Example: air traffic controller

Liderança nas organizações educativas: a direcção …

Lideran a nas organiza eseducativas: a direc o por valores Jo o Ribeiro Trigo* Jorge Adelino Costa**Ensaio: aval. pol. p bl. Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 61, p. 561-582, 2008* Diretor do Col gio do Ros rio, Portugal. E-mail: Doutor em Ci ncias da Educa o; Professor da Universidade de Aveiro, Portugal. E-mail: lideran a constitui um dos temas mais comuns no estudo das organiza- es em geral, ainda que esta preval ncia n o tenha atingido o mesmo prota-gonismo no caso das organiza es educativas, de modo particular em algunscontextos geogr ficos. N o obstante assumirmos neste artigo que as escolasmanifestam especificidades relativamente a outras organiza es, tamb m reco-nhecemos que os estudos situados no dom nio educacional n o podem ficarimunes s contribui es de outras reas.

Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 61, p. 561-582, out./dez. 2008 Liderança nas organizações educativas: a direcção por valores 563

Information

Domain:

Source:

Link to this page:

Please notify us if you found a problem with this document:

Other abuse

Transcription of Liderança nas organizações educativas: a direcção …

1 Lideran a nas organiza eseducativas: a direc o por valores Jo o Ribeiro Trigo* Jorge Adelino Costa**Ensaio: aval. pol. p bl. Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 61, p. 561-582, 2008* Diretor do Col gio do Ros rio, Portugal. E-mail: Doutor em Ci ncias da Educa o; Professor da Universidade de Aveiro, Portugal. E-mail: lideran a constitui um dos temas mais comuns no estudo das organiza- es em geral, ainda que esta preval ncia n o tenha atingido o mesmo prota-gonismo no caso das organiza es educativas, de modo particular em algunscontextos geogr ficos. N o obstante assumirmos neste artigo que as escolasmanifestam especificidades relativamente a outras organiza es, tamb m reco-nhecemos que os estudos situados no dom nio educacional n o podem ficarimunes s contribui es de outras reas.

2 Neste sentido que invocamos aqui omodelo da Direc o por Valores enquanto proposta que, rompendo como asvertentes mais t cnico-instrumentais das teorias tradicionais da gest o, poder contribuir para uma reflex o compartilhada com a lideran a das organiza eseducativas, de modo especial tendo em conta a conceptualiza o da lideran acomo di logo sobre : Lideran a. Valores. Gest o in school organisations: management by valuesAbstractLeadership is one of the most common themes in the study of organisations ingeneral, although this prevalence has not reached the same importance ineducational organisations, particularly in some geographical contexts.

3 Eventhough we assume in this article that schools have got some specificities inrelation to other organizations, we also recognize that the studies in theeducation field cannot remain immune to the contributions of other areas. Dueto this reason we refer here to the model of Management by Values as aproposal that by breaking away from the more technical-instrumental branchesof traditional theories of management, could contribute to a shared reflectionwith the leadership of educational organisations, specially taking into accountthe conceptualisation of leadership as a dialogue on : Leadership. Values. School o Ribeiro Trigo e Jorge Adelino CostaEnsaio: aval.

4 Pol. p bl. Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 61, p. 561-582, 2008El liderazgo en las organizacioneseducativas: la direcci n por valoresResumenEl liderazgo es uno de los temas m s comunes en el estudio de lasorganizaciones en general, a pesar de esta prevalencia no ha alcanzado elmismo protagonismo en el caso de las organizaciones educativas, enparticular en algunos contextos geogr ficos. Aunque asumamos en esteart culo que las escuelas manifiestan especificidades en relaci n a otrasorganizaciones, tambi n reconocemos que los estudios desarrollados en el mbito educativo no pueden permanecer inmunes a las contribuciones deotras reas.

5 Es por esta raz n que referimos aqu el modelo de la Direcci npor Valores como propuesta que, rompiendo con las vertientes m s t cnico-instrumentales de las teor as tradicionales de la gesti n, podr contribuirpara una reflexi n compartida con el liderazgo de las organizacioneseducativas, especialmente teniendo en cuenta la conceptualizaci n deliderazgo como di logo sobre clave:alabras clave:alabras clave:alabras clave:alabras clave: Liderazgo. Valores. Gesti n oSituando a especificidade das organiza es educativas no quadro das organi-za es em geral, pretendemos com este trabalho abordar a quest o da lideran a,tema que sempre entusiasmou os estudiosos da ci ncia organizacional, sendo con-vic o generalizada entre os mesmos que se est perante uma das condi es desucesso das organiza m nas organiza es educativas a lideran a tem vindo a assumir umpapel de crescente relevo e a ser apontada como uma das chaves para a mu-dan a dos sistemas educativos e das organiza es escolares no sentido de astornar mais eficazes e de aumentar os seus n veis de qualidade.

