Example: air traffic controller

Brincar para Comunicar: A ludicidade como forma …

Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunica o X Congresso de Ci ncias da Comunica o na Regi o Nordeste S o Luis, MA 12 a 14 de junho de 2008. 1 Brincar para Comunicar: A ludicidade como forma de Socializa o das Crian as 1 Leide OLIVEIRA2 Emilene SOUSA 3 Universidade Federal do Maranh o, Imperatriz, MA Resumo Este artigo visou analisar a import ncia do Brincar para a garantia da comunica o das crian as e de sua socializa o. O tema Brincar est associado inf ncia porque na inf ncia que a brincadeira se inaugura. A id ia do Brincar uma qualidade da rela o que o indiv duo estabelece com os objetos do mundo exterior. Logo, o ato de Brincar ocupa o interst cio entre a ilus o e o real.

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação X Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste – São Luis, MA – 12 a 14 de junho de 2008.

Tags:

  Brincar

Information

Domain:

Source:

Link to this page:

Please notify us if you found a problem with this document:

Other abuse

Transcription of Brincar para Comunicar: A ludicidade como forma …

1 Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunica o X Congresso de Ci ncias da Comunica o na Regi o Nordeste S o Luis, MA 12 a 14 de junho de 2008. 1 Brincar para Comunicar: A ludicidade como forma de Socializa o das Crian as 1 Leide OLIVEIRA2 Emilene SOUSA 3 Universidade Federal do Maranh o, Imperatriz, MA Resumo Este artigo visou analisar a import ncia do Brincar para a garantia da comunica o das crian as e de sua socializa o. O tema Brincar est associado inf ncia porque na inf ncia que a brincadeira se inaugura. A id ia do Brincar uma qualidade da rela o que o indiv duo estabelece com os objetos do mundo exterior. Logo, o ato de Brincar ocupa o interst cio entre a ilus o e o real.

2 Neste espa o ocorre o tr fego entre o interior e o exterior, j que o Brincar resulta da liminaridade entre objetividade e subjetividade. Um dos aspectos constituintes do ato de Brincar o fato de que o objeto para a crian a deixa de ser apenas objeto de a o e se transforma em objeto de conhecimento e de comunica o. A brincadeira a forma que as crian as encontram para representarem o contexto no qual est o inseridas, garantindo assim a sua comunica o e socializa o. Palavras-chave: ludicidade ; inf ncia; crian as; comunica o; socializa o. A socializa o como forma de comunica o das crian as Entre os sinais diacr ticos que definem a inf ncia, a ludicidade sempre se destacou uma vez que esta fase do ciclo de vida compreendida como a fase, por excel ncia, da viv ncia do l dico.

3 Assim, a literatura antropol gica existente sobre a inf ncia entende que o apelo ao l dico uma marca da inf ncia e sempre que for dada crian a a chance de agir ela formatar sua a o ludicamente. A import ncia da ludicidade para as crian as de qualquer cultura se d pelo fato de que a inf ncia o momento em que se inaugura o processo de socializa o na vida do indiv duo, devendo permanecer este processo ao longo de toda a sua vida. Mas no primeiro momento, na inf ncia, que a socializa o aparece em seu furor. E esta socializa o infantil se utiliza especialmente do ludismo para garantir a sua efetiva o. 1 Trabalho apresentado no GT Media es e Interfaces Comunicacionais, do Iniciacom, evento componente do X Congresso de Ci ncias da Comunica o na Regi o Nordeste.

4 2 Estudante de Gradua o 3 . Per odo do Curso de Comunica o Social/Jornalismo, Bolsista da FAPEMA, email: 3 Orientadora do trabalho. Prof . Msc. Emilene Leite de Sousa, Professora Assistente da UFMA, email: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunica o X Congresso de Ci ncias da Comunica o na Regi o Nordeste S o Luis, MA 12 a 14 de junho de 2008. 2 Como nos diz Simmel (1983) ao tratar da forma l dica da sociabilidade, por mais s rio que seja o conte do, seja ele aprendizagem, trabalho ou religiosidade, a forma da sociabilidade sempre l dica, o que garante a socializa o das crian as em quaisquer circunst ncias por meio das brincadeiras. Apesar da import ncia da ludicidade para as crian as ser algo ineg vel, poucos estudos sobre a inf ncia dedicam-se a investigar a cultura l dica entre crian as.

