Example: marketing

Vygotsky e as teorias da aprendizagem

UNIrevista - Vol. 1, n 2 : (abril 2006) ISSN 1809-4651. Vygotsky e as teorias da aprendizagem Rita de Araujo Neves Aluna do Curso de Mestrado em Educa o PPGE-FaE. Universidade Federal de Pelotas, RS. Magda Floriana Damiani Professora do Curso de Mestrado em Educa o FaE-UFPel. Universidade Federal de Pelotas, RS. Resumo Este artigo apresenta um estudo sobre a teoria S cio-Hist rica de Vygotsky e o seu posicionamento diante das cl ssicas teorias da aprendizagem . Tal estudo parte integrante do trabalho de disserta o de mestrado da autora que tem como foco principal a aprendizagem .

concepções de aprendizagem em diversas teorias, também denominadas correntes epistemológicas. Entretanto, ao longo desses estudos, os autores estão longe de um consenso sobre a localização da Teoria Sócio-Histórica de Vygotsky - já aceita por muitos como uma teoria da aprendizagem - nessas classificações.

Tags:

  Teoria, De aprendizagem, Aprendizagem

Information

Domain:

Source:

Link to this page:

Please notify us if you found a problem with this document:

Other abuse

Transcription of Vygotsky e as teorias da aprendizagem

1 UNIrevista - Vol. 1, n 2 : (abril 2006) ISSN 1809-4651. Vygotsky e as teorias da aprendizagem Rita de Araujo Neves Aluna do Curso de Mestrado em Educa o PPGE-FaE. Universidade Federal de Pelotas, RS. Magda Floriana Damiani Professora do Curso de Mestrado em Educa o FaE-UFPel. Universidade Federal de Pelotas, RS. Resumo Este artigo apresenta um estudo sobre a teoria S cio-Hist rica de Vygotsky e o seu posicionamento diante das cl ssicas teorias da aprendizagem . Tal estudo parte integrante do trabalho de disserta o de mestrado da autora que tem como foco principal a aprendizagem .

2 Exatamente por n o existir consenso no "enquadramento" da teoria Vygotskyana entre as correntes epistemol gicas foi que julgamos essencial uma abordagem cr tica sobre o tema. Enquanto para alguns autores Vygotsky interacionista, para outros s cio-interacionista e, h , ainda, aqueles que afirmam que ele n o se enquadra em nenhuma dessas duas classifica es. Dessa forma, entendemos que este um campo aberto para f rteis discuss es que devem ser fomentadas a partir dos estudos sobre a aprendizagem . Assim, ressalta-se que o trabalho que aqui se apresenta n o tem a pretens o de ser conclusivo quanto a esse "enquadramento" da teoria S cio-Hist rica, mas pretende, essencialmente, apresentar uma revis o te rica sobre as principais caracter sticas de cada uma das correntes epistemol gicas e, a partir da , discutir qual seria o posicionamento da teoria Vygotskyana dentro desse contexto.

3 Portanto, este estudo prop e uma revis o das teorias da aprendizagem e uma discuss o sobre onde est situada a teoria Vygotskyana diante dessas teorias . Palavras-chave: aprendizagem // teorias da aprendizagem // teoria S cio-Hist rica Introdu o S o muitos os estudos sobre a aprendizagem e, especialmente, sobre a classifica o das diferentes concep es de aprendizagem em diversas teorias , tamb m denominadas correntes epistemol gicas. Entretanto, ao longo desses estudos, os autores est o longe de um consenso sobre a localiza o da teoria S cio-Hist rica de Vygotsky - j aceita por muitos como uma teoria da aprendizagem - nessas classifica es.

4 Desafiada por este questionamento: onde est Vygotsky , nas correntes epistemol gicas?, foi que desenvolvi o presente estudo, te rico, sobre o tema. Nos estudos espec ficos sobre a aprendizagem , me deparei com a teoria S cio-Hist rica de Lev Vygotsky ,1que, se contrapondo s id ias vigentes poca, entendia que a aprendizagem n o era uma mera aquisi o de informa es, n o acontecia a partir de uma simples associa o de id ias armazenadas na mem ria, mas era um processo interno, ativo e interpessoal. Mas para que pudesse compreender a originalidade do texto de Vygotsky para a rea da Educa o, foi necess rio examinar, mesmo que brevemente, as teorias j formuladas sobre o conhecimento humano, ou correntes epistemol gicas.

