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A VILA DO IAPI NO CONTEXTO DE URBANIZA O E …

A VILA DO IAPI NO CONTEXTO DE URBANIZA O E. INDUSTRIALIZA O. Cleusa Terezinha Azambuja da Silva Cristina Didonet Nery Tavares da Cunha Mello 1. Laura Regina do Canto Leal Resumo Este artigo prop e-se a analisar o processo hist rico do desenvolvimento urbano do Conjunto Residencial Vila do IAPI e sua inser o na rede urbana, localizado na Zona Norte da cidade de Porto Alegre, em um CONTEXTO social e cr tico da falta de habita o popular e do acelerado e tardio processo de industrializa o do pa s, no per odo de 1942 a 1964 e sua representatividade junto popula o. Palavras-chave: Habita o popular. Industrializa o.

Revista Historiador. Número 02. Ano 02. Dezembro de 2009 _____

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1 A VILA DO IAPI NO CONTEXTO DE URBANIZA O E. INDUSTRIALIZA O. Cleusa Terezinha Azambuja da Silva Cristina Didonet Nery Tavares da Cunha Mello 1. Laura Regina do Canto Leal Resumo Este artigo prop e-se a analisar o processo hist rico do desenvolvimento urbano do Conjunto Residencial Vila do IAPI e sua inser o na rede urbana, localizado na Zona Norte da cidade de Porto Alegre, em um CONTEXTO social e cr tico da falta de habita o popular e do acelerado e tardio processo de industrializa o do pa s, no per odo de 1942 a 1964 e sua representatividade junto popula o. Palavras-chave: Habita o popular. Industrializa o.

2 URBANIZA o. 1. Introdu o Devido ao processo de moderniza o implantado pelo governo de Get lio Vargas, ap s assumir o poder em 1930, ocorre, no Brasil, um surpreendente crescimento industrial e urbano no pa s, apesar de tardio em rela o a outras na es. Esta URBANIZA o estava ligada ao desenvolvimento industrial, que criava a necessidade de existir certo n mero de oper rios para que a ind stria pudesse se instalar, exceto em alguns raros casos, como ocorreu com as ind strias extrativas, portanto, Porto Alegre enquadra-se nas cidades brasileiras que se industrializavam, substituindo as pequenas manufaturas de algumas cidades do interior, e, por conseq ncia, surgia a necessidade de melhores condi es de habita o.

3 Em Porto Alegre, a zona norte se beneficia desta modernidade com o estabelecimento de ind strias urbanas, que acabam por levar a uma amplia o da rede urbana. O conte do deste artigo visa mostrar a import ncia do modelo do Conjunto Residencial do Passo D'Areia, a Vila do IAPI ou Vila dos Industri rios, destacando-se diante de outros conjuntos habitacionais de baixa renda, constru dos em v rias partes do mundo. Ao longo do tempo se tornaram n cleo de delinq ncia, vandalismo e desesperan a social generalizada, piores do que os corti os que pretendiam substituir, ou como os atuais enclaves de classe m dia e alta, fechados a qualquer tipo de exuber ncia ou vivacidade de vida urbana.

4 1. Alunas de p s-gradua o em Hist ria do Brasil Contempor neo na Faculdade Porto Alegrense- FAPA. _____ 131. Revista Historiador. N mero 02. Ano 02. Dezembro de 2009. Dispon vel em: Portanto, dentro do processo de planejamento urbano de Porto Alegre e a necessidade de suprir a car ncia habitacional existente e devido alta densidade demogr fica, j . existentes nas d cadas de 1930 e 1940, este artigo procura analisar a necessidade de constru o da Vila do IAPI e sua import ncia para a comunidade local. No CONTEXTO de URBANIZA o e industrializa o pelo qual estava passando a cidade e suprindo desta forma a falta de moradia popular, sem ferir o meio ambiente e proporcionando a esta popula o manter sua identidade no novo espa o em que est se inserindo.

