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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO …

Curr culo sem Fronteiras, , , , Jul/Dez 2010. PR TICAS PEDAG GICAS NO ENSINO . FUNDAMENTAL na perspectiva do . MULTICULTURALISMO CR TICO. Adriana Maria Corsi Universidade Federal de S o Carlos, UFSCar/Brasil Em lia Freitas de Lima Universidade Federal de S o Carlos, UFSCar/Brasil Resumo Neste artigo apresentamos an lises sobre a pr tica pedag gica no ENSINO Fundamental, focalizando a a o das professoras frente s quest es referentes s diferen as culturais, na perspectiva do Multiculturalismo cr tico. Os dados foram coletados em duas salas de aula das s ries iniciais do ENSINO Fundamental 1 . e 4 . s ries -, por meio de observa o e entrevista. As an lises apontam dois tipos de pr ticas bastante distintos, sendo que na 1 . s rie, escolhida ao acaso, os aspectos ligados s diferen as foram registrados mais fortemente nas rela es entre professora e alunos/as, com uma pr tica marcada pelo monoculturalismo, e na 4.

Práticas pedagógicas no Ensino Fundamental... 159 Neste artigo apresentamos os resultados de pesquisa desenvolvida no doutorado1, que teve como objetivo analisar o currículo em ação no Ensino Fundamental, na perspectiva do

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1 Curr culo sem Fronteiras, , , , Jul/Dez 2010. PR TICAS PEDAG GICAS NO ENSINO . FUNDAMENTAL na perspectiva do . MULTICULTURALISMO CR TICO. Adriana Maria Corsi Universidade Federal de S o Carlos, UFSCar/Brasil Em lia Freitas de Lima Universidade Federal de S o Carlos, UFSCar/Brasil Resumo Neste artigo apresentamos an lises sobre a pr tica pedag gica no ENSINO Fundamental, focalizando a a o das professoras frente s quest es referentes s diferen as culturais, na perspectiva do Multiculturalismo cr tico. Os dados foram coletados em duas salas de aula das s ries iniciais do ENSINO Fundamental 1 . e 4 . s ries -, por meio de observa o e entrevista. As an lises apontam dois tipos de pr ticas bastante distintos, sendo que na 1 . s rie, escolhida ao acaso, os aspectos ligados s diferen as foram registrados mais fortemente nas rela es entre professora e alunos/as, com uma pr tica marcada pelo monoculturalismo, e na 4.

2 S rie, escolhida porque a professora apresentava uma preocupa o com as quest es referentes diversidade cultural, o trabalho com os conte dos que aparece como central. Consideramos imprescind vel que os cursos de forma o inicial e continuada envolvam as discuss es sobre o multiculturalismo em seus programas, com o objetivo de desenvolver uma educa o cr tica, para a supera o da desigualdade e exclus o social, do preconceito e do racismo. Palavras-chave: Multiculturalismo; Pr tica Pedag gica; Curr culo. Abstract In this article we show some analyses about pedagogical practices in elementary school, focusing teacher's actions toward questions related to cultural differences, on the perspective of Critical Multiculturalism. Data was collected in two classes of the initial grades of the elementary school.

3 1st and 4th grades , by means of observation and interviews. The analyses point up two well distinct types of practice; on the 1st grade, chosen by chance, aspects related to differences were registered more strongly in the relations between the teacher and students, and, on the 4th grade, chosen because the teacher showed preoccupation about the questions referred to cultural diversity, is the task with the contents that appear as central. We consider indispensable that the courses of initial and continued formation insert the discussions about the cultural differences in their programs, with the objective of develop a critical education, in order to overcome social inequities and exclusion, prejudice and racism. Keywords: Multiculturalism; Pedagogical Practice; Curriculum.

4 ISSN 1645-1384 (online) 158. Pr ticas pedag gicas no ENSINO Neste artigo apresentamos os resultados de pesquisa desenvolvida no doutorado1, que teve como objetivo analisar o curr culo em a o no ENSINO Fundamental, na perspectiva do Multiculturalismo Cr tico. Acreditando que poss vel desenvolver uma pedagogia que questione valores, estere tipos e atitudes preconceituosas, tidas, muitas vezes, como naturais em nossa sociedade, e que instigue a ag ncia na constru o de uma sociedade democr tica, buscamos compreender como se d o processo educacional em sala de aula, enfocando as pr ticas de professoras na rela o com os/as alunos/as e o conhecimento, e o que l ocorre no dom nio das respostas ao multiculturalismo. Estudos no mbito do Multiculturalismo, de autores como Peter McLaren (2000), Vera Candau (2002, 2005), Carlinda Leite (2002), Ana Canen e Antonio Fl vio Moreira (2001), entre outros, t m mostrado que, al m das determina es de classe, as quest es de g nero, ra a e sexualidade interferem no gradiente da desigualdade em mat ria de educa o e curr culo.

