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O PAPEL DA MULHER NO CONTEXTO FAMILIAR: …

Juliane Callegaro Borsa, Cristiane Friedrich Feil Documento produzido em 13-06-2008 O PAPEL DA MULHER NO CONTEXTO FAMILIAR: UMA BREVE REFLEX O Juliane Callegaro Borsa Psic loga; Mestre em Psicologia Cl nica (PUCRS), Doutoranda em Psicologia (UFRGS). Atua na rea da Psicologia Cl nica, sobretudo na pesquisa de temas relacionados Rela o Pais e Filhos e Desenvolvimento Infantil. Cristiane Friedrich Feil Estudante de Gradua o em Psicologia, PUCRS. Bolsista FAPERGS do grupo de pesquisa Forma o e Atendimento em Psicoterapia Psicanal tica, da Prof . Maria L cia Tiellet Nunes. Atua na rea da Psicologia Cl nica, na pesquisa sobre Avalia o Psicol gica e Desenvolvimento Infantil. Email : RESUMO O presente estudo consiste em uma revis o te rica acerca de alguns aspectos pertinentes aos diversos autores que se prop em a conceituar a fam lia, estabelecendo uma rela o destes conceitos com os pap is atribu dos MULHER no mbito familiar.

Juliane Callegaro Borsa, Cristiane Friedrich Feil 5 www.psicologia.com.pt Documento produzido em 13-06-2008 identificação se dá através de um processo consciente de aprendizagem, Chodorow demonstra,

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1 Juliane Callegaro Borsa, Cristiane Friedrich Feil Documento produzido em 13-06-2008 O PAPEL DA MULHER NO CONTEXTO FAMILIAR: UMA BREVE REFLEX O Juliane Callegaro Borsa Psic loga; Mestre em Psicologia Cl nica (PUCRS), Doutoranda em Psicologia (UFRGS). Atua na rea da Psicologia Cl nica, sobretudo na pesquisa de temas relacionados Rela o Pais e Filhos e Desenvolvimento Infantil. Cristiane Friedrich Feil Estudante de Gradua o em Psicologia, PUCRS. Bolsista FAPERGS do grupo de pesquisa Forma o e Atendimento em Psicoterapia Psicanal tica, da Prof . Maria L cia Tiellet Nunes. Atua na rea da Psicologia Cl nica, na pesquisa sobre Avalia o Psicol gica e Desenvolvimento Infantil. Email : RESUMO O presente estudo consiste em uma revis o te rica acerca de alguns aspectos pertinentes aos diversos autores que se prop em a conceituar a fam lia, estabelecendo uma rela o destes conceitos com os pap is atribu dos MULHER no mbito familiar.

2 O objetivo principal deste estudo discutir e levantar algumas quest es sobre a constru o social da maternidade bem como compreender os novos pap is que v m sendo atribu dos MULHER no mundo contempor neo. Para este fim, ser o utilizados autores de diversas teorias, a prop sito desta discuss o, para estabelecer um panorama sobre as mudan as do PAPEL da MULHER ocorridas ao longo do tempo bem como os conflitos oriundos destas mesmas mudan as. Ao t rmino deste estudo, pretende-se demonstrar a relev ncia de novas pesquisas sobre a din mica dos novos pap is e das novas rela es de g nero estabelecidas na fam lia contempor nea e, sobretudo, sobre a nova MULHER inserida neste CONTEXTO familiar emergente. Palavras-chave: MULHER , Fam lia, Maternidade e G nero Juliane Callegaro Borsa, Cristiane Friedrich Feil Documento produzido em 13-06-2008 Diferentes Defini es de Fam lia Para iniciar, consideram-se importante trazer, aqui, alguns conceitos sobre fam lia.

3 In meras s o as tentativas de estabelecer uma defini o de fam lia, seja no mbito da Sociologia, da Antropologia, do Direito, das religi es ou da pr pria Psicologia1. O que se sabe, contudo, que n o existe consenso, tampouco uma nica defini o sobre fam lia. Conforme a conceitua o cl ssica proposta por L vi-Strauss (1972), o termo fam lia usado para definir um grupo social originado no casamento, constitu do por marido, esposa e pelos filhos provenientes de sua uni o, com membros devidamente unidos por la os legais, direitos e obriga es econ micas, religiosas e outras, com uma variedade de sentimentos psicol gicos, tais como amor, afeto, respeito e medo. Para L vi-Strauss, a fam lia se configura a partir de tr s tipos de rela es: alian a entre o casal (casamento ou legaliza o conjugal), filia o e consang inidade.

4 Estas rela es d o a id ia de que o conceito de fam lia est diretamente relacionado ao conceito de parentesco2. A fam lia segundo Minuchin (1982), autor da teoria sist mica, uma unidade social que enfrenta uma s rie de tarefas, funcionando como matriz do desenvolvimento psicossocial de seus membros. Para Roudinesco (2003), a fam lia pode ser considerada duplamente universal, uma vez que associa um fato de cultura, constru do pela sociedade, a um fato da natureza, inscrito nas leis da reprodu o biol gica. O autor de diversos estudos sobre fam lia, Os rio (2002), opta por um conceito operat rio, onde a fam lia representa uma unidade grupal na qual se desenvolvem tr s tipos de rela es pessoais, tal qual proposto por L vi-Strauss alian a (casal), filia o (pais/filhos) e consang inidade (irm os) e que, a partir dos objetivos gen ricos de preservar a esp cie, nutrir e proteger a descend ncia e fornecer-lhe condi es para a aquisi o de suas identidades pessoais, desenvolveu atrav s dos tempos fun es diversificadas de transmiss o de valores ticos, est ticos, religiosos e culturais ( ).

