DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM E VULNERABILIDADE …

1 1. Artigo apresentado como trabalho de conclus o de curso de P s Gradua o em Educa o e Direitos Humanos: Escola, Viol ncia e Garantia de Direitos, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obten o do t tulo de especialista. Orientadora: Professora Luciana Flor Correa. 2. 2 Acad mica do curso de P s Gradua o em Educa o e Direitos Humanos, da universidade do sul de Santa Catarina. DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM E VULNERABILIDADE SOCIAL SOB A PERCEP O DA COMUNIDADE escolar 1 Mariane Lemos Carara 2 Resumo: O presente artigo tem por objetivo apresentar os resultados de um estudo que visou analisar a percep o da comunidade escolar sobre a poss vel rela o entre VULNERABILIDADE social e dificuldades de APRENDIZAGEM .

2 Sabe-se que muitos alunos apresentam dificuldades na APRENDIZAGEM e estas podem estar relacionadas a uma s rie de fatores como transtornos e aspectos sociais, afetivos, e de ordem org nica, mas persiste a d vida sobre a influ ncia da VULNERABILIDADE social neste cen rio; visto que, VULNERABILIDADE caracteriza-se tamb m pela impossibilidade de modificar a condi o atual em que se encontram no que se refere alimenta o, higiene, educa o e sa de. Para desvelar este problema, a metodologia utilizada neste estudo foi a pesquisa em fontes bibliogr ficas e de campo. Em linhas gerais os resultados revelaram que a desvantagem da desigualdade social, principalmente a fragiliza o dos v nculos afetivos, relacionais, ou vinculados viol ncia prejudicam no desenvolvimento cognitivo e contribuem para aumentar a DIFICULDADE de APRENDIZAGEM .

3 Repensar pr ticas e interven es para contribuir na busca de mudan as educacionais, cognitivas e tecnol gicas, pol ticas p blicas e culturais, que promovam impacto com quem sofre com a VULNERABILIDADE social, t o crescente em nosso pa s. Palavras-chave: DIFICULDADE de APRENDIZAGEM . VULNERABILIDADE social. Comunidade escolar . 1 INTRODU O Hoje vivemos cercados de desigualdades e nos deparamos com a dura realidade de que as crian as s o tolhidas de seus direitos. Direitos estes de ser crian a e viverem esta fase em sua plenitude. Conhecemos a inf ncia, mas qual o valor da crian a e qual seu papel na sociedade em que vive. E perante as diferentes classes grupais, qual sua import ncia? Neste universo infantil a viol ncia tem se tornado uma constante, e a crian a tem deixado de ser simples e puramente crian a, para se tornarem trabalhadores, submissos e objeto do outro.

4 A sociedade se depara com a mendic ncia e com a pobreza que envolve algumas crian as, a desigualdade que grita aos olhos e fere a alma. Crian as que deixam de lado seus direitos de ser crian a, para trabalhar e ajudar em casa, que deixam de ser crian a para viverem em um mundo de adulto e vulner vel a ele. Sim a desigualdade existe e chegou s escolas, onde a crian a menos favorecida n o encontra a mesma realidade de outras crian as que tem o apoio e o incentivo financeiro e intelectual de alguns pais. Muitas v o para escola para ter alguma refei o e poderem sonhar com a mudan a de sua triste realidade. Outras v o apenas para terem uma ocupa o e outras em busca de conhecimento. No cen rio social surge a crian a que apresenta a DIFICULDADE e n o sabe como lidar com ela.

5 Na escola os profissionais da educa o buscam ajudar como podem, mas suas limita es diante de classes super lotadas e falta de tempo para uma dedica o efetiva, fazem com que esta crian a fique sem a ajuda diferenciada que precisaria para se desenvolver intelectualmente. A reflex o proposta neste artigo , portanto: analisar se a comunidade escolar considera que as crian as vulner veis socialmente possuem mais dificuldades de APRENDIZAGEM do que as demais. Diante do quadro descrito, a DIFICULDADE de APRENDIZAGEM e a desigualdade social s o integrantes desse corpo de an lise e, cotidianamente, verificar situa es que caracterizam sua inser o no mundo social e mundial, principalmente dentro da unidade escolar ; aprofundando os questionamentos em rela o tem tica de estudo e fundamentada na concep o te rica definimos o problema central de pesquisa.

