AULAS REMOTAS EM TEMPO DE PANDEMIA: DESAFIOS E …

1 AULAS REMOTAS EM TEMPO DE PANDEMIA: DESAFIOS E PERCEP ES DE PROFESSORES E ALUNOS Kacia Kyssy C mara de Oliveira Miranda1 Alzenir da Silva Lima 2 Valeska Cryslaine Machado de Oliveira3 Cinthia Beatrice da Silva Telles4 RESUMO As transforma es ocorridas com o avan o do Coronav rus, causador da doen a denominada COVID-19, provocaram diversas mudan as, atingindo v rias reas da sociedade seja ela econ mica, social e at mesmo a rea educacional. Na educa o, o isolamento social e a suspens o das atividades presenciais de ensino, tornou necess ria a ado o do ensino remoto, como medida de distanciamento social, desafiando assim a escola e toda a comunidade escolar a se adaptar ao novo contexto social. Nessa perspectiva, o presente estudo tem por objetivo identificar as principais dificuldades de professores e alunos em rela o s AULAS REMOTAS ofertadas por institui es p blicas nos n veis fundamentais e m dios.

2 O trabalho de abordagem qualitativa foi desenvolvido a partir da aplica o de dois question rios com quest es abertas e fechadas, participando da pesquisa 28 integrantes, sendo 11 (onze) professores e 17 (dezessete) alunos provenientes das redes p blicas estaduais e municipais de ensino das cidades de Pend ncias, Macau, Alto do Rodrigues e Guamar , localizadas no Rio Grande do Norte. Os resultados obtidos apontam que os alunos apresentam v rias dificuldades relacionadas ao acesso internet e aos equipamentos tecnol gicos. Quanto aos professores, dentre as principais dificuldades enfrentadas, encontram se o desinteresse dos alunos falta de equipamentos e de apoio dos pais. Conclu sse assim, que necess riauma maior atua o da fam lia e das redes de ensino, como tamb m investimento em recursos tecnol gicos, dentre outros, para que as consequ ncias dessa modalidade de ensino, adotada de maneira emergencial, gerem menos consequ ncias negativas no processo de aprendizagem escolar.

3 Palavras-chave:Ensino remoto, Covid-19, Educa o, Ferramentas digitais, DESAFIOS . 1 Graduando do curso de licenciatura em Biologia do Instituto Federal de Educa o, Ci ncia e Tecnologia, Rio Grande do Norte- IFRN, 2 Graduando do curso de licenciatura em Biologia do Instituto Federal de Educa o, Ci ncia e Tecnologia, Rio Grande do Norte- IFRN, 3 Graduando do curso de licenciatura em Biologia do Instituto Federal de Educa o, Ci ncia e Tecnologia, Rio Grande do Norte- IFRN, 4 Docente do Instituto Federal de Educa o, Ci ncia e Tecnologia, Rio Grande do Norte- IFRN, Telles.. INTRODU O O ano de 2020 ser marcado na vida dos brasileiros e do mundo como um todo em decorr ncia de um v rus respirat rio chamado SARS-CoV-2, sigla oriunda do termo "severeacute respiratory syndrome coronavirus 2" (s ndrome respirat ria aguda grave de coronav rus 2), respons vel por provocar um quadro inflamat rio conhecido como doen a do coronav rus 2019 (COVID-19), nomeado pela Organiza o Mundial da Sa de (OMS) (LIU et al, 2020).

4 A pandemia do novo coronav rus tem ocasionado, em grande parte da popula o mundial, dentre elas a popula o brasileira, quadros de ansiedade e aflorado diversos tipos de sentimentos e como es, independente da classe social ou cultural que o indiv duo perten a, como mencionado por Borba (2020). No momento em que o v rus est ativo ele causa infec es respirat rias, que podem ser classificados em casos leves ou moderados, os quais provocam sintomas muito parecidos como um resfriado, como: coriza, dor de garganta, tosse e febre. Por m, em alguns pacientes infectados pelo v rus, pode haver uma evolu o da doen a e provar quadros graves, como a presen a de pneumonia em pessoas mais velhas, ou indiv duos com problemas cardiovasculares, podendo, em pessoas que possuam alguma comorbidade (doen as associadas) ou que apresentem comprometimento do sistema imunol gico, levar ao bito (M DICI; TATTO; LEAO, 2020).

5 De acordo com a Organiza o Mundial de Sa de (OMS) foi declarado no dia 09 de mar o de 2020 que a COVID-19 uma doen a infecciosa provocada por v rus que se propaga em humanos, sobretudo a partir de got culas desenvolvidas quando uma pessoa contaminada espirra, fala ou tosse. Depois de dois dias, foi comunicado pela OMS que a COVID-19 se caracterizava como pandemia, devido aos mais de 118 mil infectados, em 114 territ rios naquele momento, dos quais pessoas vieram a bito pelo Coronav rus (OMS, 2020). Nesse contexto houve a necessidade urgente de toda a sociedade se mobilizar e buscar se adaptar as mudan as ocorridas em todos os setores seja ele econ mico, social e inclusive referente ao sistema educacional, que necessitou estabelecer uma nova perspectiva para conseguir se adaptar a esse novo aspecto social. Como uma forma de prevenir o cont gio da doen a nesse per odo anormal, a OMS orientou o distanciamento social entre as pessoas (M DICI; TATTO; LEAO, 2020).