5 2. Desenvolvimento Aumento populacional x falta de habita o O aumento crescente da industrializa o urbana pode ser visto como um convite s popula es rurais que sofriam com a explora o no campo e nas col nias face . impossibilidade de manterem sua crescente popula o, devido mecaniza o da lavoura e o in cio da tend ncia monocultura, criando as grandes fazendas em detrimento das pequenas col nias e acabam encontrando na ind stria urbana um novo meio de vida. Em sua analise sobre industrializa o e URBANIZA o, Ribeiro (1997) nos coloca que: A industrializa o e a URBANIZA o s o processos complementares que costumam marchar associados um ao outro.

6 A industrializa o oferecendo empregos urbanos popula o rural; esta entrando em xodo na busca dessas oportunidades de vida. (RIBEIRO; 1997, ). Portanto, a popula o rural, ao deslocar-se para as grandes cidades acaba ocasionando um aumento populacional, assim como um crescimento desordenado das sub- moradias, onde imperava a mis ria e as pessoas acabavam amontoando-se em barracos de latas e t buas velhas. Havia uma car ncia imensa de recursos m nimos para sua sobreviv ncia, fazendo-se necess rio um planejamento estrutural urbano que pudesse atender essa demanda e ao mesmo tempo tentar coibir o aumento da forma o das vilas marginais.

7 Conforme Paul Singer, no texto Economia Urbana (1980, ), existe uma tend ncia aglomera o industrial que acarreta o surgimento e a expans o de n cleos urbanos que se explicam basicamente pela necessidade de economizar custos de transporte . As cidades, ao se transformarem em centros industriais urbanos, passaram a desempenhar muitas fun es, inclusive a industrial. Sendo que a ind stria ao ocupar um determinado espa o urbano, abre seu leque para que outras empresas, as chamadas sistemistas , tamb m se instalem nas proximidades, utilizando os servi os j existentes e _____ 132. Revista Historiador.

8 N mero 02. Ano 02. Dezembro de 2009. Dispon vel em: os promissores, fazendo com que as grandes cidades se tornem um p lo industrial e, conseq entemente, o centro de um hinterland1. URBANIZA o desenfreada e o d ficit habitacional s o problemas enfrentados no mundo inteiro desde o s culo XIX. Uma das respostas para este dilema foi encontrada na constru o de conjuntos habitacionais populares. Conforme Jacob s (2001, ), em Boston os primeiros conjuntos habitacionais populares, como o North End, eram localizados em rea tradicional de baixa renda, alta densidade habitacional, poucas reas verdes, reas mal tra adas com ruas em excesso, espa o destinado popula o de ind stria pesada da orla, imigrantes oriundos da Irlanda e It lia, enfim a pior zona de corti o da cidade.

9 Foi nesses moldes que se formaram os famosos guetos. A partir do final da d cada de 1950, passou por um longo e intenso processo de revitaliza o, inclusive reduzindo seu n mero de moradores, mas ainda hoje mantendo v rias caracter sticas de gueto. Segundo Pontual (2009), nos Estados Unidos o nico lugar em que os conjuntos habitacionais populares tiveram resultado positivo foi em New York, devido ao tipo de estrutura adotada unindo o p blico e o privado. Procuram evitar as concentra es habitacionais em grandes estruturas e em espa os penalizados. Normalmente conjuntos de tr s ou quatro pr dios de andares altos, ou v rios de at quatro andares, procurando n o concentrar um n mero expressivo de moradores, cercando as reas dos conjuntos como forma de tentar resistir ascens o da marginalidade.

10 Entrevista com Galina Tahchieva, Porto (2002), nos tr s que o projeto mais recente nesta rea nos Estados Unidos o New Urbanism, criado nos anos 1980, com o fundamento de integrar popula es mistas, tipologias construtivas e usos mistos, cuidando tamb m da preserva o do meio-ambiente e comunidades sustent veis, melhorando assim a qualidade de vida do trabalhador. J Boccanera (2009), nos diz que em Londres o principio foi mais ou menos o mesmo dos Estados Unidos. Procura-se evitar a concentra o de habita o social todas em uma mesma regi o, tentando espalh -las pela cidade, procurando criar uma diversidade, pois mistura importante.


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