6 Neste contexto, s o utilizadas as refer ncias de autores como Fonseca (1995) e Silva (2007), mediante emprego de pesquisa bibliogr fica relativa s categorias de estudo e pesquisa explorat ria com professores de escolas municipais de Tubar o, SC. 2 CONTEXTUALIZA ES NECESS RIAS Atualmente muitos termos t m sido banalizados e usados pelo senso comum sem uma real preocupa o com seus impactos na sociedade. Para minimizar esta situa o, iremos abaixo, conceituar e contextualizar as categorias b sicas de nosso trabalho, permitindo ao leitor compreender de onde estamos falando. Crian as em situa o de VULNERABILIDADE social A VULNERABILIDADE social entre os meios de pesquisas sociais, educacionais e psicol gicos, ou como alguns relacionam outros termos como fam lias em situa o de risco, fam lias pobres, fam lias de baixa renda, fam lias de camadas populares entre outros para denotar o mesmo sentido.

7 Mas segundo autores como Prati, Couto e Koller (2009, ) trata-se de fam lias que se apresentam vulner veis por estarem fragilizadas e suscet veis a fatores de risco. Ao se falar em VULNERABILIDADE social, sejam de natureza pessoal, social ou ambiental, se caracteriza por expor fam lias a fatores de risco, que colaborem para que seus membros pade am de perturba es psicol gicas. Assim, a VULNERABILIDADE social pode estar presente em uma nica fam lia ou em uma comunidade inteira. VULNERABILIDADE caracteriza-se tamb m pela impossibilidade de modificar a condi o atual em que se encontram, muitas em condi es prec rias no que se refere alimenta o, higiene, educa o e sa de. Segundo Silva (2007, ) as popula es atingem um elevado grau de VULNERABILIDADE que n o podem ter a capacidade de escolher ou negar aquilo que lhes oferecido.

8 A baixa escolaridade uma das caracter sticas de fam lias que apresentam VULNERABILIDADE social. Nas Diretrizes Curriculares Nacionais a educa o est definida como princ pio indispens vel ao exerc cio da cidadania (SOARES, 2002), de modo que sem a educa o, dificilmente essa popula o vulner vel conseguir formar pessoas que exer am seu papel de cidad os, capazes de se manifestar em prol de seus direitos. As crian as e adolescentes que se encontram em situa o de VULNERABILIDADE social s o aquelas que vivem negativamente as conseq ncias das desigualdades sociais que vai da pobreza e da exclus o social a falta de acesso educa o, trabalho, sa de, lazer, alimenta o e cultura. Em conformidade com o Estatuto da Crian a e do Adolescente (ECA - Lei no.)

9 , para afastar crian as e adolescentes do seu conv vio familiar, o afastamento apenas justificado quando o dever de sustento, guarda e educa o dos filhos menores descumprido ( ) (BRASIL, 1991). A VULNERABILIDADE social aborda diversas modalidades de desvantagem social, mas principalmente a fragiliza o dos v nculos afetivos, relacionais, ou vinculados viol ncia. As rela es em contexto de VULNERABILIDADE social geram crian as, adolescentes e fam lias passivas e dependentes, com a auto-estima consideravelmente comprometida. A escola, por ser o local da comunidade onde se encontra uma grande parcela de crian as e adolescentes que convivem durante a maior parte do tempo de suas vidas, tamb m al m da fam lia uma institui o que exerce forte influ ncia no desenvolvimento das crian as e adolescentes.

10 A escola, junto com a fam lia, permite a humaniza o e a educa o; permite a constru o da autonomia e o sentimento de perten a ao grupo social. A escola deve promover um ambiente e pr ticas que facilitem APRENDIZAGEM , a criatividade, a express o dos potenciais, a socializa o, atrav s de uma conduta tica de respeito e apoio rec procos (DABAS, 2005). A escola tamb m disp e de uma autoridade em continua o autoridade da fam lia, por ser uma institui o respons vel pelos processos de desenvolvimento educativo e afetivo da crian a e do adolescente, com suas normas, regulamentos e proibi es. Enfrentamos atualmente nas escolas, desafios como pol ticas culturais e educacionais desarticuladas, falta de recursos e de continuidade de programas e projetos pedag gicos.