Example: biology

Frida Marina Fischer Relevância dos fatores psicossociais ...

Rev Sa de P blica 2012;46(3):401-6No fi nal da d cada de 1970, a Organiza o Mundial da Sa de (OMS) realizou um f rum interdisciplinar em Estocolmo, com o objetivo de discutir a infl u- ncia dos fatores psicossociais na sa de, formular medidas e propor pol ticas de sa de inclusivas baseadas nesses fatores (WHOa 1976). Nos idos de 1980, a Organiza o Internacional do Trabalho e a OMS publicaram documento em que chamavam a aten o dos efeitos adversos dos fatores psicossociais relacionados ao trabalho (International Labour Organization5 1986). Segundo esse documento, ambas as organiza es internacionais concordavam o crescimento e progresso econ mico n o dependiam apenas da produ o, mas tamb m das condi es de vida e trabalho, sa de e bem-estar dos trabalhadores e seus familiares . O documento citava que n o apenas os riscos f sicos, qu micos e biol gicos tinham import ncia na sa de do trabalhador, mas v rios fatores psicossociais presentes no fatores psicossociais do trabalho referem-se s intera es entre meio am-biente e condi es de trabalho, condi es organizacionais, fun es e conte do do trabalho, esfor os, caracter sticas individuais e familiares dos Portanto, a natureza dos fatores psicossociais complexa, abrangendo quest es associadas aos trabalhadores, meio ambiente geral e do trabalho.

402 Editorial referiram sua saúde como “ruim”. O artigo em questão mostra que, além das práticas e estilos de vida não saudáveis, os fatores psicossociais no trabalho

Tags:

  Ofertas

Information

Domain:

Source:

Link to this page:

Please notify us if you found a problem with this document:

Other abuse

Transcription of Frida Marina Fischer Relevância dos fatores psicossociais ...

1 Rev Sa de P blica 2012;46(3):401-6No fi nal da d cada de 1970, a Organiza o Mundial da Sa de (OMS) realizou um f rum interdisciplinar em Estocolmo, com o objetivo de discutir a infl u- ncia dos fatores psicossociais na sa de, formular medidas e propor pol ticas de sa de inclusivas baseadas nesses fatores (WHOa 1976). Nos idos de 1980, a Organiza o Internacional do Trabalho e a OMS publicaram documento em que chamavam a aten o dos efeitos adversos dos fatores psicossociais relacionados ao trabalho (International Labour Organization5 1986). Segundo esse documento, ambas as organiza es internacionais concordavam o crescimento e progresso econ mico n o dependiam apenas da produ o, mas tamb m das condi es de vida e trabalho, sa de e bem-estar dos trabalhadores e seus familiares . O documento citava que n o apenas os riscos f sicos, qu micos e biol gicos tinham import ncia na sa de do trabalhador, mas v rios fatores psicossociais presentes no fatores psicossociais do trabalho referem-se s intera es entre meio am-biente e condi es de trabalho, condi es organizacionais, fun es e conte do do trabalho, esfor os, caracter sticas individuais e familiares dos Portanto, a natureza dos fatores psicossociais complexa, abrangendo quest es associadas aos trabalhadores, meio ambiente geral e do trabalho.

2 Desde aquela poca at os dias atuais, houve signifi cativo avan o no conhecimento cient fi co sobre a infl u ncia das intera es entre esses elementos e os efeitos na sa de. As demandas psicol gicas e suas associa es com o controle no trabalho s o vari veis de natureza psicossocial e t m sido intensamente investigadas (Ka-rasek6,7 1979; Theorell & Karasek13 1996; Bourbonnais et al2 1999; Ara jo et al1 2003; Fernandes et al3 2009).Mais recentemente, na d cada de 1990, uma vari vel conhecida como dese-quil brio esfor o-recompensa (ERI), que expressa a percep o dos trabalha-dores quanto rela o entre os esfor os empreendidos e os retornos obtidos em seu trabalho, foi tamb m reconhecida como outro fator psicossocial com importante associa o na sa de dos trabalhadores (Siegrist10 1996). Algumas publica es que inclu ram essa vari vel s o: Peter et al9 2002; Niedhammer et al8 2004; Gillen et al4 busca na base PubMed em mar o de 2012 localizou 610 publica es refe-rentes s palavras-chave que identifi cam essas vari veis citadas: job demand control model e effort-reward imbalance.

3 Desde o in cio da d cada de 2000, artigos relacionados aos fatores psicossociais e seus efeitos na sa de dos traba-lhadores t m sido publicados na Revista de Sa de P blica (RSP). Alguns desses artigos descreveram as associa es das vari veis citadas atuando isolada ou conjuntamente nos efeitos observados. Entretanto, os trabalhos publicados s o de desenho transversal, o que nos impede de estabelecer rela es de causa e n mero da RSP, publicado artigo com dados de uma pesquisa com banc rios realizada por Silva & Barreto12 que analisa os efeitos de fatores psicossociais no trabalho (demanda-controle, apoio social, ERI e elevado comprometimento no trabalho) na autoavalia o de sa de. Nove por cento dos participantes do estudo, funcion rios de um grande banco brasileiro, EditorialRelev ncia dos fatores psicossociais do trabalho na sa de do trabalhadorFrida Marina FischerEditora Associadaa World Health Organization.

