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Importância da gordura alimentar na prevenção e …

Copyright ABE&M todos os direitos Bras Endocrinol Metab. 2009;53/5revis oImport ncia da gordura alimentar na preven o e no controle de dist rbios metab licos e da doen a cardiovascularImportance of the dietary fat on the prevention and control of metabolic disturbances and cardiovascular disease Ana Maria Pita Lottenberg1 RESUMOA Organiza o Mundial da Sa de (OMS) reiterou recentemente que o consumo de dietas ina-dequadas e a inatividade f sica est o entre os dez principais fatores de mortalidade. Diversos ensaios aleatorizados demonstram que interven es alimentares adequadas podem diminuir ou prevenir significativamente o aparecimento de v rias doen as cr nicas n o transmiss veis. Neste contexto, o papel da dieta vem sendo exaustivamente avaliado em estudos cl nicos e epidemiol gicos. Assim, j foi bem estabelecido na literatura que a quantidade e o tipo de gordura alimentar exercem influ ncia direta sobre fatores de risco cardiovascular, tais como a concentra o de l pides e de lipoprote nas plasm ticas, bem como sua associa o a processos inflamat rios.

26. Nestel PJ. Effects of dairy fats within different foods on plas-

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1 Copyright ABE&M todos os direitos Bras Endocrinol Metab. 2009;53/5revis oImport ncia da gordura alimentar na preven o e no controle de dist rbios metab licos e da doen a cardiovascularImportance of the dietary fat on the prevention and control of metabolic disturbances and cardiovascular disease Ana Maria Pita Lottenberg1 RESUMOA Organiza o Mundial da Sa de (OMS) reiterou recentemente que o consumo de dietas ina-dequadas e a inatividade f sica est o entre os dez principais fatores de mortalidade. Diversos ensaios aleatorizados demonstram que interven es alimentares adequadas podem diminuir ou prevenir significativamente o aparecimento de v rias doen as cr nicas n o transmiss veis. Neste contexto, o papel da dieta vem sendo exaustivamente avaliado em estudos cl nicos e epidemiol gicos. Assim, j foi bem estabelecido na literatura que a quantidade e o tipo de gordura alimentar exercem influ ncia direta sobre fatores de risco cardiovascular, tais como a concentra o de l pides e de lipoprote nas plasm ticas, bem como sua associa o a processos inflamat rios.

2 Os cidos graxos participam de complexos sistemas de sinaliza o intracelular, fun o que vem sendo bastante explorada. Os cidos graxos poli-insaturados n o somente influenciam a composi o das membranas, metabolismo celular e sinais de tradu o, mas tam-b m modulam a express o de genes, regulando a atividade e a produ o de diversos fatores de transcri o. A proposta deste artigo rever t picos relevantes referentes ao metabolismo de l pides e os relacionar a terapias nutricionais que possam contribuir para a preven o e o tratamento de doen as associadas. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(5) ; colesterol; cidos graxos alimentares; w-3; dislipidemias; doen a cardiovascular; inflama o; tratamento diet ticoABSTRACTThe World Health Organization (WHO) has recently reinforced the fact that inadequate diets, along with physical inactivity, are among the ten main determinant factors of mortality.

3 Several randomized trials demonstrated that dietary interventions may lower or even prevent the occur-rence of several non-communicable diseases. In this context, the role of diet has been exhaus-tively evaluated in several clinical and epidemiological studies. Thus, it is well established in literature that the amount and type of dietary fat have a direct influence on cardiovascular risk factors, such as lipids and plasma lipoprotein concentration, as well as their association with inflammatory processes. Fatty acids also participate in complex intracellular signaling systems, a function which has been currently investigated. Dietary polyunsaturated fatty acids (PUFA) act not only by altering membrane lipid composition, cellular metabolism and signal transduction, but also modulating gene expression by regulating the activity and/or production of different nuclear transcription factors.

4 The aim of this article is to review important topics regarding the lipids metabolism and correlate them with nutritional therapies that may contribute to the pre-vention and treatment of related diseases. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(5) ; cholesterol; dietary fatty acids; omega-3; dyslipidemia; cardiovascular disease; inflammation; dietary treatment1 Laborat rio de L pides do Hospital das Cl nicas da Faculdade de Medicina da Universidade de S o Paulo (HC-FMUSP), S o Paulo, SP, BrasilCorrespond ncia para:Ana Maria Pita LottenbergAv. Doutor Arnaldo, 455, 3o andar, sala 330501246-000 S o Paulo, SP, em 8/Mai/2009 Aceito em 11/Jun/2009 Copyright ABE&M todos os direitos Bras Endocrinol Metab. 2009;53/5 Import ncia da gordura alimentarInTRODU OA doen a cardiovascular uma das principais causas de morbidade e mortalidade, e m ltiplos estudos epidemiol gicos associam a composi o da dieta aos seus principais fatores de risco.