6 Perrenoud (2003,p. 105) refere dez princ pios para tornar os sistemas educativos mais eficazes,entre eles: chefias que exer am uma lideran a profissional mais do que umcontrolo burocr tico . Tamb m Whitaker (2000, p. 89) face ao acelerado ritmode mudan as radicais a que as escolas, como todas as organiza es, est o aser submetidas, considera a lideran a como o foco crucial para o crescimento edesenvolvimento institucionais. No nosso pa s, Mar al Grilo, enquanto Minis-tro da Educa o, repetidamente apontou tr s condi es para uma escola dequalidade: exist ncia de um projecto, lideran a forte e estabilidade do corpodocente (NETO, 2002, p. 50-52).

7 Sendo o tema da Lideran a muito vasto, n o pretendemos de forma alguma serexaustivos na sua abordagem, pelo que este trabalho convergir , sobretudo, para aan lise de um modelo recente que, n o obstante ter surgido no contexto empresarial,nos parece revestir-se de um interessante potencial para a lideran a das organiza eseducativas. Trata-se da Direc o por Valores (DpV), que se apresenta como uma ferra-menta de lideran a estrat gica baseada em valores (GARC A; DOLAN, 1997).Ensaio: aval. pol. p bl. Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 61, p. 561-582, 2008 Lideran a nas organiza es educativas: a direc o por valores563 Face s reservas que alguns autores assumem em rela o a importar para a escola modelosorganizativos e de lideran a do mundo empresarial, parece-nos que este modelo de lideran a,mesmo para os mais c pticos em ligar ambas as realidades, uma proposta v lida, na medidaem que, sendo uma teoria pensada para as empresas, desenvolve conceitos e apresenta preocu-pa es que, na nossa perspectiva, deveriam estar presentes na teoria e na pr tica da gest o elideran a das organiza es educativas, de forma a que estas possam encontrar novos caminhospara a t o desejada como necess ria melhoria dos seus n veis de efic mundo de organiza esNo mundo contempor neo.

8 As organiza es s o uma inevitabilidade na vida daspessoas, desde que nascem (maternidade, hospital, conservat ria do registo civil) at sua morte (funer ria, Igreja, cemit rio). Neste sentido, Ferreira, Neves e Caetano(2001, p. xxxi) referem: Na situa o actual, cada um de n s necessita das organiza- es para viver. [..] Somos, quer queiramos quer n o, seres que vivem e trabalhamnas organiza es, inseridos em unidades organizacionais, intencionalmente constru- das e reconstru das, em permanente evolu o e mudan a .Apresentar uma defini o de organiza o n o tarefa f cil, pois trata-se de umconceito complexo, pass vel de diferentes abordagens e concep es, sendo a literaturamuito abundante na mat ria1.

9 Todavia, j cl ssica a defini o proposta por Etzioni(1984, p. 3): As organiza es s o unidades sociais (ou agrupamentos humanos) in-tencionalmente constru das e reconstru das, a fim de atingir objectivos espec ficos .Poder amos juntar a esta muitas outras defini es, mais ou menos complexas, noentanto, talvez seja mais rico e elucidativo utilizar a linguagem metaf rica, seguindouma proposta de Cunha e outros (2004), para ilustrar de forma abrangente diferentesperspectivas sobre as organiza es. S o cinco as met foras organizacionais que es-tes autores nos apresentam: a organiza o racional ; a organiza o org nica ; a organiza o pol tica ; a organiza o cognitiva e a organiza o humana.

10 Osmesmos autores apresentam na sequ ncia destas met foras uma outra, que denomi-nam como uma met fora das met foras: a organiza o como am lgama , que nosajuda a compreender melhor as organiza es como realidades complexas e multidi-mensionais. Segundo os autores, uma esp cie de meta-met fora capaz de abarcare integrar a riqueza das diversas met foras das organiza es . Com a mesma preten-dem alertar para que nenhum acontecimento organizacional dever ser olhado apartir de uma met fora, porque as m ltiplas perspectivas se fundem e confundemnum entrela ado de objectividade e subjectividade, afecto e cogni o, presente epassado, rotina e adapta o (CUNHA et al., 2004, p.)


Related search queries