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PROPAGAÇÃO VEGETATIVA - Embrapa

PROPAGA O VEGETATIVA . Ivar Wendling1. A propaga o VEGETATIVA consiste em multiplicar assexuadamente partes de plantas (c lulas, tecidos, rg os ou prop gulos), originando indiv duos geralmente id nticos . planta-m e. uma t cnica que est sendo cada vez mais adotada em n vel mundial, principalmente por sua maior efetividade em capturar os ganhos gen ticos obtidos dos programas de melhoramento. De modo geral, dentre as principais vantagens da propaga o VEGETATIVA de esp cies florestais podem ser citadas a forma o de plantios clonais de alta produtividade e uniformidade, a melhoria da qualidade da madeira e de seus produtos, a multiplica o de indiv duos resistentes a pragas e doen as e adaptados a s tios espec ficos e a transfer ncia, de gera o para gera o, dos componentes gen ticos aditivos e n o-aditivos, o que resulta em maiores ganhos dentro de uma mesma gera o de sele o. Entre as principais desvantagens da propaga o VEGETATIVA de esp cies florestais podem ser citadas o risco de estreitamento da base gen tica dos plantios clonais, quando da utiliza o de pequeno n mero de clones, a n o-ocorr ncia de ganhos gen ticos adicionais a partir da primeira gera o de sele o, a dificuldade de obten o de enraizamento em algumas esp cies ou clones e a dificuldade de ocorr ncia de enraizamento em plantas n o-juvenis.

de Eucalyptus spp. e a mais difundida entre as empresas florestais (Gomes, 1987; Xavier & Comério, 1996), embora, segundo Assis (1996a), sua utilização não seja viável técnica e economicamente para todas as espécies florestais. Os trabalhos de propagação vegetativa por estaquia do gênero Eucalyptus, em

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1 PROPAGA O VEGETATIVA . Ivar Wendling1. A propaga o VEGETATIVA consiste em multiplicar assexuadamente partes de plantas (c lulas, tecidos, rg os ou prop gulos), originando indiv duos geralmente id nticos . planta-m e. uma t cnica que est sendo cada vez mais adotada em n vel mundial, principalmente por sua maior efetividade em capturar os ganhos gen ticos obtidos dos programas de melhoramento. De modo geral, dentre as principais vantagens da propaga o VEGETATIVA de esp cies florestais podem ser citadas a forma o de plantios clonais de alta produtividade e uniformidade, a melhoria da qualidade da madeira e de seus produtos, a multiplica o de indiv duos resistentes a pragas e doen as e adaptados a s tios espec ficos e a transfer ncia, de gera o para gera o, dos componentes gen ticos aditivos e n o-aditivos, o que resulta em maiores ganhos dentro de uma mesma gera o de sele o. Entre as principais desvantagens da propaga o VEGETATIVA de esp cies florestais podem ser citadas o risco de estreitamento da base gen tica dos plantios clonais, quando da utiliza o de pequeno n mero de clones, a n o-ocorr ncia de ganhos gen ticos adicionais a partir da primeira gera o de sele o, a dificuldade de obten o de enraizamento em algumas esp cies ou clones e a dificuldade de ocorr ncia de enraizamento em plantas n o-juvenis.

2 O grau de sucesso obtido na propaga o VEGETATIVA influenciado pela esp cie/clone, pela esta o do ano, pelas condi es fisiol gicas da planta-m e, pelas varia es nas condi es clim ticas, pela posi o do prop gulo na planta-m e, pelo tamanho, pelo tipo e pela hora de coleta do prop gulo, pelo meio de enraizamento, pelas subst ncias de crescimento e pelos fungicidas. Essas varia es originam-se de uma intera o de fatores externos e internos inerentes, presentes nas c lulas das plantas, bem como de subst ncias transloc veis produzidas nas folhas e gemas, como as auxinas, os carboidratos, os compostos nitrogenados, as vitaminas, entre outras, sendo tais varia es ainda pouco esclarecidas em esp cies lenhosas. Embora a maioria dos fatores envolvidos na propaga o VEGETATIVA de plantas tenha sido identificada, ainda h car ncia na compreens o da import ncia individual, da intera o destes fatores no processo de propaga o e da fisiologia do processo. 1. Engo. Florestal, Doutor, pesquisador da Embrapa Florestas, Colombo-PR 1.