6 Essa medida muito importante para o controle da propaga o da doen a passou a ser incompat vel com o dia a dia escolar. Visto que existe enorme dificuldade de conter a proximidade entre pessoas que circulam no mesmo ambiente escolar, al m da caracter stica estrutural das salas, muitas vezes super lotadas, que proporcionam as aglomera es, tornando assim imposs vel a realiza o de AULAS presenciais (M DICI; TATTO; LEAO, 2020). Diante de todas as cat strofes ocasionadas por essa pandemia de 2020, a rea educacional tem sofrido bastantes consequ ncias, a paralisa o do ensino presencial em todas as escolas, tanto p blicas como privadas, atingiu pais, alunos professores e toda a comunidade escolar, em todos os n veis de ensino. Situa o que interfere na aprendizagem, desejos, sonhos e perspectivas de muitos discentes, provocando um sentimento de adiamento de todos os planos no contexto educacional.

7 Vale destacar que essa mudan a gerou uma interfer ncia na vida familiar de todos os parentes, varia es de rotinas trabalho e ocupa es (M DICI; TATTO; LEAO, 2020). A organiza o das Na es Unidas para a Educa o, a Ci ncia e a Cultura (UNESCO), no dia 18 de mar o de 2020, confirmou que 85 pa ses fecharam totalmente as atividades presenciais para amenizar o contato com o novo coronav rus, atingindo 776,7 milh es de jovens e crian as estudantes, sendo assim, foi optado pelo ensino completamente a dist ncia, decis o tomada ap s discuss o ocorrida em evento que os governos de 73 pa ses participaram virtualmente (UNESCO, 2020). Diante dessa perspectiva, a sociedade tem buscado solu es para que a educa o seja vi vel de outro jeito. Para isso, importante a busca por novos m todos de ensino que permitam manter as orienta es da OMS sobre o isolamento social.

8 Uma das solu es mais debatidas nesse contexto a utiliza o de tecnologias digitais de comunica o e informa o (TDIC) (M DICI; TATTO; LEAO, 2020). De acordo com Seabra (2013), historicamente os aparelhos m veis s o inimigos da educa o por provocar a distra o em sala de aula, no entanto, esses aparelhos eletr nicos podem passar de vil o para mocinho, dependendo da utiliza o dos mesmos no processo de aprendizagem. Atualmente, alguns dispositivos passaram a ser vistos como parceiros, por possibilitar o acesso a informa es. necess rio considerar que a utiliza o de ferramentas tecnol gicas um mecanismo que permite a amplia o das atividades humanas em todas as esferas sociais, sobretudo na educa o. Por essa raz o, a op o de mais relev ncia nessa situa o de pandemia, a utiliza o de mecanismos presentes na Educa o Dist ncia (EaD), como a utiliza o das TDIC, para atuar como meio de comunica o entre estudantes e docentes, possibilitando com que n o exista interrup o nos estudos, permitindo a realiza o de um Ensino Remoto emergencial (M DICI; TATTO; LEAO 2020).

9 A proposta de educa o ofertada por meios tecnol gicos sempre trouxe alguns obst culos, principalmente pela falta de preparo/capacita o dos professores no manuseio de suportes tecnol gicos (ROSA, 2020). Goldbach e Macedo (2007) relatam que muito importante que os cursos de atualiza o dos docentes proporcionem v rias estrat gias de ensino modernas, como o uso de equipamentos de inform tica, para aperfei oar o modo de ensino. Inesperadamente, por conta da pandemia do coronav rus, os docentes passaram a ajustar os planos de aula, focalizar em novas estrat gias e adaptaram os espa os nas suas casas tentando assim adequar o ensino presencial a realidade do ensino desenvolvido a dist ncia. No atual momento de pandemia, os docentes, num contexto de extrema urg ncia, tiveram que passar a organizar AULAS REMOTAS , atividades de ensino mediadas pela tecnologia, mas que se orientam pelos princ pios da educa o presencial (ROSA, 2020), necessitando possuir habilidades com v rias ferramentas voltadas para o manejo tecnol gico, como, por exemplo: Google Meet, Plataforma Moodle, Chats e Live (Transmiss o ao vivo).

10 Abriu-se um crit rio hist rico para a educa o guiada pela tecnologia, no ensino remoto, que prosseguiu em nosso pa s por meio do reconhecimento do Conselho Nacional de Educa o (CNE) e o Minist rio da Educa o (MEC) atribuindo que a carga hor ria disponibilizada nessa modalidade de ensino absolutamente v lida (ROSA, 2020). A sugest o de educa o remota na rede p blica como um todo, pode ser percebida como um grande equ voco, pois, inviabiliza o acesso ao conhecimento da classe social menos favorecida, por n o ter acesso s tecnologias digitais ou n o possu rem condi es de moradia adequada para acompanhar de maneira satisfat ria os momentos de AULAS virtuais, pois, moram em resid ncias pequenas com poucos espa os apropriados para poder estudar (ALVES, 2020). Outro ponto de vista que durante o isolamento social, os familiares est o confinados dentro de casa causando, por muitas vezes, estresse e at viol ncia f sica e/ou psicol gica.