5 De acordo com uma defini o cl ssica oriunda do substrato biol gico ligado sexualidade e procria o proposta por Jelin (1995), a fam lia definida como institui o social que regula, canaliza e confere significado social e cultural a estas duas necessidades. Inclui, tamb m, a conviv ncia e sustento cotidiano, a economia compartilhada, a domesticidade coletiva, a sexualidade leg tima e a procria o. Segundo Strey (2007), existe, ainda hoje, uma discuss o generalizada sobre o que seja fam lia e n o uma maneira nica de consider -la. A autora opta por considerar que a fam lia seja 1 importante salientar que estes conceitos, bem como as discuss es que se seguem, est o direcionados aos moldes da fam lia ocidental, mais precisamente, tenta trazer um pouco da realidade da fam lia ocidental e brasileira.

6 2 Para Os rio (2002), parentesco consiste numa rela o entre pessoas que se vinculam pelo casamento ou cujas uni es sexuais geram filhos ou, ainda, que possuam ancestrais comuns. Nessa concep o, marido e MULHER s o parentes, mesmo n o tendo filhos. Juliane Callegaro Borsa, Cristiane Friedrich Feil Documento produzido em 13-06-2008 o resultado de uma associa o entre pessoas, com a finalidade de constru rem a sua vida privada, n o em oposi o vida p blica, mas em complemento a ela ( ). Assim, poss vel inferir que fam lia n o um conceito un voco. N o sendo esta uma express o pass vel de conceitua o, mas t o somente de descri es, ou seja, poss vel descrever as v rias estruturas ou modalidades assumidas pela fam lia atrav s dos tempos, mas n o defin -la ou encontrar algum elemento comum a todas as formas com que se apresenta esse agrupamento humano.

7 S o tantas as vari veis ambientais, sociais, econ micas, culturais, pol ticas, ou religiosas que determinam as distintas composi es das fam lias at hoje que o simples cogitar abarc -las num enunciado integrador j nos paralisa o nimo e tolhe o prop sito (Os rio, 2002, p. 12). O PAPEL da MULHER na Fam lia: para al m da maternidade De acordo com Duarte (1995), o conceito atual que possu mos de fam lia oriundo de diversos agenciamentos culturais ocidentais. Trata-se de um conceito inst vel, que se apresenta de maneiras diferentes em culturas diferentes. Apesar das diversas concep es, o estere tipo da fam lia nuclear tem sido privilegiado e tem ocupado um lugar pregnante na id ia que constru mos, historicamente, sobre o grupo familiar3.

8 Nesse modelo, a MULHER ocupa um lugar fundamental, atrav s do PAPEL da maternidade o qual se constitui como a sua identidade principal, impulsionada, num primeiro momento, por interesses pol ticos e sociais, que se fizeram presentes, ao longo dos s culos, atrav s da entrada em cena, por exemplo, da medicina higienista4. A MULHER colocada como um elemento agregador imprescind vel, sem o qual a unidade familiar n o sobrevive (Favaro, 2007). O homem, por sua vez, neste CONTEXTO , sempre encontrou dificuldade para separar sua individualidade das fun es de pai. Manteve-se protegido no sil ncio comprometedor de toda a possibilidade de di logo com a fam lia, especialmente com os filhos (Gomes & Resende, 2004).

9 Para Petersen (1999), muitas teorias respaldam o estudo das rela es entre homens e mulheres e, dentre elas, a Teoria do Patriarcado, na qual o processo de subordina o feminina foi 3 O Grupo Familiar, ainda, pode ser definido como o conjunto de pessoas ligadas entre si pelo casamento ou pela filia o, ou ainda a sucess o de indiv duos que descendem uns dos outros. Neste sentido, a express o designa as pessoas aparentadas que vivem sob o mesmo teto e mais particularmente o pai, a m e e os filhos (Flandrin, 1992). 4 O s culo XIX foi marcado, dentre outros aspectos, pela consolida o do novo PAPEL social da medicina que ampliou o seu dom nio para al m da exclusiva preocupa o com o corpo.

10 A alimenta o, as condi es ambientais e o comportamento humano passaram a se configurar em objetos de preocupa o m dica, na busca de solu es para problemas como a mortalidade infantil. Essa trajet ria, desde seu in cio, foi pautada pela formula o de regras r gidas impostas fam lia e, sobretudo, MULHER , enquanto m e, no intuito de modular o seu comportamento em favor da sa de da crian a. Dentre as regras b sicas, a rela o m e-filho foi uma das maiores preocupa es desta pr tica m dica conhecida como Medicina Higienista e, por interm dio dela, a MULHER foi elevada categoria de mediadora entre os filhos e o Estado. Os higienistas reconstru ram socialmente a biologia feminina, buscando resgatar, na ordem natural do instinto, a maternidade e a amamenta o como fatores vitais para a sobrevida dos filhos (Costa, 1979, Almeida, 1999).


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