5 Ainda assim, quando isso ocorre, recebe lugar de destaque a inf ncia urbana, por conta dos aparatos de que disp em para a garantia da ludicidade de suas crian as. A inf ncia vivenciada nas grandes cidades rica em objetos e espa os para a viv ncia da ludicidade , como demonstrado em artigo recente (Sousa, 2007). No que se refere inf ncia, al m de escassos, os estudos que tratam da cultura l dica das crian as, geralmente caem na armadilha de isolar a ludicidade dos demais aspectos culturais do universo em que est o inseridas as crian as. Assim, estes estudos em geral n o fazem mais do que descrever brinquedos e brincadeiras sem transformar o universo l dico das crian as em categoria anal tica.

6 Perde-se de vista, desse modo, a import ncia deste universo para a cultura geral, al m da an lise da socializa o pela ludicidade . A ludicidade , tal qual a inf ncia, um construto cultural. Ela foi pensada como principal meio de socializa o das crian as no mundo dos adultos. Por essa raz o, a experi ncia de uma crian a com a ludicidade vai estar fundamentada na cultura geral em que ela est inserida, modificando-se a cultura l dica de uma sociedade para outra. Tendo como inv lucro a cultura geral e como fim a socializa o, a ludicidade rica em significados, ela permite crian a que a vivencia, a experi ncia de ser crian a, fazer parte da cultura adulta e preparar-se para assumir um papel, uma fun o social na comunidade de que participa.

7 Por essa raz o, a cultura l dica de um povo revela muito sobre ele, sobre o lugar das crian as em sua sociedade, sobre o modo como elas s o ensinadas, socializadas e sobre em que circunst ncias o mundo adulto e infantil se encontram. Como constru o cultural, e portanto vari vel, a ludicidade se modifica principalmente a depender do local em que se realiza. Com base nisso que esta pesquisa se prop e a verificar a cultura l dica das crian as com fins de apreender como se d a utiliza o dos brinquedos de que disp em ; se s o adquiridos de fora de sua cultura; que brincadeiras s o realizadas por elas nos mais diversos momentos do seu cotidiano; e qual a fun o que a brincadeira e o brinquedo cumprem no processo de socializa o destas crian as.

8 Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunica o X Congresso de Ci ncias da Comunica o na Regi o Nordeste S o Luis, MA 12 a 14 de junho de 2008. 3 Verificar a viv ncia do l dico pelas crian as exige uma an lise do significado do Brincar , o brinquedo e a brincadeira, uma vez que o l dico tem sido associado sempre a estes elementos. A mente l dica do ser humano transforma, desde tenra idade, os objetos em s mbolos que lhe d o prazer, nisto consiste o Brincar , o brinquedo e a brincadeira. Segundo Winnicott (1975), o Brincar deve ser estudado como um tema em si mesmo, devendo haver, pois, um novo enunciado para o Brincar . De acordo com este autor, o Brincar universal e se apresenta como um dos principais condutores aos relacionamentos grupais entre as crian as.

9 Na perspectiva de Rosa (1998), o tema Brincar est associado inf ncia porque a brincadeira uma atividade t pica mas n o exclusiva da crian a; e na inf ncia que ela se inaugura. A id ia da brincadeira e do Brincar uma qualidade de rela o que o indiv duo estabelece com os objetos do mundo externo. Estes objetos se constituem na possibilidade de uma abertura de um campo onde os aspectos da subjetividade se encontram com os elementos da realidade externa para possibilitar uma experi ncia criativa com o conhecimento. Desta forma a crian a brinca com a realidade e assim constr i um universo particular, dando outra significa o ao cotidiano, incorporando s suas viv ncias uma m stica que enfatiza sua sensibilidade pelo mundo material.

10 Penso, a partir disso, no que as crian as fazem quando est o brincando. Segundo Furth (apud Rosa), a crian a substitui, durante o Brincar , um objeto real (carro, navio, avi o, cavalo) por qualquer outro objeto que seja capaz de represent -lo (pode ser um peda o de madeira que move acompanhando com um ru do da boca; um cabo de vassoura onde pode montar e galopar). Encontramos aqui dois aspectos constitutivos do ato de Brincar . O objeto para a crian a deixa de ser um objeto de a o para se transformar num objeto de conhecimento; este objeto j possui um significado para a crian a e por isso, pode agora ser simbolizado por um objeto substituto. Deste modo, a constru o do s mbolo pela crian a amplia a sua capacidade de Brincar e de tirar proveito das brincadeiras na medida em que ela tem consci ncia da simula o inerente ao jogo simb lico e ela n o apenas brinca, mas tem inten o de Brincar .


Related search queries