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Avaliação Epidemiológica de Pacientes com Câncer no Trato ...

21 Revista Brasileira de Cancerologia 2012; 58(1): 21-29 Artigo OriginalC ncer Aerodigestivo: lcool e TabacoArtigo submetido em 28/7/11; aceito para publica o em 10/11/11 Avalia o Epidemiol gica de Pacientes com C ncer no Trato Aerodigestivo Superior: Relev ncia dos Fatores de Risco lcool e TabacoEpidemiological Evaluation of Patients with Cancer in the Upper Aerodigestive Tract: Relevance of Alcohol and Tobacco Risk FactorsLa Evaluaci n Epidemiol gica de los Pacientes con C ncer en el Tracto Aerodigestivo Superior: Pertinencia de los Factores de Riesgo para el Alcohol y el TabacoRamila Alves dos Santos1, Fl via Batista Portugal2, Janaina Daumas Felix3, Paula Matias de Oliveira dos Santos4, Marluce Miguel de Siqueira5 ResumoIntrodu o: as causas de diversas neoplasias podem ser atribu das a fatores ambientais, em que se destacam elementos relacionados ao estilo de vida. Objetivo: analisar os aspectos sociodemogr ficos e cl nicos de Pacientes com c ncer no Trato aerodigestivo superior atendidos no servi o de cabe a e Pesco o do Hospital universit rio cassiano ant nio Moraes, nos anos de 2005 a 2007, e enfatizar os fatores de risco uso de lcool, tabaco ou ambos.

22 Santos RA, Portugal FB, Felix JD, Santos PMO, Siqueira MM Revista Brasileira de Cancerologia 2012; 58(1): 21-29 INTRODUÇÃO segundo a organização Mundial da saúde (oMs),

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1 21 Revista Brasileira de Cancerologia 2012; 58(1): 21-29 Artigo OriginalC ncer Aerodigestivo: lcool e TabacoArtigo submetido em 28/7/11; aceito para publica o em 10/11/11 Avalia o Epidemiol gica de Pacientes com C ncer no Trato Aerodigestivo Superior: Relev ncia dos Fatores de Risco lcool e TabacoEpidemiological Evaluation of Patients with Cancer in the Upper Aerodigestive Tract: Relevance of Alcohol and Tobacco Risk FactorsLa Evaluaci n Epidemiol gica de los Pacientes con C ncer en el Tracto Aerodigestivo Superior: Pertinencia de los Factores de Riesgo para el Alcohol y el TabacoRamila Alves dos Santos1, Fl via Batista Portugal2, Janaina Daumas Felix3, Paula Matias de Oliveira dos Santos4, Marluce Miguel de Siqueira5 ResumoIntrodu o: as causas de diversas neoplasias podem ser atribu das a fatores ambientais, em que se destacam elementos relacionados ao estilo de vida. Objetivo: analisar os aspectos sociodemogr ficos e cl nicos de Pacientes com c ncer no Trato aerodigestivo superior atendidos no servi o de cabe a e Pesco o do Hospital universit rio cassiano ant nio Moraes, nos anos de 2005 a 2007, e enfatizar os fatores de risco uso de lcool, tabaco ou ambos.

2 M todo: trata-se de um estudo explorat rio, descritivo e quantitativo, utilizando dados institucionais. as vari veis estudadas foram: sexo, faixa et ria, ra a/cor, grau de instru o, ocupa o, proced ncia, localiza o do tumor prim rio, tnM e estadiamento cl nico, tipo histol gico, bito, hist ria familiar de c ncer e uso do lcool e tabaco. Resultados: entre os 162 Pacientes pesquisados, houve predom nio de homens (80,9%); cor parda (51,9%); baixo n vel de escolaridade; proced ncia da regi o Metropolitana do estado do esp rito santo (79%); idade de 51 a 60 anos; pedreiros (14,2%); 79% usavam lcool; e 88,2% tabaco. o tipo histol gico mais expressivo foi o carcinoma escamocelular (78,4%); o s tio anat mico prim rio mais acometido foi a cavidade oral (45,7%); 78,4% dos indiv duos apresentaram doen a avan ada ao diagn stico; e observaram-se 48,8% de bitos. Conclus o: este estudo detectou a necessidade da implanta o de escalas de avalia o do consumo do lcool e tabaco e uma defici ncia no suporte oferecido por esse servi o quanto redu o ou interrup o do uso dessas drogas.

