Example: dental hygienist

O Papel da Morte - Ensinamentos Sagrados da …

1 O Papel DA MORTE1 swami Paratparananda2 I Uma crian a vem ao mundo distribuindo felicidade, por assim dizer, para todos seus pr ximos e amados. Sim, at a m e que sofre dor extrema para traz -lo ao mundo fica contente e esquece todas suas dores ao olhar para ele. Mas a pr pria crian a nasce com um choro. A crian a torna-se um adolescente e ent o um homem, executa a es boas ou m s, envelhece e ao final se despede deste mundo quer queira quer n o, mergulhando seus parentes pr ximos em sofrimento. Esta a exist ncia do homem. Mas como o homem faz sua sa da do mundo? Tentaremos explicar isto aqui. A maior parte das pessoas o faz contra sua vontade, lutando para escapar, mas incapaz de livrar-se das garras da Morte .

1 O PAPEL DA MORTE1 Swami Paratparananda2 I Uma criança vem ao mundo distribuindo felicidade, por assim dizer, para todos seus próximos e amados.

Tags:

  Swami

Information

Domain:

Source:

Link to this page:

Please notify us if you found a problem with this document:

Other abuse

Transcription of O Papel da Morte - Ensinamentos Sagrados da …

1 1 O Papel DA MORTE1 swami Paratparananda2 I Uma crian a vem ao mundo distribuindo felicidade, por assim dizer, para todos seus pr ximos e amados. Sim, at a m e que sofre dor extrema para traz -lo ao mundo fica contente e esquece todas suas dores ao olhar para ele. Mas a pr pria crian a nasce com um choro. A crian a torna-se um adolescente e ent o um homem, executa a es boas ou m s, envelhece e ao final se despede deste mundo quer queira quer n o, mergulhando seus parentes pr ximos em sofrimento. Esta a exist ncia do homem. Mas como o homem faz sua sa da do mundo? Tentaremos explicar isto aqui. A maior parte das pessoas o faz contra sua vontade, lutando para escapar, mas incapaz de livrar-se das garras da Morte .

2 Com suas mentes pairando sobre a riqueza que adquiriram, sobre seus filhos queridos que o cercam e por fim sobre seus pr prios corpos que apesar de destrut veis foram bem cuidados, mesmo estando desgastados. com um aperto no cora o que deixam o corpo, insuport vel, mas ao mesmo tempo inevit vel. Este o modo que a maioria das pessoas parte deste mundo com lamentos e gemidos. As dores da Morte s o terr veis. N o acreditemos nem por um momento se algu m disser que todos estes que dizem adeus desta maneira s o agn sticos, ateus ou c ticos, pois mesmos os assim chamados crentes n o partem de maneira melhor. Pois estes n o praticaram o que seus l bios disseram e seus cora es n o responderam.

3 N o t m f em suas pr prias cren as, nenhuma confian a no Deus que professam. Por isso eles tamb m partem deste mundo da mesma maneira. A Morte um processo inevit vel3 desta cria o. Esta a nica coisa certa neste universo; florestas se transformam em cidades e cidades se transformam em dunas des rticas; onde existem montanhas pode haver lagos no futuro. Portanto existe incerteza sobre tudo, mas a Morte certa para cada ser que nasce4. Tudo moment neo. Voc teve seus bisav s e tamb m estes os tiveram; onde todos est o agora? Se foram, se foram para o ventre da Morte . Que os mais sofisticados n o pensem que uma vis o pessimista da 1 Editorial da revista Vedanta Kesari Junho de 1964, p gina 163.

4 2 swami Paratparananda foi o l der espiritual do Ramakrishna Ashrama, Buenos Aires, Argentina e do Ramakrishna Vedanta Ashrama, S o Paulo, Brasil (1973-1988). Anteriormente, durante o per odo de 1962 a 1967 foi o Editor da revista em ingl s, Vedanta Kesari, da Ordem Ramakrishna, na ndia, antes de ser enviado pela Ordem Ramakrishna Argentina em 1968. 3 Bhagavad Gita, II, 27. 4 Ibid. 2 vida est sendo apresentada aqui. N o h inten o nisto de enfraquecer o homem. Esta a mais realista vis o de todos os realismos. Por que n o ser amos realistas e cegar amos nossos olhos para este fato incontest vel? Pois a Morte n o consome tudo? A resposta sim. Que isto n o seja esquecido.