5 Considerando que vivemos em uma sociedade capitalista, na qual a globaliza o da economia tem sido um elemento central para o gerenciamento e organiza o social refor ando e, algumas vezes, criando grupos marginalizados e exclu dos socialmente, destacamos a relev ncia dos estudos que envolvem a rela o entre o curr culo praticado e as diferen as de etnia/ra a, g nero e classe social presentes em nossas escolas. Neste sentido, Silva (1999) ressalta que as quest es de curr culo devem ser tratadas levando-se em conta o contexto social e pol tico, que hoje fortemente influenciado pelo mercado. Neste cen rio, o curr culo tem posi o estrat gica porque o espa o onde se concentram e se desdobram as lutas em torno dos diferentes significados sobre o social e o pol tico.

6 (ibid, ). No estudo que aqui apresentamos, o curr culo entendido como tudo aquilo que . prescrito, mas tamb m como tudo aquilo que vivido na escola e na sala de aula. A nosso ver, e com base no referencial aqui adotado, a articula o do trabalho pedag gico nas diferentes inst ncias de elabora o curricular que pode contribuir para a mudan a de processos que geram a exclus o no processo educacional. Neste sentido, fundamental que o curr culo seja concebido como meio de se questionar os valores, as cren as e atitudes na educa o e, mais especificamente, na escola e na sala de aula. A escola, aqui, entendida como tendo um importante papel na transforma o social, como mobilizadora da pr xis, como nos alerta Paulo Freire (1979). O olhar que lan amos sobre as quest es do curr culo e da multiculturalidade nos tem remetido a algumas indaga es: que pr ticas pedag gicas podem contribuir para viabilizar uma sociedade de inclus o?

7 Que lugar t m em sala de aula as diferen as relativas etnia, g nero e classe social? Como s o compreendidas e trabalhadas pelos/as professores/as? Essas diferen as constituem fatores potenciadores de enriquecimento ou obst culos ao exerc cio docente e ao modo como os professores realizam a forma o dos/as alunos/as? A par dessas indaga es, constatamos um crescimento da aten o envolvendo a pr tica pedag gica e as diferen as culturais nos ltimos anos. No entanto, Anhorn (2004), analisando a incorpora o das quest es relativas ao Inter/multiculturalismo pelo campo da 159. ADRIANA MARIA CORSI e EM LIA FREITAS DE LIMA. Did tica, indica que poucos trabalhos t m enfrentado os desafios que o cotidiano da pr tica pedag gica escolar coloca, sendo mais frequentes os trabalhos referentes a concep es que envolvem o Multiculturalismo na sua realidade, em sua rela o com a exclus o.

8 Multiculturalismo um termo amplo, que pode ser entendido a partir de perspectivas diferentes. Uma destas perspectivas denominada por McLaren (2000a) como Multiculturalismo Cr tico, que compreende a representa o de ra a, classe e g nero como o resultado de lutas sociais mais amplas sobre signos e significa es e enfatiza a tarefa central de transformar as rela es sociais, culturais e institucionais nas quais os significados s o gerados. Candau (2005, ) defende a necessidade de termos uma vis o dial tica da rela o entre igualdade e diferen a. Hoje em dia n o se pode falar em igualdade sem incluir as quest es relativas diferen a, nem se podem abordar temas relativos s pol ticas de identidade dissociadas da afirma o da igualdade. A autora salienta que n o se deve contrapor igualdade e diferen a, j que igualdade est oposta desigualdade e diferen a.

9 Padroniza o. Assim, a busca por condi es de vida igualit rias n o pode prescindir do reconhecimento da quest o da diferen a entre as pessoas. Os caminhos metodol gicos A partir de estudos sobre multiculturalismo e curr culo, envolvendo temas como a globaliza o, identidade, pr tica pedag gica, dentre outros, delineamos nosso estudo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, desenvolvida em escolas p blicas de um munic pio do interior do estado de S o Paulo. Partindo de uma tradi o compreensiva e interpretativa, os estudos qualitativos apresentam, segundo Alves-Mazzotti e Gewandsnajder (1998), tr s caracter sticas essenciais: vis o hol stica, abordagem indutiva e investiga o natural stica. a vis o hol stica parte do princ pio de que a compreens o do significado de um comportamento ou evento s poss vel em fun o da compreens o das inter- rela es que emergem de um dado contexto.

10 A abordagem indutiva pode ser definida como aquela em que o pesquisador parte de observa es livres, deixando que dimens es e categorias de interesse emerjam progressivamente durante os processos de coleta e an lise de dados. Finalmente, investiga o natural stica aquela em que a interven o do pesquisador no contexto observado reduzida ao m nimo (ALVES-MAZZOTTI e GEWANDSNAJDER, 1998, p. 131). Foi a partir dessa compreens o de pesquisa que desenvolvemos o presente estudo, desde a busca te rica at o levantamento e an lise dos dados. Os dados apresentados neste artigo foram obtidos por meio de observa o participante na escola, predominantemente em sala de aula, e entrevistas com as professoras. Foram realizadas trinta sess es de observa o em cada sala, sendo que na 1 s rie2 essas 160.


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