3 Fatores que interferem na propaga o VEGETATIVA Entre os principais fatores que interferem na propaga o VEGETATIVA de plantas, t m-se: matura o/juvenilidade dos prop gulos, nutri o mineral da planta matriz, reguladores de crescimento, luminosidade, temperatura, umidade, t cnica de propaga o, entre outros. M todos de propaga o VEGETATIVA de esp cies florestais Embora a propaga o VEGETATIVA de eucalyptus seja relativamente recente, v rios m todos t m sido desenvolvidos desde seu in cio. Atualmente, os principais m todos usados e, ou, com potencial de utiliza o futura, em n vel comercial, s o: estaquia, micropropaga o, microestaquia e miniestaquia. Estaquia A estaquia uma t cnica que consiste em promover o enraizamento de partes da planta, podendo ser ramos, ra zes, folhas e at mesmo fasc culos, no caso de Pinus spp. Ainda a t cnica de maior viabilidade econ mica para o estabelecimento de plantios clonais de eucalyptus spp. e a mais difundida entre as empresas florestais (Gomes, 1987; Xavier &.)

4 Com rio, 1996), embora, segundo Assis (1996a), sua utiliza o n o seja vi vel t cnica e economicamente para todas as esp cies florestais. Os trabalhos de propaga o VEGETATIVA por estaquia do g nero eucalyptus , em escala experimental, segundo Fielding & Pryor, citados por Eldridge et al. (1994), mostraram os primeiros sucessos a partir de 1948, em Camberra, Austr lia. J em n vel comercial, segundo Assis (1996a), tiveram in cio em Marrocos, nos anos 50. Intensos trabalhos experimentais sobre a estaquia de eucalyptus deglupta come aram a ser desenvolvidos em 1967, na Nova Guin , e sob condi es ambientais controladas, a partir de 1969, em Camberra, na Austr lia (Davidson, citado por Eldridge et al., 1994). No Brasil, os trabalhos pioneiros com o enraizamento de estacas de eucalyptus , em n vel experimental, realizados com sucesso, remontam ao ano de 1975, tendo a t cnica sido adotada em escala comercial quatro anos mais tarde. O enraizamento de estacas envolve a regenera o de meristemas radiculares diretamente a partir dos tecidos associados com o tecido vascular, ou a partir do tecido caloso formado na base da estaca, sendo a indu o da regenera o radicular fun o da esp cie, do gen tipo e do n vel de matura o da planta doadora.

5 Quanto ao processo de estaquia, Paiva & Gomes (1995) relataram que, ap s realizada a sele o da rvore-matriz, ela cortada, visando a produ o de brotos que s o enraizados em casa de vegeta o. As brota es podem ser colhidas no campo, no caso de rvores selecionadas em plantios comerciais, ou no jardim clonal, que a segunda etapa do processo. As estacas permanecem na casa de vegeta o por um per odo de 20 a 45 dias, dependendo da regi o, da poca do ano e da esp cie envolvida. Quando as estacas estiverem enraizadas em casa de vegeta o, estas ser o aclimatadas em casa de sombra e, em seguida, transferidas para um local de pleno sol, onde completar o seu desenvolvimento e receber o os tratamentos finais antes de serem levadas ao campo. Normalmente, as mudas produzidas por enraizamento de estacas est o aptas a serem plantadas quando atingem de 90 a 120 dias de idade. 2. Por causa das dificuldades de propaga o VEGETATIVA encontradas em algumas esp cies, principalmente no que envolve material adulto e varia o entre gen tipos (Assis, 1997), houve a necessidade de serem desenvolvidas as t cnicas de micropropaga o (Bonga & Von Aderkas, 1992).

6 Micropropaga o A micropropaga o uma t cnica de reprodu o de plantas a partir de rg os diferenciados, podendo ser: gemas, embri es ou hipoc tilos (Eldridge et al., 1994), partes de rg os ou simples c lulas (Gomes, 1987), em cultura est ril (Eldridge et al., 1994) e in vitro (McCown, 1987). uma t cnica que oferece excelentes possibilidades para propaga o comercial de plantas, possibilitando a obten o de grande n mero de indiv duos a partir de poucas matrizes, em curto espa o de tempo e em reduzida rea de laborat rio (Bonga & Von Aderkas, 1992). Pode tamb m auxiliar em programas de melhoramento, possibilitando a antecipa o em d cadas dos resultados finais (Paiva & Gomes, 1995; Xavier et al., 1997). Entretanto, segundo Bonga & Von Aderkas (1992) e Xavier & Wendling (1998), o uso da micropropaga o na produ o comercial de mudas de esp cies florestais ainda n o se justificou t cnica e economicamente, embora Ratnieks & Assis (1993) tenham recomendado sua utiliza o, neste caso, para esp cies e h bridos de eucalyptus de alto valor comercial e de dif cil enraizamento.