5 Essas formas de aprender, ou abordagens que explicam a forma pela qual o sujeito aprende e se desenvolve, 1. Psic logo russo, que viveu entre os anos de 1896 e 1934 e produziu trabalhos sobre o desenvolvimento psicol gico e a aprendizagem (REGO, 2002). 1. Vygotsky e as teorias da aprendizagem Rita de Araujo Neves e Magda Floriana Damiani vigentes poca em que Vygotsky prop s um novo modelo para a educa o, eram duas: o inatismo e o empirismo. Sobre esse tema, a partir das id ias de autores como Fernando Becker (1993 e 2003), Maria Teresa de Assun o Freitas (2000), Agnela da Silva Giusta (1985), Marta Maria Pontin Darsie (1999), Teresa Cristina Rego (2002) e Newton Duarte (1999), passo a tecer algumas considera es.

6 As Diferentes Abordagens Te ricas O conhecimento psicol gico e pedag gico n o se constitui em um todo harmonioso, assim como n o s o harmoniosas as sociedades no interior das quais ele vem sendo produzido. Proliferam as teorias que concebem o indiv duo como um ente desvinculado da hist ria, e essas s o, por raz es pol ticas, as teorias tornadas oficiais (GIUSTA, 1985). Segundo Marta Darsie (1999, p. 9): "Toda pr tica educativa traz em si uma teoria do conhecimento. Esta . uma afirma o incontest vel e mais incontest vel ainda quando referida pr tica educativa escolar".

7 Partindo desse pressuposto, a seguir, busco discutir as concep es de aprendizagem que subsidiam as pr ticas pedag gicas e as repercuss es das mesmas, considerando o movimento e as contradi es que s o inerentes a tal discuss o. Para tanto, tomo como ponto de partida justamente o conceito de aprendizagem , segundo essas diferentes acep es te ricas. Para a primeira corrente analisada, a qual, segundo os diferentes te ricos, chamada de: ambientalismo ou empirismo, nas palavras de Agnela Giusta (1985, p. 26): O conceito de aprendizagem emergiu das investiga es empiristas em Psicologia, ou seja, de investiga es levadas a termo com base no pressuposto de que todo conhecimento prov m da experi ncia.

8 Isso significa afirmar o primado absoluto do objeto e considerar o sujeito como uma t bula rasa, uma cera mole, cujas impress es do mundo, formadas pelos rg os dos sentidos, s o associadas umas s outras, dando lugar ao conhecimento. O conhecimento , portanto, uma cadeia de id ias atomisticamente formada a partir do registro dos fatos e se reduz a uma simples c pia do real. Nessa concep o, as caracter sticas individuais s o determinadas por fatores externos ao indiv duo. Igualmente, desenvolvimento e aprendizagem se confundem e ocorrem simultaneamente.

9 Essa maneira de se conceber o conhecimento influenciou amplamente teorias psicol gicas e pedag gicas que se traduziram em concep es de ensino e aprendizagem tamb m empiristas. Em decorr ncia de sua base epistemol gica, tais investiga es formam o corpo do que se chama associacionismo, cuja express o mais imponente o behaviorismo, teoria psicol gica derivada da concep o empirista, que, por exemplo, tinha como meta a constru o de uma "psicologia cient fica", livre da introspec o e fundada numa metodologia "materialista", que lhe garantisse a objetividade das ci ncias da natureza.

10 Nessa concep o, ganha sentido a defini o de aprendizagem como mudan a de comportamento resultante do treino ou da experi ncia. Nesse conceito, a dissolu o entre sujeito e conhecimento evidente. O primeiro , de fato, aquela t bula rasa e, por isso, a aprendizagem identificada com condicionamento (GIUSTA, 1985). Como conseq ncia da corrente empirista, o processo ensino- aprendizagem centrado no professor, que organiza as informa es do meio externo que dever o ser internalizadas pelos alunos, sendo esses apenas receptores de informa es e do seu armazenamento na mem ria.


Related search queries