5 A Organiza o Mundial da Sa de (OMS) reiterou recentemente que o consumo de dietas inadequadas, juntamente com a inatividade f -sica, est entre os dez principais fatores determinantes de mortalidade (1). As pesquisas iniciais sobre aterosclerose basearam-se quase totalmente na hip tese lip dica. Mesmo com o surgimento de novas teorias, como a oxidativa, estas foram colocadas dentro de um contexto que envolve o metabolismo de l pides, como a oxida o das part culas de LDL (2). Diversos ensaios aleatorizados demonstram que interven es alimentares adequadas podem dimi-nuir (3) ou prevenir significativamente o aparecimento de diversas doen as cr nicas n o transmiss veis (4-6). Neste contexto, o papel da dieta vem sendo exaustiva-mente avaliado em estudos cl nicos e epidemiol gicos. J foi bem estabelecido na literatura que a quantidade e o tipo de gordura alimentar exercem influ ncia di-reta sobre fatores de risco cardiovascular, tais como a concentra o de l pides e de lipoprote nas plasm ticas.

6 O estudo Interheart (7) identificou tr s padr es ali-mentares distintos ap s avaliar a dieta de indiv duos de 52 pa ses, denominados, respectivamente, dieta orien-tal (rica em prote nas vegetais), dieta ocidental (rica em gordura ) e dieta prudente (rica em frutas e hortali as). Observou-se um aumento de risco para infarto agudo do mioc rdio de aproximadamente 30% na popula o que segue a dieta ocidental. Associa o inversa foi obti-da com o consumo de dieta denominada o abordados, neste artigo, aspectos relevantes no metabolismo de l pides que embasam terapias nutri-cionais empregadas para a preven o e o tratamento de doen as associadas a dist rbios lip DA CLASSIFICA O E METABOLIZA O DAS GORDURAS Os l pides est o envolvidos no abastecimento e no ar-mazenamento de energia, s o precursores da s ntese de horm nios, componentes da bile e da membrana celu-lar e participam de complexos sistemas de sinaliza o intracelular.

7 Derivados de cidos graxos, atuam na s n-tese de prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanas. Aproximadamente 98% da gordura dos alimentos se encontra na forma de triglic rides, formados por uma mol cula de glicerol, esterificada a tr s cidos graxos, denominados saturados, monoinsaturados, poli-insa-turados e trans. A dieta nos pa ses ocidentais forne-ce de 30% a 40% das calorias na forma de gordura e aproximadamente 300 mg de colesterol, e apenas 50% do colesterol presente no l men intestinal absorvi-do. A gordura de origem alimentar e a end gena s o transportadas no plasma por meio das lipoprote nas, constitu das por l pides neutros, como colesterol- ster e triglic rides, em seu n cleo hidrof bico, al m de vi-taminas lipossol veis. Os fosfol pides, o colesterol livre e as apolipoprote nas s o transportados na sua super-f cie hidrof lica.

8 As lipoprote nas s o respons veis pelo transporte dos l pides na circula o linf tica, sangu nea e no interst cio. Os cidos graxos livres s o transporta-dos pela lipoprote nas classificam-se em quilom crons, lipoprote nas de muito baixa densidade (VLDL), de densidade intermedi ria (IDL), de baixa densidade (LDL) e de alta densidade (HDL). No plasma, s o con-tinuamente remodeladas durante o tr nsito no com-partimento plasm tico, em raz o da a o de enzimas e de prote nas de transfer ncia. O papel fundamental dos quilom crons e das VLDL transportar, respec-tivamente, os triglic rides alimentares e os de s ntese hep tica ( gordura end gena). As LDL s o as principais lipoprote nas transportadoras de colesterol proveniente do f gado para os tecidos perif ricos. As HDL s o res-pons veis pela remo o do colesterol de tecidos perif -ricos e de outras lipoprote nas, enviando-os ao f gado, o que caracteriza o denominado transporte reverso de colesterol (TRC).

9 Os triglic rides alimentares s o parcialmente hidro-lisados pelas lipases g strica, intestinal e pancre tica, gerando cidos graxos e monoglicer deos, absorvidos nas vilosidades intestinais e reesterificados, forman-do di e triglic rides. Estes se ligam apolipoprote na B48 e, juntamente com o colesterol da dieta, da bile e vitaminas lipossol veis, s o transportados atrav s dos quilom crons, formados nas c lulas epiteliais do intes-tino delgado. Os quilom crons s o secretados na linfa mesent rica e entram na circula o sist mica pelo ducto tor cico. Os triglic rides dessas part culas s o, ent o, hidrolisados pelas enzimas lipoprote na lipase perif rica (LLP) e lipase hep tica (LLH) (8). A LLP uma gli-coprote na presente nas c lulas endoteliais voltada para a luz capilar e n o necessita ser liberada para a circu-la o sist mica para que esteja na sua forma ativa (9); seu cofator ativador a apoC II.

10 A LLH produzida Copyright ABE&M todos os direitos Bras Endocrinol Metab. 2009;53/5 Import ncia da gordura alimentarno hepat cito e se localiza no endot lio dos capilares sinusoides. Hidrolisa triglic rides e fosfol pides, mas sua a o preponderante agir como fosfolipase sobre as part culas de HDL2, transformando-as em HDL3 e pr -beta HDL (10). Com essas altera es, t m origem, no espa o vas-cular extra-hep tico, os remanescentes de quilom crons, rapidamente captados pelo f gado, via receptores. Os re-manescentes de quilom crons s o reconhecidos preferen-cialmente pelos receptores de LDL (receptor B/E), que identificam a apoE, podendo tamb m ser captados pelo receptor 2 macroglobulina do f gado e LRP1 (prote -na an loga ao receptor de colesterol). Essas part culas possuem meia-vida de aproximadamente 30 l pides captados pelo f gado s o, em parte, secre-tados para a circula o sob a forma de VLDL.


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