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ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA: ANÁLISE DE OBJETIVOS E …

ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA: AN LISE DE OBJETIVOS E DE ROTEIROS Eduardo Jos Manzini - Depto de Educa o Especial, Programa de P s Gradua o em Educa o, Unesp, Mar lia Apoio: CNPq Resumo Uma das caracter sticas da ENTREVISTA semi-estruturada a utiliza o de um roteiro previamente elaborado. Nosso objetivo nesse trabalho foi analisar roteiros de jovens pesquisadores, bem como verificar a adequa o dos OBJETIVOS pretendidos para a pesquisa. Para isso utilizamos de categorias de an lise baseadas em cuidados com linguagem, forma e seq ncia das perguntas nos roteiros. Os resultados indicaram que a maioria dos participantes apresentou OBJETIVOS que n o poderiam ser alcan ados por meio de uma ENTREVISTA . Tamb m foram constatadas dificuldades em termos de linguagem, uso inadequado de jarg o, perguntas com m ltiplas finalidades, seq ncia inadequada das perguntas nos roteiros.

de coleta e de análise de dados advindos de entrevistas. Esse espaço acaba se configurando em um laboratório para pesquisa sobre o processo de elaboração e utilização de roteiros e para análise de dados de natureza verbal provenientes de entrevistas e diálogos. Nesse espaço, os

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1 ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA: AN LISE DE OBJETIVOS E DE ROTEIROS Eduardo Jos Manzini - Depto de Educa o Especial, Programa de P s Gradua o em Educa o, Unesp, Mar lia Apoio: CNPq Resumo Uma das caracter sticas da ENTREVISTA semi-estruturada a utiliza o de um roteiro previamente elaborado. Nosso objetivo nesse trabalho foi analisar roteiros de jovens pesquisadores, bem como verificar a adequa o dos OBJETIVOS pretendidos para a pesquisa. Para isso utilizamos de categorias de an lise baseadas em cuidados com linguagem, forma e seq ncia das perguntas nos roteiros. Os resultados indicaram que a maioria dos participantes apresentou OBJETIVOS que n o poderiam ser alcan ados por meio de uma ENTREVISTA . Tamb m foram constatadas dificuldades em termos de linguagem, uso inadequado de jarg o, perguntas com m ltiplas finalidades, seq ncia inadequada das perguntas nos roteiros.

2 Poss vel concluir que as categorias utilizadas podem ser generalizadas e empregadas por outros pesquisadores que fazem uso de ENTREVISTA semi-estruturada. Abstract One of the characteristics of the semi-structured interview is the use of a guide elaborated previously. Our objective in this research was to analyse guides made by young researchers, as well as to evaluate the intend objectives to the research. To do that we used categories of analysis based in care with language, form and sequence of the question in the guide. The results indicated that most of the participantes had objectives that could not be reached by the interview. It is also verified difficulties in the language, unappropriate use of jargon, multiple-goals questions, unappropriate sequence of questions in the guides. It is possible to conclude that the used categories can be generalized and used for outer researchers that make use the semi-structured interview.

3 INTRODU O V rios trabalhos j ressaltaram as vantagens, as desvantagens e cuidados necess rios ao utilizar a ENTREVISTA como procedimento para coleta de dados em pesquisa (NOGUEIRA, 1968; BUGEDA, 1974; ANDER-EGG, 1976; BLEGER, 1980; QUEIROZ, 1983; TRIVI OS, 1987, MANZINI, 1990/1991; DIAS & OMOTE, 1995). Temos abordado o assunto ENTREVISTA dividindo, didaticamente, esse tema em tr s grupos: 1) quest es relacionadas ao planejamento da coleta de informa es; 2) quest es sobre vari veis que afetam os dados de coleta e futura an lise; 3) quest es que se referem ao tratamento e an lise de informa es advindas de entrevistas, sendo que esse ltimo foge do objetivo do presente texto (MANZINI, 2003). Dentre as quest es que se referem ao planejamento da coleta de informa es, est o presentes a necessidade de planejamento de quest es que atinjam os OBJETIVOS pretendidos, a adequa o da seq ncia de perguntas, a elabora o de roteiros, a necessidade de adequa o de roteiros por meio de ju zes, a realiza o de projeto piloto para, dentre outros aspectos, adequar o roteiro e a linguagem.

4 Outros autores t m enfocado vari veis que afetam a coleta de informa es e os futuros dados, podemos citar a influ ncia da interven o do entrevistador na produ o do discurso do entrevistado (GILBERT, 1980; BRENNER, 1985; BLANCHET, 1988; DIAS, 1997), a influ ncia da interven o do entrevistador nos processos de racioc nio do entrevistado (MANZINI, 1995; MANZINI & SIM O, 2001) e a influ ncia da interven o do entrevistador nos processos de mem ria do entrevistado (DISCOVERY CHANNEL, 2001). Al m dessas tr s formas de estudar o tema ENTREVISTA , outra maneira separ -la em tipos. Esses tipos de entrevistas s o conhecidos na literatura por ENTREVISTA estruturada, semi-estruturada, e n o estruturada. Apesar de a literatura trazer outras nomenclaturas, temos adotado essa terminologia por ach -la mais adequada. Assim, a ENTREVISTA n o estruturada tamb m conhecida como ENTREVISTA aberta ou n o diretiva, a ENTREVISTA estruturada conhecida como ENTREVISTA diretiva ou fechada, e a ENTREVISTA semi-estruturada conhecida com semidiretiva ou semi-aberta.