3 Palavras-chave: neoplasias de cabe a e Pesco o; Fatores de risco; consumo de Bebidas alco licas; tabagismo; conhecimentos, atitudes e Pr tica em sa de; epidemiologia descritiva1 enfermeira do Hospital Meridional do esp rito santo. Graduada pela universidade Federal do esp rito santo (uFes).2 enfermeira. doutoranda em sa de P blica - ensP/FiocruZ. Membro da equipe t cnica do enfermeira. coordenadora do rHc-HucaM e Mestre pelo Programa de P s-gradua o em sa de coletiva da enfermeira. Graduada pela Professora associada iii do departamento de enfermagem e do Programa de P s-Gradua o em sa de coletiva da uFes. coordenadora de Pesquisa do cePad-ccs-uFes e o para correspond ncia: ramila alves dos santos. rua romero Botelho, n 594 - apto. 102 - Praia da costa. Vila Velha (es), Brasil. ceP: 29101-068. E-mail: RA, Portugal FB, Felix JD, Santos PMO, Siqueira MMRevista Brasileira de Cancerologia 2012; 58(1): 21-29 INTRODU Osegundo a organiza o Mundial da sa de (oMs), estima-se que o n mero anual de casos novos de c ncer no mundo passou de 10 milh es em 2000 e, em 2020, ultrapassar 15 milh es, sendo que a maior parte dos casos novos, aproximadamente 60%, acontecer em regi es menos desenvolvidas1.

4 No Brasil, as estimativas para o ano de 2012, v lidas tamb m para o ano de 2013, apontam para novos casos de c ncer2. not rio que as causas de 80% das neoplasias s o atribu veis a influ ncias ambientais, especialmente as relacionadas com o estilo de vida; e, com o c ncer de cabe a e pesco o, n o diferente. as neoplasias malignas nesse segmento do corpo podem ser induzidas por uma combina o de alguns fatores entre os quais se destacam: h bitos pessoais, atividade profissional, local onde indiv duo habita3, nutri o, m -denti o e a predisposi o e suscetibilidade gen tica4. sendo assim, no que se refere aos h bitos pessoais, o consumo do lcool e tabaco s o fatores etiol gicos bem estabelecidos e preponderantes nos portadores de neoplasia maligna nessa regi o3. Fato preocupante, j que, de acordo com II Levantamento Domiciliar Sobre o Uso de Drogas Psicotr picas no Brasil, realizado no ano de 2005, 12,3% e 10,1% da popula o brasileira dependente de lcool e tabaco, respectivamente5.

5 Perante o que foi exposto, este trabalho teve como objetivo tra ar o perfil sociodemogr fico e cl nico dos Pacientes com c ncer no Trato aerodigestivo superior atendidos no servi o de cabe a e Pesco o do Hospital universit rio cassiano ant nio Moraes (HucaM), nos anos de 2005 a 2007, e enfatizar os fatores de risco: uso de lcool, tabaco ou TODO trata-se de um estudo explorat rio, descritivo e de abordagem quantitativa, utilizando dados institucionais por meio da an lise do banco de dados do registro Hospitalar de c ncer do Hospital universit rio cassiano ant nio Moraes (rHc-HucaM). sendo assim, importante salientar que se trata de uma pesquisa com dados secund rios. Para isso, analisaram-se as informa es colhidas pelo rHc-HucaM, a partir das Fichas de registro de tumor dos Pacientes atendidos no servi o de cirurgia de cabe a e Pesco o do HucaM, com diagn stico confirmado por histopatologia para neoplasia maligna do Trato aerodigestivo superior, qualificadas pela classifica o internacional de doen as para oncologia (cid-o) apud inca6 de a e de a , no per odo de 2005 a 2007.

6 Exclu ram-se desta amostra Pacientes com diagn stico de c ncer de tireoide e com diagn stico de c ncer de 14 das 44 vari veis existentes na Ficha de registro de tumor padronizada pelo instituto nacional do c ncer Jos alencar Gomes da silva (inca). as vari veis analisadas inclu ram sexo, faixa et ria, ra a/cor, grau de instru o, ocupa o, proced ncia, localiza o do tumor prim rio, tnM e estadiamento cl nico, tipo histol gico, bito, alcoolismo, tabagismo e hist ria familiar de c ncer. os itens que obtiveram acima de 20% de informa es incompletas e/ou ausentes n o foram trabalhadas nos resultados desta pesquisa, como ocorreu com a vari vel hist ria familiar que n o p de ser avaliada, visto que a op o sem informa o apareceu em 23,5% da amostra, percentual que excede o corte estipulado. a vari vel ra a/cor foi analisada e dividida em quatro grupos como disposto na Ficha (branco, preto, pardo e sem informa o). o item instru o foi analisado e classificado em seis grupos como apresentado no instrumento (analfabeto, 1 grau incompleto, 1 grau completo, 2 completo, n vel superior e sem informa o)6.