5 O Papel da Morte , portanto, fazer o homem consciente de seu destino: que por mais elevada sua posi o na sociedade, por mais ajuda da tecnologia e medicina que tenha, seu fim est em um caix o ou em um punhado de cinzas. Ent o iremos lamentar em nossa vida e viver enlutados? N o, este n o o prop sito da vida, nem o da Morte . Este processo de nascimento e Morte ser repetido at que conhe amos a Deus, vejamos a Deus, O realizemos nesta mesma vida. Uma refer ncia a esta ideia encontrada em um dos Upanisads que comenta: Se voc O conhecer aqui, ter a verdade, ter tudo. Do contr rio ser uma grande perda um final. Conhecendo a Ele (Brahman) como presente em todos os seres os s bios, deixando seus corpos mortais, atingiram a Imortalidade.

6 5 A passagem acima implica em quatro coisas claramente: (1) que existe vida ap s a Morte , (2) que existe um modo de vida em que a vida do homem pode ser frut fera aqui e aben oada ap s a Morte , (3) que toda vida vivida de outra forma um desperd cio colossal, (4) que o caminho para a Imortalidade est em ver a divindade manifesta em todos os seres. II Se a Morte espreita o mundo e pensarmos sobre isto, como teremos coragem de viver uma vida, gloriosa ou n o? Esta pergunta tamb m foi respondida na passagem acima citada. Vejamos como. Temos aqui [nesta passagem] duas palavras, mrtyu ( Morte ) e amrta (imortal). Ap s a Morte [a pessoa] torna-se imortal. Isto n o uma contradi o?

7 Aparentemente . Mas o que aquilo que morre? Podemos dizer que o corpo? N o. O corpo est l apesar de que o esp rito se afastou. O que mantinha o corpo se movimentando? O esp rito. Portanto a Morte uma separa o deste corpo material de algo que n s, homens comuns, somos normalmente ignorantes, mas que aqueles que O sentiram e experimentaram chamam de Esp rito, o tman, Jiva ou Ser. E conhecendo este tman tornam-se imortais, eles dizem. Qual o significado disto? Eram mortais ent o? N o, mas em palavras comuns n o podemos descrev -lo de outra forma. Pois o homem v o corpo e acha que uma massa de carne e ossos. Muito poucos podem transcender esta ideia.

8 Imposs vel para muitos at pensar que pode haver alguma exist ncia al m do corpo. Esta ideia at os assusta. Para estes se diz que este tman torna-se imortal. Assim, 5 Kena Up., II, 5. 3 sabendo que nem tudo termina aqui, o homem pode ter coragem de trabalhar para o al m, ou imortalidade. Nos tempos antigos este fen meno da Morte deve ter feito o homem come ar a pensar no o que acontece ap s , como notamos na est ria de Nachiketa no Kathopanisad. At hoje um grande enigma para uma grande parte da humanidade. O homem n o se atreve a espiar al m do mundo dos sentidos. Pois l escuro para ele.

9 Ele n o tem o equipamento nem os instrumentos para explorar suas profundidades. N o consegue conhecer nada. O que est al m um mist rio que a Morte mesma guarda em sua posse. Aqueles que s o capazes de arrancar este segredo dela partir o daqui sorrindo; eles aceitar o a dissolu o f sica com a mesma equanimidade que aceitaram a vida. Pois desmascararam a Morte . a m scara que est assustando ao homem. As crian as t m medo quando algu m as assusta colocando m scaras sinistras. Mas algumas espertas entre elas descobrir o que a m e que veio assust -las e estando certas disto, abra am a ela sorrindo. Da mesma forma, assim que o homem conhecer a verdadeira natureza da Morte e ver a face da Realidade sem m scaras, ele n o mais ter medo.

10 Pois descobrir que o real em si mesmo e a Realidade por tr s do universo s o id nticos ou ver que a bem-amada M e que existe al m do alcance dos sentidos. Ent o compreende que ao partir deste mundo n o perder nada, mas ganhar a eterna companhia da Divina M e ou do Senhor. Sendo assim, como pode a Morte assust -lo? Existem exemplos de pessoas que se despediram deste mundo com a vis o de seu Ideal escolhido, dizendo, Estou indo, M e, estou indo , provavelmente em resposta ao aceno da M e. Isto n o deve ser confundido, contudo, com o del rio de um c rebro febril, pois foram vistos estando em total controle de suas faculdades enquanto partiam deste mundo.


Related search queries