4 Report of the fi rst WHO interdisciplinary workshop on psychosocial factors and health. Stockholm, 11-15 October 1976. Geneva; sua sa de como ruim . O artigo em quest o mostra que, al m das pr ticas e estilos de vida n o saud veis, os fatores psicossociais no trabalho est o associados percep o de sa de ruim nessa categoria categoria banc ria tem se manifestado p blica e regularmente, somando s quest es salariais den ncias de m s condi es de trabalho, com importantes re-percuss es na sa de. O setor fi nanceiro apresenta um hist rico de modifi ca es na profi ss o banc rio , com mudan as radicais nos processos e atividades de trabalho. Estudo de Silva et al11 (2007) revela que a reestrutura o produtiva no setor banc rio est associada a repercuss es negativas na sa de. Importante lembrar que, at a d cada de 1990, consideravam-se os aspectos biomec nicos das tarefas (trabalho repetitivo, por exemplo) como os principais respons veis pelo desenvolvimento de les es m sculo-esquel ticas entre os banc de a maior parte dos estudos brasileiros abordarem condi es de tra-balho entre banc rios e efeitos sa de, n o informam acerca de resultados de interven es que porventura tenham sido realizadas.

5 Essa ainda uma lacuna na literatura, n o apenas restrita categoria dos banc rios, mas tamb m de outros es-tudos que investigaram fatores de natureza psicossocial e repercuss es na sa Uni o Europeia, dada a alta preval ncia de problemas de sa de (princi-palmente de sa de mental) relacionados s condi es de trabalho, tais como elevado estresse, viol ncia no trabalho, ass dio moral, entre outros, foram estabelecidas diretrizes de um programa de gest o de riscos psicossociais no trabalho Psychosocial Risk Management European Framework (PRIMA EF). Esse programa objetiva fornecer um modelo de promo o de pol ticas e pr ticas de gest o desses riscos nos quais se prev identifi ca o dos riscos, interven es e avalia o das interven es (WHO14 2008).Espera-se que a divulga o deste e de outros estudos somem-se s de mais artigos publicados que relatem n o somente a import ncia dos fatores psicos-sociais na sa de, mas tamb m as interven es NCIAS1.

6 Ara jo TM, Aquino E, Menezes G, Santos CO, Aguiar L. Aspectos psicossociais do trabalho e dist rbios ps quicos entre trabalhadoras de enfermagem. Rev Saude Publica. 2003;37(4):424-33. Bourbonnais R, Comeau M, V zina M. Job strain and evolution of mental health among nurses. J Occup Health Psychol. 1999;4(2):95-107. Fernandes RCP, Carvalho FM, Assun o AA, Silvany Neto AM. Interactions between physical and psychosocial demands of work associated to low back pain. Rev Saude Publica. 2009;43(2):326-34. Gillen M, Yen IH, Trupin L, Swig L, Rugulies R, Mullen K, et al. The association of socioeconomic status and psychosocial and physical workplace factors with musculoskeletal injury in hospital workers. Am J Ind Med. 2007;50(4):245-60. International Labour Organisation. Psychosocial factors at work: recognition and control. Report of the Joint ILO/ WHO Committee on Occupational Health. Ninth Session, Geneva, 18-24 September, 1984. Geneva; 1986. (Occupational Safety and Health Series, 56).

7 Dispon vel em: Karasek Jr RA. Job demands, job decision latitude and mental strain: implications for job redesign. Am Sci Q. 1979;24(2):285-308. Karasek R. Low social control and physiological deregulation the stress-disequilibrium theory, towards a new demand-control model. Scand J Work Environ Health. 2008;(6 Suppl) Sa de P blica 2012;46(3):401-68. Niedhammer I, Tek ML, Starke D, Siegrist J. Effort-reward imbalance model and self-reported health: cross-sectional and prospective fi ndings from the GAZEL cohort. Soc Sci Med. 2004;58(8):1531-41. (03)00346-09. Peter R, Siegrist J, Hallqvist J, Reterwall C, Theorell T. Psychosocial work environment and myocardial infarction: improving risk estimation by combining two complementary job stress models in the Sheep Study. J Epidemiol Community Health. 2002;56(4):294-300. Siegrist J. Adverse health effects of high-effort/low-reward conditions. J Occup Health Psychol. 1996;1(1):27-41. Silva LS, Pinheiro TM, Sakurai E.

8 Reestrutura o produtiva, impactos na sa de e sofrimento mental: o caso de um banco estatal em Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica. 2007;23(12):2949-58. Silva LS, Barreto SM. Stressful working conditions and por self-rated health among fi nancial services employees. Rev Saude Publica. 2012;46(3) Theorell T, Karasek R. Current issues relating to psychosocial job strain and cardiovascular disease research. J Occup Health Psychol. 1996;1(1):9-26. World Health Organization. PRIMA-EF: Guidance on the European framework for psychosocial risk management: a resource for employers and worker representatives. Geneva; 2008. (Protecting workers Health Series, 9).


Related search queries