7 J a ocupa o foi classificada de acordo com as normas da classifica o Brasileira de ocupa es apud inca6. os dados foram estratificados em dez categorias profissionais, al m de n o se aplica , outros e sem informa o . importante ressaltar que o termo n o se aplica inclui profiss es que n o est o na classifica o da cBo, j a denomina o outros s o as demais profiss es que n o tiveram expressividade na casu stica deste estudo. Quanto proced ncia , os indiv duos naturais do estado do esp rito santo foram agrupados conforme a divis o regional do esp rito santo (es) correspondente s macrorregi es do estado em: Metropolitana, norte, noroeste e sul7. os Pacientes que residiam em munic pios fora do estado do es foram classificados com a denomina o outros estados .os tumores foram analisados de acordo com a localiza o anat mica em cavidade oral, faringe, laringe, seio piriforme e seio maxilar, conforme a cid-o. o tnM e estadiamento cl nico foram avaliados quanto ao preenchimento ou n o dessas informa es na Ficha de registro de tumor , bem como quais classifica es de ambos os itens foram mais frequentes entre os casos estudados.

8 As normas para o estadiamento seguiram a classifica o da American Joint Committee on Cancer (AJCC) como determinado pelo inca6. as vari veis alcoolismo e tabagismo foram analisadas quanto ao uso ou n o de lcool e tabaco respectivamente. Para isso, sabe-se que o registrador de c ncer seguiu o crit rio preconizado pelo inca utilizado para preenchimento da Ficha. segundo o inca, a hist ria de consumo de bebida alco lica dever retratar n o apenas a situa o atual, mas a ocorr ncia preponderante 6. assim, deve-se considerar o consumo 23C ncer Aerodigestivo: lcool e TabacoRevista Brasileira de Cancerologia 2012; 58(1): 21-29habitual mais que tr s vezes por semana 6 e, deste modo, deve ser classificado como alcoolista. Pessoas que bebem eventualmente, n o devem ser consideradas alcoolistas6. Para o inca, [..] a avalia o do h bito tab gico dever levar em considera o toda a vida do paciente, e n o apenas a situa o atual.

9 [..] tamb m dever o ser avaliados todos os tipos de tabagismo cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo e mascar 6 e, portanto, deve ser classificado como tabagista. o fumante eventual deve ser considerado n o fumante6. o objetivo de citar o que est descrito no Manual do Registrador de C ncer foi tentar demonstrar como foi realizada a classifica o da popula o estudada em alcoolista e/ou tabagista pelo registrador de c ncer a partir de informa es coletadas por ele no prontu aos bitos, foi realizada uma busca dos Pacientes envolvidos no sistema de informa o sobre Mortalidade (si M), nos anos 2005 a 2008, com o objetivo de avaliar a distribui o de bitos dessa popula dados foram analisados pelo programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), vers o , com base na estat stica descritiva explorat ria, a partir de frequ ncia absoluta (n) e relativa (%). o presente estudo foi aprovado pelo comit de tica em Pesquisa do centro de ci ncias da sa de da uFes, por meio do processo n 151/09.

10 RESULTADOSos dados foram obtidos das Fichas de registro de tumor de 162 Pacientes com c ncer no Trato aerodigestivo superior atendidos no HucaM nos anos de 2005 a tabela 1, observa-se o perfil sociodemogr fico, no qual poss vel notar que a maior parte dos Pacientes era do sexo masculino, 131 Pacientes , o que corresponde a 80,9%. J a faixa et ria mais prevalente foi de 51 a 60 anos (36,4%). Vale ressaltar que, da popula o em estudo, apenas um paciente encontrava-se na faixa et ria menor que 30 anos e um paciente estava incluso no intervalo de 81 a 90 anos. Houve predom nio da cor parda num total de 84 Pacientes (51,9%). Quanto ao grau de instru o, observa-se que 50% dos Pacientes n o completaram o 1 grau, 15,4% completaram, 13,6% s o analfabetos, 4,9% conclu ram o 2 grau e apenas 1,9% dos Pacientes possuem o n vel superior. as ocupa es profissionais mais frequentes foram: pedreiro (14,1%), trabalhadores agr colas (11,7%), aposentados (10,4%) e trabalhadores agropecu rios (6,17%).


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