram estudar e inovar no campo educativo. Neste sentido, descrevemos o posicionamento paradigm tico desta metodologia e procuramos a sua sistematiza o, descrevendo as suas caracter sticas, tipologia, recolha e an lise da informa o e, finalmente, o papel do investigador. Palavras chave: estudo de caso; metodologia de investiga o. Abstract This paper describes the case study as a research strategy. The understanding of this method as an emerging approach may be considered useful by researchers wanting to study and innovate in the field of education.

Inovação, Investigação em Educação caso pode ser algo bem definido ou concreto, como um indivíduo, um grupo ou uma organização, mas também pode ser algo menos definido ou definido num plano mais abstracto como, decisões, programas, processos de implementação ou mudanças organizacionais.

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1 EDUSER: revista de educa o, Vol 2(2), 2010. Educa o Inova o, Investiga o em Educa o O estudo de caso como estrat gia de investiga o em educa o The case study as research strategy in education Manuel Meirinhos Instituto Polit cnico de Bragan a - Escola Superior de Educa o Ant nio Os rio Universidade do Minho - Instituto de Educa o Resumo Este trabalho descreve o estudo de caso como estrat gia de investiga o. A compreens o deste m todo, enquanto estrat gia de investiga o emergente, pode revelar-se para investigadores que queiram estudar e inovar no campo educativo. Neste sentido, descrevemos o posicionamento paradigm tico desta metodologia e procuramos a sua sistematiza o, descrevendo as suas caracter sticas, tipologia, recolha e an lise da informa o e, finalmente, o papel do investigador. Palavras chave: estudo de caso; metodologia de investiga o. Abstract This paper describes the case study as a research strategy. The understanding of this method as an emerging approach may be considered useful by researchers wanting to study and innovate in the field of education.

2 We therefore describe the paradigmatic placement of this methodology and seek to systematize its characteristics, typology, data collection and analysis and, finally, the role of the researcher. Key words: case study; research methodology. Introdu o A investiga o suportada por estudos de caso tem vindo a incrementar-se e a ganhar maior reputa o. Esta crescente notoriedade no campo da educa o e das ci ncias sociais, muito se tem devido a autores como Yin e Stack, que embora em perspectivas n o completamente coincidentes, t m procurado aprofundar, sistematizar e credibilizar o estudo de caso no mbito da metodologia de investiga o. Neste enquadramento e a partir de diferentes fontes de informa o, procuraremos descrever o estudo de caso como estrat gia de investiga o, abordando as suas caracter sticas e problem ticas, visando facilitar sua utiliza o por parte dos investigadores que queiram construir conhecimento e inovar no mbito da educa o. Come aremos por fazer um enquadramento paradigm tico do estudo de caso, procurando de seguida sistematizar o estudo de caso, descrevendo as suas caracter sticas e tipologia.

3 Abordaremos tamb m quest es relacionadas com a recolha e an lise da informa o e com o papel do investigador, para mais frente abordarmos os instrumentos de recolha de dados e, por fim, fazermos a conclus o. Eduser: ISSN 1645-4774 49. EDUSER: revista de educa o, Vol 2(2), 2010. Educa o Inova o, Investiga o em Educa o O posicionamento paradigm tico do estudo de caso Aceitando uma dicotomia entre metodologia qualitativa e metodologia quantitativa, esta orienta-se por uma abordagem positivista. O m todo experimental (hipot tico-dedutivo). e o conhecimento extra do da realidade natural ou social est vel e quantific vel, a partir de um distanciamento entre o investigador e a realidade estudada. Em contraste, a metodologia qualitativa orienta-se por uma perspectiva mais interpretativa e construtivista. Para Denzin e Lincoln (1994), a palavra qualitativa implica uma nfase em processos e significados que n o s o examinados nem medidos (se chegarem a ser medidos) rigorosamente, em termos de quantidade, volume, intensidade ou frequ ncia ( ).

4 A express o investiga o qualitativa tem sido usada como designa o geral para todas as formas de investiga o que se baseiam principalmente na utiliza o de dados qualitativos, incluindo a etnografia, a investiga o naturalista, os estudos de caso, a etnometodologia, a metodologia de hist rias de vida, as aproxima es biogr ficas e a investiga o narrativa (Rodr guez et al., 1999). Tamb m Bogdan e Bilken (1994) utilizam a express o investiga o qualitativa como termo gen rico para agrupar diversas estrat gias de investiga o que partilham determinadas caracter sticas. Nesta investiga o, os dados recolhidos s o designados por qualitativos, o que significa ricos em fen menos descritivos relativamente a pessoas, locais e conversas, e de complexo tratamento estat stico (Bogdan e Bilken, 1994, ). As quest es a investigar n o se estabelecem mediante a operacionaliza o de vari veis mas s o, antes, formuladas com o objectivo de estudar fen menos com toda a sua complexidade em contexto natural.

5 As abordagens metodologia qualitativa sofrem apresentam varia es conforme as interpreta es dos autores, mas aproximam-se nos aspectos fundamentais. Stake (1999) assinala tr s diferen as importantes entre a perspectiva qualitativa e quantitativa da investiga o: i) a distin o entre explica o e compreens o; ii) a distin o entre fun o pessoal e impessoal do investigador; iii) a distin o entre conhecimento descoberto e constru do. Em rela o ao primeiro aspecto, a distin o assenta no tipo de conhecimento que se pretende. Para este autor, a distin o n o est directamente relacionada com a diferen a entre dados qualitativos e dados quantitativos, mas sim no facto de na investiga o quantitativa se destacar a explica o e o controlo. Os m todos de investiga o quantitativos surgiram do processo cient fico da rela o causa-efeito, para estabelecer generaliza es Eduser: ISSN 1645-4774 50. EDUSER: revista de educa o, Vol 2(2), 2010. Educa o Inova o, Investiga o em Educa o aplic veis a diversas situa es.