5 Na nossa concep o, todas as entrevistas se dirigem para algum lugar, pois antes da realiza o da coleta temos um objetivo de pesquisa que dirige nossa busca. Dessa forma, ficaria dif cil manter coer ncia te rica com o termo diretivo ou n o segundo ponto te rico se refere s express es ENTREVISTA aberta, semi-aberta e fechada . Essas express es podem trazer confus o com a terminologia quest es abertas e quest es fechadas, ou seja, posso ter quest es abertas ou fechadas durante uma ENTREVISTA , mas eu n o saberia dizer o que seria uma pergunta semi-aberta. Nesse sentido, ficaria dif cil manter coer ncia te rica ao falar de ENTREVISTA semi-aberta. Al m disso, se nos determos a estudar quest es abertas, poderemos verificar uma grande varia o desse tipo de pressuposto, algumas quest es ser o, provavelmente, mais abertas do que outras, pois a delimita o do que responder acaba sendo colocada pelo tipo da pergunta.

6 Dessa forma, no presente texto adotaremos a nomenclatura ENTREVISTA semi-estruturada. A ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA E O ROTEIRO Em se tratando da ENTREVISTA semi-estruturada, aten o tem sido dada formula o de perguntas que seriam b sicas para o tema a ser investigado (TRIVINOS, 1987; MANZINI, 2003). Por m, uma quest o que antecede ao assunto perguntas b sicas se refere defini o de ENTREVISTA semi-estruturada. Autores como Trivi os (1987) e Manzini (1990/1991) t m tentado definir e caracterizar o que vem a ser um ENTREVISTA semi-estruturada. Para Trivi os (1987, p. 146) a ENTREVISTA semi-estruturada tem como caracter stica questionamentos b sicos que s o apoiados em teorias e hip teses que se relacionam ao tema da pesquisa. Os questionamentos dariam frutos a novas hip teses surgidas a partir das respostas dos informantes. O foco principal seria colocado pelo investigador-entrevistador.

7 Complementa o autor, afirmando que a ENTREVISTA semi-estruturada [..] favorece n o s a descri o dos fen menos sociais, mas tamb m sua explica o e a compreens o de sua totalidade [..] al m de manter a presen a consciente e atuante do pesquisador no processo de coleta de informa es (TRIVI OS, 1987, p. 152). Para Manzini (1990/1991, p. 154), a ENTREVISTA semi-estruturada est focalizada em um assunto sobre o qual confeccionamos um roteiro com perguntas principais, complementadas por outras quest es inerentes s circunst ncias moment neas ENTREVISTA . Para o autor, esse tipo de ENTREVISTA pode fazer emergir informa es de forma mais livre e as respostas n o est o condicionadas a uma padroniza o de alternativas. Um ponto semelhante, para ambos os autores, se refere necessidade de perguntas b sicas e principais para atingir o objetivo da pesquisa.

8 Dessa forma, Manzini (2003) salienta que poss vel um planejamento da coleta de informa es por meio da elabora o de um roteiro com perguntas que atinjam os OBJETIVOS pretendidos. O roteiro serviria, ent o, al m de coletar as informa es b sicas, como um meio para o pesquisador se organizar para o processo de intera o com o informante. A natureza das perguntas b sicas para a ENTREVISTA semi-estruturada tamb m foi estudada por ambos os autores (TRIVI OS, 1987; MANZINI, 1995, 2001, 2003). Ao se referir aos tipos de perguntas na ENTREVISTA semi-estruturada, (TRIVI OS, 1987, p. 150) faz uma diferencia o embasada no tipo de vertente te rica: fenomenol gica ou hist rico-estrutural (dial tica). Numa linha te rica fenomenol gica, o objetivo seria o de atingir o m ximo de clareza nas descri es dos fen menos sociais. Assim, as perguntas descritivas teriam grande import ncia para a descoberta dos significados dos comportamentos das pessoas de determinados meios culturais.

9 Numa linha hist rico-cultural (dial tica), as perguntas poderiam ser designadas como explicativas ou causais. O objetivo desse tipo de pergunta seria determinar raz es imediatas ou mediatas do fen meno social. Para ilustrar, o autor apresenta alguns exemplos: por que pensa que os alunos t m dificuldades para assimilar os conte dos de matem tica? A que se deve, segundo o seu ponto de vista, a evas o escolar? Em rela o s perguntas mediatas, o autor ilustra com dois exemplos: voc est participando na organiza o de uma cooperativa, por que acha que essa forma de desenvolvimento econ mico contribui para o progresso seu e de sua comunidade? Voc diz que pertence classe m dia. Existem outras classes sociais e por que elas existem? (TRIVI OS, 1987, p. 151). Al m dos tipos de perguntas apresentados, Trivi os (1987, p. 151) distingue quatro categorias: 1) perguntas denominadas conseq ncias como, por exemplo, o que pode significar para a comunidade urbana, na qual vive a grande quantidade de pessoas, quem n o sabe ler nem escrever?

10 ; 2) perguntas avaliativas, do tipo, como julga a resposta da vizinhan a ao convite para participar da organiza o de uma cooperativa? ; 3) quest es hipot ticas, como, se voc observasse que seus alunos brigam freq entemente entre si, qual seria seu comportamento como professor? ; 4) perguntas categoriais, se voc observasse a respostas de seus vizinhos frente possibilidade de organiza o de uma cooperativa, em quantos grupos n s poder amos classific -los . Conclui o autor salientando que as categorias de perguntas n o deveriam ser amarras para entravar a pesquisa, mas para abrir perspectivas para an lise e interpreta o de id ias. Preocupado com as pesquisas desenvolvidas na rea de Educa o e Educa o Especial que utilizam a ENTREVISTA como forma para coletar informa es, apresentamos (MANZINI, 2003) v rias considera es sobre a elabora o de roteiros para ENTREVISTA semi-estruturadas.


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