Example: dental hygienist

Concepções sobre a Avaliação Escolar - fcc.org.br

Concep es sobre a Avalia o Escolar *. MARY STELA FERREIRA CHUEIRI. Psic loga Escolar , Mestre em Educa o pela PUC-MG. Resumo Este texto tem como objetivo analisar a rela o entre as concep es pedag gicas e os significados assumidos pela avalia o no contexto Escolar . Para isso, foram estabelecidas quatro categorias de an lise. No primeiro momento, foram abordadas as pr ticas de exames e provas escolares, utilizadas a partir do s culo XVI, no que se convencionou chamar de Pedagogia Tradicional , da qual decorre a concep o de que avalia o e exame se equivalem. Em um segundo momento, analisou-se a concep o de avalia o como medida, que teve o seu auge com a denominada Pedagogia Tecnicista . Uma terceira concep o diz respeito avalia o como instrumento para a classifica o e regula o do desempenho do aluno. Finalmente, o quarto momento trata da concep o qualitativa da avalia o.

Estudos em Avaliação Educacional, v. 19, n. 39, jan./abr. 2008 50 Abstract The aim of this article is to analyze the relation between pedagogical conceptions and the

Information

Domain:

Source:

Link to this page:

Please notify us if you found a problem with this document:

Other abuse

Transcription of Concepções sobre a Avaliação Escolar - fcc.org.br

1 Concep es sobre a Avalia o Escolar *. MARY STELA FERREIRA CHUEIRI. Psic loga Escolar , Mestre em Educa o pela PUC-MG. Resumo Este texto tem como objetivo analisar a rela o entre as concep es pedag gicas e os significados assumidos pela avalia o no contexto Escolar . Para isso, foram estabelecidas quatro categorias de an lise. No primeiro momento, foram abordadas as pr ticas de exames e provas escolares, utilizadas a partir do s culo XVI, no que se convencionou chamar de Pedagogia Tradicional , da qual decorre a concep o de que avalia o e exame se equivalem. Em um segundo momento, analisou-se a concep o de avalia o como medida, que teve o seu auge com a denominada Pedagogia Tecnicista . Uma terceira concep o diz respeito avalia o como instrumento para a classifica o e regula o do desempenho do aluno. Finalmente, o quarto momento trata da concep o qualitativa da avalia o.

2 Portanto, ao analisar em que medida tais concep es se encontram, ainda hoje, presentes e dominantes, na atual pr tica de avalia o Escolar , concluiu-se que elas convivem em um mesmo contexto Escolar . Al m disso, observa-se que as mudan as verificadas est o intimamente relacionadas s concep es de educa o orientadoras das pr ticas pedag gicas que v m ocorrendo desde que a escola foi institu da como espa o de educa o formal. Palavras-chave: avalia o Escolar , concep es pedag gicas. Resumen Este texto tiene como objetivo analizar la relaci n entre las concepciones pedag gicas y los significados asumidos por la evaluaci n en el contexto Escolar . Para esto, se establecieron cuatro categor as de an lisis. La primera aborda la pr ctica de los ex menes y pruebas escolares usadas desde el siglo XVI llamada convencionalmente Pedagog a Tradicional , y de la cual deriva la concepci n de que evaluaci n y examen son equivalentes.

3 La segunda analiza la concepci n de la evaluaci n como medida y tuvo su apogeo en la denominada "Pedagog a Tecnicista". Una tercera categor a se refiere a la evaluaci n como instrumento de clasificaci n y regulaci n del rendimiento del alumno. Y la cuarta examina la concepci n cualiatativa de la evaluaci n. Por lo tanto, al analizar en que situaci n se encuentran dichas concepciones en la actualidad de la evaluaci n Escolar , se concluy que conviven en un mismo contexto Escolar . Adem s, se observa que los cambios verificados est n ntimamente relacionados a las concepciones de educaci n orientadoras de las pr cticas pedag gicas que ocurren desde que se instituy la escuela como espacio de educaci n formal. Palabras clave: evaluaci n Escolar , concepciones pedag gicas. * Artigo submetido aprecia o da Associa o Brasileira de Avalia o Educacional Abave.

4 Estudos em Avalia o Educacional, v. 19, n. 39, 2008 49. Abstract The aim of this article is to analyze the relation between pedagogical conceptions and the meaning evaluation has assumed in the school context. Therefore, four categories of analysis have been established. First, the exams and school tests were examined as they have been used since the 15th century, in what has been called "Traditional Pedagogy , and from which arises the conception that evaluation and examination are equivalent. The second category analyzed the conception of evaluation as a measure, which reached its climax in the so- called Technicist Pedagogy . The third conception concerns evaluation as an instrument for the classification and regulation of a student's performance. Finally, the fourth category envisaged the qualitative conception of evaluation.

5 The investigation as to what extent these conceptions are still present and dominant in today's school evaluation practice revealed that they live side-by-side in the same school context. In addition, it has been observed that the changes detected are intimately related to the education conceptions that have guided pedagogical practices ever since school was established as a space for formal education. Key words: school evaluation, pedagogical conceptions. 50 Estudos em Avalia o Educacional, v. 19, n. 39, 2008. A avalia o n o tudo; n o deve ser o todo, nem na escola nem fora dela; e se o frenesi avaliativo se apoderar dos esp ritos, absorver e destruir as pr ticas, paralisar a imagina o, desencorajar o desejo, ent o a patologia espreita-nos e a falta de perspectivas, tamb m. (Meirieu, 1994). A AVALIA O NO CONTEXTO Escolar .