6 Do ponto de vista da investiga o qualitativa, procura-se a compreens o das complexas inter-rela es que acontecem na vida real. Sobre a segunda distin o, Stake (1999) assinala que nos modelos quantitativos habituais o investigador exerce um esfor o para limitar a sua fun o de interpreta o pessoal, desde que se inicia o desenho da investiga o at que se analisam estatisticamente os dados. Trata-se de um per odo que se deve pautar pela aus ncia de valores. Na investiga o quantitativa, as perguntas procuram a rela o entre um pequeno n mero de vari veis. O. esfor o vai para a operacionaliza o dessas vari veis e para reduzir ao m nimo o efeito da interpreta o, at que os dados estejam analisados. Aqui importante que a interpreta o n o mude o rumo da investiga o. Por outro lado, os modelos qualitativos sugerem que o investigador esteja no trabalho de campo, fa a observa o, emita ju zos de valor e que analise. Na investiga o qualitativa, essencial que a capacidade interpretativa do investigador nunca perca o contacto com o desenvolvimento do acontecimento.

7 Outro aspecto caracter stico (Stake, 1999) da investiga o qualitativa que direcciona os aspectos da investiga o para casos ou fen menos em que as condi es contextuais n o se conhecem ou n o se controlam. A terceira distin o assenta no posicionamento epistemol gico e relaciona-se com a problem tica das realidades m ltiplas, na medida em que, para Stake (1999), a realidade n o pode ser descoberta, mas sim interpretada e constru da. Ou seja, em qualquer investiga o n o existe descoberta de conhecimento, como pretens o da investiga o quantitativa, mas sim constru o de conhecimento. Desta forma, a investiga o quantitativa procura a l gica da descoberta e a investiga o qualitativa a l gica da constru o do conhecimento. Muitos autores n o aceitam a dicotomia na investiga o qualitativa/quantitativa e sustentam a exist ncia de um cont nuo entre esses dois tipos de investiga o (Lessard- H bert et al., 2005). Existem tamb m autores, como por exemplo Yin (1993, 2005) e Flick (2004), que salientam a relev ncia de utilizar, em alguns m todos de investiga o, simultaneamente dados qualitativos e quantitativos.

8 A utiliza o de dados qualitativos e quantitativos, na mesma investiga o, vai no sentido de olhar para estas metodologias como complementares e n o como opostas ou rivais. O estudo de caso como estrat gia de investiga o O estudo de caso como estrat gia de investiga o abordado por v rios autores, como Yin (1993 e 2005), Stake (1999), Rodr guez et al. (1999), entre outros, para os quais, um Eduser: ISSN 1645-4774 51. EDUSER: revista de educa o, Vol 2(2), 2010. Educa o Inova o, Investiga o em Educa o caso pode ser algo bem definido ou concreto, como um indiv duo, um grupo ou uma organiza o, mas tamb m pode ser algo menos definido ou definido num plano mais abstracto como, decis es, programas, processos de implementa o ou mudan as organizacionais. Nesta sec o procuramos alguma sistematiza o das caracter sticas e categoriza o dos estudos de caso, bem como dos aspectos de recolha de informa o e do papel do investigador, que possam contribuir, com algum fundamento, para o nosso projecto de estudo de caso.

9 As caracter sticas dos estudos de caso Os estudos de caso, na sua ess ncia, parecem herdar as caracter sticas da investiga o qualitativa. Esta parece ser a posi o dominante dos autores que abordam a metodologia dos estudos de caso. Neste sentido, o estudo de caso rege-se dentro da l gica que guia as sucessivas etapas de recolha, an lise e interpreta o da informa o dos m todos qualitativos, com a particularidade de que o prop sito da investiga o o estudo intensivo de um ou poucos casos (Latorre et al., 2003). A vantagem do estudo de caso a sua aplicabilidade a situa es humanas, a contextos contempor neos de vida real (Dooley, 2002). Dooley (2002) refere ainda que: Investigadores de v rias disciplinas usam o m todo de investiga o do estudo de caso para desenvolver teoria, para produzir nova teoria, para contestar ou desafiar teoria, para explicar uma situa o, para estabelecer uma base de aplica o de solu es para situa es, para explorar, ou para descrever um objecto ou fen meno (p.)

10 343-344). Apesar de alguma diferencia o, por vezes conceptual, conforme o enquadramento epistemol gico dos autores, existe contudo, na bibliografia, um conjunto de caracter sticas que ajudam a dar forma metodologia dos estudos de caso, como a natureza da investiga o em estudo de caso, o seu car cter hol stico, o contexto e sua rela o com o estudo , a possibilidade de poder fazer generaliza es, a import ncia de uma teoria pr via e o seu car cter interpretativo constante. Sobre a natureza da investiga o em estudos de caso, conforme a opini o de Latorre et al. (2003), para al m do estudo de caso ser visto com mais nfase nas metodologias qualitativas, isso n o significa, que n o possam contemplar perspectivas mais quantitativas. Stake (1999) refere que a distin o de m todos qualitativos e quantitativos uma quest o de nfase, j que a realidade uma mistura de ambos. Este autor reconhece tamb m a exist ncia de estudos de caso quantitativos, mas salienta que n o s o tanto do seu interesse.


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