7 Chaperon (1987) citou tr s situa es em que a micropropaga o de eucalyptus tem sido usada: 1) quando outras t cnicas de propaga o VEGETATIVA n o apresentam resultados satisfat rios para determinadas esp cies, 2) quando a rvore selecionada n o pode ser rejuvenescida por meio da promo o de brota es basais ( rvore protegida em parques ou em propriedades particulares) e 3) quando se deseja aumentar a taxa de propaga o e abreviar o tempo para seu uso comercial. Aliada a estas aplica es, Bonga & Von Aderkas (1992) citaram a possibilidade da criopreserva o de tecidos por longos per odos, a remo o de pat genos de prop gulos e o maior controle das condi es ambientais. Com o avan o das t cnicas de propaga o VEGETATIVA de plantas a micropropaga o torna-se cada vez mais uma poderosa ferramenta para programas de melhoramento gen tico, por meio de t cnicas como a embriog nese som tica, cultura de rg os, fus o de protoplastos e cultura de embri es (Ratnieks & Assis, 1993). O sucesso na propaga o de material adulto de v rias esp cies de eucalyptus indica que a micropropaga o pode ser usada para o rejuvenescimento de material adulto (Bonga & Von Aderkas, 1992; Eldridge et al.

8 , 1994; Xavier et al., 1997). Atualmente, com o advento da microestaquia, esta t cnica tem merecido especial aten o, visando a forma o de jardins microclonais, os quais constituem a base para o processo de microestaquia de eucalyptus . Microestaquia A microestaquia uma t cnica de propaga o VEGETATIVA na qual s o utilizados prop gulos (microestacas) rejuvenescidos em laborat rio de micropropaga o, para serem posteriormente enraizados, visando a obten o de mudas. baseada no m ximo aproveitamento da juvenilidade dos prop gulos vegetativos, cuja origem, desenvolvimento e 3. aplica o em eucalyptus se devem, principalmente, aos trabalhos realizados por Assis et al. (1992), Assis (1996b) e Xavier & Com rio (1996). Segundo Xavier & Com rio (1996) e Com rio et al. (1996), de forma resumida, os seguintes procedimentos s o adotados na produ o de mudas pelo sistema de microestaquia, para eucalyptus spp.: a) as partes a reas alongadas in vitro (laborat rio de micropropaga o) s o enraizadas em casa de vegeta o (perman ncia de 15 dias), aclimatadas em casa de sombra (perman ncia de dez dias) e aos 20 dias, em pleno sol, faz- se a primeira coleta de microestacas ( pices das mudas de 3 a 5 cm de tamanho), b) estas microestacas coletadas s o enraizadas em casa de vegeta o, seguindo o processo normal de forma o de mudas micropropagadas (casa de vegeta o = 15 dias, casa de sombra =.

9 10 dias, pleno sol = de 50 a 60 dias) e c) a parte basal da muda podada (microcepa), ap s 15 - 20 dias, emite novas brota es, que ser o novamente coletadas, formando um jardim microclonal para fornecimento de microestacas em intervalos regulares de coleta. Segundo Assis (1996b) e Xavier & Com rio (1996), o jardim microclonal localiza-se em tubetes sobre mesas met licas no viveiro, o que permite o melhor manejo e controle, bem como maior produ o de prop gulos, com maior grau de juvenilidade. Como qualquer outra t cnica de propaga o de plantas, a microestaquia tamb m apresenta vantagens e desvantagens quando comparada t cnica da estaquia convencional de eucalyptus spp. Entre as principais vantagens podem-se destacar os maiores ndices de enraizamento obtidos (Com rio et al., 1996; Assis, 1997), a supress o de gastos com jardins clonais (Com rio et al., 1996; Assis, 1996b), a melhor qualidade do sistema radicular (Assis, 1997) em termos de vigor, uniformidade, volume, aspecto e formato, a maior taxa de crescimento e sobreviv ncia das mudas no campo (Com rio et al.

10 , 1996; Xavier et al., 1997), a n o-necessidade da aplica o de reguladores de crescimento para enraizamento (Assis, 1996; Xavier & Com rio, 1996; Assis, 1997), a maior homogeneidade dos plantios comerciais e, conseq entemente, a maior produtividade e qualidade florestal (Com rio et al., 1996). Entre as desvantagens, pode-se destacar a maior sensibilidade das microestacas s condi es ambientais (Assis, 1996b; Assis, 1997), embora ainda haja car ncia de estudos nesta rea. Uma das limita es da t cnica de microestaquia, segundo Assis (1996b), Com rio et al. (1996) e Assis (1997), a necessidade de mudas rejuvenescidas pela micropropaga o, que dependente, portanto, da exist ncia de laborat rio de cultura de tecidos, o que pode onerar a produ o de mudas, al m de limitar a sua utiliza o, por causa das dificuldades de rejuvenescimento de algumas esp cies/clones. Miniestaquia Partindo do princ pio de que a instala o e a manuten o de um laborat rio de micropropaga o, visando o rejuvenescimento de clones para atender ao processo de microestaquia, s o relativamente onerosas, come ou a ser desenvolvida, recentemente, a t cnica de miniestaquia.


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