6 A avalia o se faz presente em todos os dom nios da atividade humana. O julgar , o comparar , isto , o avaliar faz parte de nosso cotidiano, seja atrav s das reflex es informais que orientam as freq entes op es do dia-a-dia ou, formalmente, atrav s da reflex o organizada e sistem tica que define a tomada de decis es (Dalben, 2005, p. 66). Como pr tica formalmente organizada e sistematizada, a avalia o no contexto Escolar realiza-se segundo objetivos escolares impl citos ou expl citos, que, por sua vez, refletem valores e normas sociais. Segundo Villas-Boas (1998, p. 21), as pr ticas avaliativas podem, pois, servir manuten o ou transforma o social. Ainda para a referida autora, a avalia o Escolar n o acontece em momentos isolados do trabalho pedag gico; ela o inicia, permeia todo o processo e o conclui. No entanto, em qualquer n vel de ensino em que ocorra, a avalia o n o existe e n o opera por si mesma; est sempre a servi o de um projeto ou de um conceito te rico, ou seja, determinada pelas concep es que fundamentam a proposta de ensino, como afirma Caldeira (2000): A avalia o Escolar um meio e n o um fim em si mesma; est delimitada por uma determinada teoria e por uma determinada pr tica pedag gica.

7 Ela n o ocorre num vazio conceitual, mas est dimensionada por um modelo te rico de sociedade, de homem, de educa o e, conseq entemente, de ensino e de aprendizagem, expresso na teoria e na pr tica pedag gica. (p. 122). Essa id ia de que avaliar o processo de ensino e de aprendizagem n o uma atividade neutra ou destitu da de intencionalidade nos faz compreender que h um estatuto pol tico e epistemol gico que d suporte a esse processo de ensinar e de aprender que acontece na pr tica pedag gica na qual a avalia o se inscreve. sobre a import ncia dessa compreens o, Cunha (1998), que pesquisou as concep es de conhecimento que fundamentam a pr tica pedag gica no ensino superior, afirma: Estudos em Avalia o Educacional, v. 19, n. 39, 2008 51. A compreens o de que a concep o de conhecimento preside a defini o da pr tica pedag gica desenvolvida na Universidade foi muito importante para ultrapassar a an lise simplista, realizada sobre as regras did ticas aplicadas ao ensino superior.

8 Compreender que ensinar e aprender est o alicer ados numa concep o de mundo e de ci ncia facilitou uma vis o mais global e elucidativa, especialmente numa poca em que a supremacia da ci ncia tem sido amplamente reconhecida. (p. 17). Endossando essa mesma posi o, lvarez M ndez (2002), ao indagar a respeito do objetivo da avalia o, ou sobre o porqu e para qu . avaliar, sustenta que a resposta nos remete, necessariamente, ao sentido que tenha o conhecimento ou que a ele seja atribu do. Segundo o autor, (..) o conhecimento deve ser o referente te rico que d sentido global ao processo de realizar uma avalia o, podendo diferir segundo a percep o te rica que guia a avalia o. Aqui est o sentido e o significado da avalia o e, como substrato, o da educa o. (p. 29). Portanto, para esse autor, a avalia o est estritamente ligada.

9 Natureza do conhecimento, e uma vez reconhecida essa natureza, a avalia o dever ajustar-se a ela se quiser ser fiel e manter a coer ncia epistemol gica. Nessa dire o, podemos partir do pressuposto de que a avalia o, como pr tica Escolar , n o uma atividade neutra ou meramente t cnica, isto , n o se d num vazio conceitual, mas dimensionada por um modelo te rico de mundo, de ci ncia e de educa o, traduzida em pr tica pedag gica. Um segundo pressuposto que a pr tica de avalia o dos processos de ensino e de aprendizagem ocorre por meio da rela o pedag gica que envolve intencionalidades de a o, objetivadas em condutas, atitudes e habilidades dos atores envolvidos. Na condi o de avaliador desse processo, o professor interpreta e atribui sentidos e significados avalia o Escolar , produzindo conhecimentos e representa es a respeito da avalia o e acerca de seu papel como avaliador, com base em suas pr prias concep es, viv ncias e conhecimentos.

10 Nesse sentido, Sordi (2001) afirma: Uma avalia o espelha um ju zo de valor, uma dada concep o de mundo e de educa o, e por isso vem impregnada de um olhar absolutamente intencional que revela quem o educador quando interpreta os eventos da cena pedag gica. (p. 173). 52 Estudos em Avalia o Educacional, v. 19, n. 39, 2008. Considerando, ent o, essa condi o do professor, como avaliador, de atribuir sentidos e significados avalia o, cabe-nos questionar: que concep es pedag gicas subjazem atual pr tica de avalia o do processo de ensino e de aprendizagem no contexto Escolar ? Para responder a essa indaga o, nos propomos a resgatar o significado de avalia o nas concep es pedag gicas dominantes no contexto Escolar , a partir dos s culos XVI e XVII, quando surge a pr tica dos exames escolares e, em seguida, analisar em que medida tais concep es se encontram, ainda hoje, presentes e dominantes, na atual pr tica de avalia o do processo de ensino e de aprendizagem no contexto Escolar .


Related search queries