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Envelhecimento ativo e promoção da saúde - ufjf.br

Envelhecimento ativo E PROMO O DA SA DE: REFLEX O PARA AS A ES EDUCATIVAS COM IDOSOS Aging Actively and Health promotion: a reflection on educational activities with the elderly M nica de Assis * Resumo O artigo aborda duas tem ticas emergentes e estrat gicas da pol tica de sa de em n vel mundial: o Envelhecimento saud vel ou ativo e sua interface com o referencial conceitual contempor neo da promo o da sa de. Com base nesse debate, suscitado no processo de avalia o de uma experi ncia desenvolvida em um servi o ambulatorial de sa de, apresenta uma reflex o para as a es educativas com idosos, luz de princ pios da Educa o Popular em Sa de. A argumenta o proposta que a abordagem do autocuidado pode potencializar a participa o pol tica, na medida em que busque integrar dimens es objetivas e subjetivas da sa de, politizando seus determinantes sociais e partilhando com os idosos suas formas de compreens o e resist ncia, suas dificuldades e potencialidades no lidar com a sa de e cidadania no processo

1 a partir do qual se poderá considerar os ganhos na expectativa de vida como valiosa conquista humana e social. A longevidade com qualidade de vida é um ideal convergente com premissas da

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1 Envelhecimento ativo E PROMO O DA SA DE: REFLEX O PARA AS A ES EDUCATIVAS COM IDOSOS Aging Actively and Health promotion: a reflection on educational activities with the elderly M nica de Assis * Resumo O artigo aborda duas tem ticas emergentes e estrat gicas da pol tica de sa de em n vel mundial: o Envelhecimento saud vel ou ativo e sua interface com o referencial conceitual contempor neo da promo o da sa de. Com base nesse debate, suscitado no processo de avalia o de uma experi ncia desenvolvida em um servi o ambulatorial de sa de, apresenta uma reflex o para as a es educativas com idosos, luz de princ pios da Educa o Popular em Sa de. A argumenta o proposta que a abordagem do autocuidado pode potencializar a participa o pol tica, na medida em que busque integrar dimens es objetivas e subjetivas da sa de, politizando seus determinantes sociais e partilhando com os idosos suas formas de compreens o e resist ncia, suas dificuldades e potencialidades no lidar com a sa de e cidadania no processo de Envelhecimento .

2 Palavras-chave: Envelhecimento da Popula o; Promo o da Sa de; Educa o em Sa de; Autocuidado; qualidade de Vida. Abstract This article deals with two emerging strategic themes of health policies on a worldwide bases: health or active aging and its interface with the contemporary conceptual reference of health promotion. Based on this debate, raised during the evaluation of an ambulatory health service experience, the article reflects on educational activities with the elderly in light of the principles of Popular Health Education. The argumentation herein proposed is that the question of self-care can potentialize political participation, insofar as it seeks to integrate objective and subjective dimensions of health, politicizing the social determinants and sharing with the elderly forms of comprehension and resistance, their difficulties and potential for dealing with health and citizenship during the aging process.

3 Key words: Demograpgic Aging; Health Promotion; Health Education; Self Care; Quality of Life. Introdu o A aten o para as quest es de sa de no Envelhecimento tem crescido nas ltimas d cadas em virtude do aumento da longevidade da popula o mundial, sem precedente na hist ria. Em todo mundo, e especialmente nos pa ses perif ricos marcados por acentuada pobreza e desigualdades, a busca de qualidade de vida dos idosos emerge como desafio por ser o horizonte Assistente social e sanitarista, doutora em Sa de P blica. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Endere o: Rua Camarista M ier 636 bloco 2 / Engenho de Dentro, Rio de Janeiro / RJ Cep.

4 20730-230. Tels: (21) 38999524 : Revista APS, , , p. 15-24, 2005 1a partir do qual se poder considerar os ganhos na expectativa de vida como valiosa conquista humana e social. A longevidade com qualidade de vida um ideal convergente com premissas da promo o da sa de, uma id ia antiga na sa de p blica que, nas ltimas duas d cadas, tem sido apontada como estrat gia mais ampla e apropriada para enfrentar os problemas de sa de do mundo contempor neo (TERRIS, 1996). O conceito emerge como paradigma para as pol ticas p blicas no sentido de ampliar o foco de aten o para dimens es positivas da sa de, al m do controle de doen as. A reflex o proposta neste artigo articula o debate conceitual sobre promo o da sa de do Envelhecimento a uma perspectiva para as a es educativas com idosos, tendo por refer ncia a experi ncia da autora no desenvolvimento e na avalia o do projeto de promo o da sa de, realizado h nove anos pela equipe interdisciplinar do ambulat rio N cleo de Aten o ao Idoso, unidade docente-assistencial do Hospital Universit rio Pedro Ernesto, vinculada Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI), da UERJ.

5 O projeto consiste de duas linhas de a o integradas: o grupo Encontros com a Sa de, que re ne idosos ao longo de tr s meses para a discuss o de temas relacionados sa de no Envelhecimento ; e a Avalia o Multidimensional de Sa de e qualidade de Vida, instrumento de pesquisa e de a o educativa em n vel individual, aplicada paralelamente ao grupos. A estrat gia desenvolver modelos que possam ser implantados nos servi os de sa de e em outros espa os da sociedade, em resposta s demandas sociais geradas pelo Envelhecimento populacional brasileiro. A a o educativa no projeto orienta-se por princ pios da Educa o Popular em Sa de e seu horizonte ampliar espa os de debate que estimulem os idosos a pensar a rela o corpo/vida e a atuar na dire o de integrar o fazer individual e coletivo que envolve a sa de.

6 Acredita-se que tal tica possibilita operar com uma vis o integradora da promo o da sa de, que articule a abordagem do auto-cuidado s necessidades sociais e ao fomento da participa o popular na viabiliza o dos direitos de cidadania (ASSIS, 2004). Assumindo este pressuposto, o texto pretende oferecer uma contribui o acerca do sentido tico-pol tico das a es educativas com idosos, cada vez mais oportunas no cen rio nacional, especialmente no n vel da aten o prim ria sa de. 1. Sa de do idoso e Envelhecimento ativo O Envelhecimento humano um processo universal, progressivo e gradual. Trata-se de uma experi ncia diversificada entre os indiv duos, para a qual concorre uma multiplicidade de fatores de ordem gen tica, biol gica, social, ambiental, psicol gica e cultural.

7 N o h uma correspond ncia linear entre idade cronol gica e idade biol gica. A variabilidade individual e os Revista APS, , , p. 15-24, 2005 2ritmos diferenciados de Envelhecimento tendem a acentuar-se conforme as oportunidades e constrangimentos vigentes sob dadas condi es sociais (FERRARI, 1999). Considerando velhice e Envelhecimento como realidades heterog neas, N ri e Cachioni (1999) afirmam as poss veis varia es em sua concep o e viv ncia conforme tempos hist ricos, culturas, classes sociais, hist rias pessoais, condi es educacionais, estilos de vida, g neros, profiss es e etnias, dentre outros. Ressaltam a import ncia de compreender tais processos como ac mulo de fatos anteriores, em permanente intera o com m ltiplas dimens es do viver.

8 A observa o de padr es diferenciados de Envelhecimento e a busca por compreender os determinantes da longevidade com qualidade de vida t m motivado estudos na linha de compreens o do que constituiria o bom envelhecer. Na revis o de N ri e Cachioni (1999) s o apresentadas poss veis classifica es acerca de padr es de velhice e admite-se que nenhuma isenta de limita es e confus es. A primeira delas considera velhice normal como aquela caracterizada por perdas e altera es biol gicas, psicol gicas e sociais pr prias velhice, mas sem patologias; velhice tima seria a possibilidade de sustentar um padr o compar vel ao de indiv duos mais jovens; e velhice patol gica corresponderia presen a de s ndromes t picas da velhice ou do agravamento de doen as preexistentes (BALTES; BALTES, 1990, apud N RI; CACHIONI, 1999).

9 Em outra ordena o, Envelhecimento prim rio ou normal identificado com as mudan as irrevers veis, progressivas e universais, por m n o patol gicas; Envelhecimento secund rio corresponderia s mudan as causadas por doen as relacionadas idade por fatores intr nsecos e extr nsecos; e Envelhecimento terci rio equivaleria ao decl nio terminal na velhice avan ada. Dentre as quest es que cercam o Envelhecimento , a sa de aparece como elemento balizador pelo seu forte impacto sobre a qualidade de vida, constituindo-se como uma das principais fontes de estigmas e preconceitos em rela o velhice. A representa o negativa, normalmente associada ao Envelhecimento , tem como um de seus pilares o decl nio biol gico, ocasionalmente acompanhado de doen as e dificuldades funcionais com o avan ar da idade.

10 Conforme Scrutton (1992), no imagin rio popular de sa de na idade avan ada, refor ado pela pr pria medicina, velhice associada com crescente mal-estar, doen a e depend ncia, aceitas como caracter sticas normais e inevit veis desta fase. Em que pese o desgaste dos anos, o decl nio fisiol gico na velhice n o determina inevitavelmente doen a e incapacidade, pois o organismo trabalha com n veis de reserva e super vit (LAZAETA, 1994). Al m disso, como afirma a autora, poss vel controlar problemas de sa de comuns nessa etapa atrav s de assist ncia adequada, possibilitando ao idoso conviver com eventuais limita es ou doen as, preservando uma perspectiva de vida pessoal e social.


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