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CI NCIA E TECNOLOGIA : Transformando a rela o do ser humano com o mundo Rosemari Monteiro Castilho Foggiatto Silveira Professora (UTFPR) Doutoranda pela UFSC - Walter Antonio Bazzo Dpto. Engenharia Mec nica UFSC. NEPET N cleo de Estudos e Pesquisas em Educa o Tecnol gica. Resumo No mundo atual, a TECNOLOGIA tem se apresentado como o principal fator de progresso e de desenvolvimento. No paradigma vigente, ela assumida como um bem social e, juntamente com a ci ncia, o meio para a agrega o de valores aos mais diversos produtos, tornando-se chave para a competitividade estrat gica e para o desenvolvimento social e econ mico de uma regi o. Nesse artigo procuramos refletir como a ci ncia e a TECNOLOGIA vieram se instalando no mundo, quais as concep es e ideologias que estva por tr s de todo o desenvolvimento cient fico-tecnol gico.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA: Transformando a relação do ser humano com o mundo Rosemari Monteiro Castilho Foggiatto Silveira – Professora (UTFPR)

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1 CI NCIA E TECNOLOGIA : Transformando a rela o do ser humano com o mundo Rosemari Monteiro Castilho Foggiatto Silveira Professora (UTFPR) Doutoranda pela UFSC - Walter Antonio Bazzo Dpto. Engenharia Mec nica UFSC. NEPET N cleo de Estudos e Pesquisas em Educa o Tecnol gica. Resumo No mundo atual, a TECNOLOGIA tem se apresentado como o principal fator de progresso e de desenvolvimento. No paradigma vigente, ela assumida como um bem social e, juntamente com a ci ncia, o meio para a agrega o de valores aos mais diversos produtos, tornando-se chave para a competitividade estrat gica e para o desenvolvimento social e econ mico de uma regi o. Nesse artigo procuramos refletir como a ci ncia e a TECNOLOGIA vieram se instalando no mundo, quais as concep es e ideologias que estva por tr s de todo o desenvolvimento cient fico-tecnol gico.

2 Para isso, utilizamos a pesquisa bibliogr fica. Iniciamos falando como tradicionalmente a ci ncia vista. Na segunda parte, evidenciamos a origem e dissemina o da TECNOLOGIA , como ela sofre e causa transforma es profundas de car ter pol tico, social, econ mico e filos fico na hist ria do s culo XVII em diante. Por ltimo, falamos da necessidade de se pensar o desenvolvimento cient fico e tecnol gico numa perspectiva social, das modifica es que a ci ncia e a TECNOLOGIA vem sofrendo ap s a Segunda Guerra Mundial e da import ncia do movimento CTS como impulsionador de questionamentos cr ticos e reflexivos acerca do contexto cient fico-tecnol gico e social.

3 Palavras-chave: CTS (Ci ncia, TECNOLOGIA e Sociedade); educa o tecnol gica. INTRODU O Ap s a II Guerra Mundial a imagem da ci ncia e da TECNOLOGIA passou a sofrer modifica es. Inicialmente o desenvolvimento tecnol gico foi valorizado positivamente por ser considerado a alavanca do progresso e bem-estar-social. As pol ticas p blicas eram basicamente pol ticas de promo o de maneira que no modelo linear de desenvolvimento tecnol gico que se estabelecia, n o havia lugar para as conseq ncias negativas da mudan a tecnol gica. A ci ncia ao longo dos anos vem ganhando import ncia. Embora ela exista desde os prim rdios da civiliza o, a ci ncia n o era essencial para qualquer finalidade t cnica at o s culo XVI, quando se tornou indispens vel navega o.

4 Entretanto, continuou n o tendo muitas aplica es at o s culo XIX, quando ent o se tornou necess ria, qu mica e engenharia. O avan o cient fico e tecnol gico poss bilitou a Revolu o Industrial. Por m, Bernal (1969, p1287) afirma que, a maquinaria da Revolu o Industrial n o foi um simples presente dos inventores, ela ocorreu porque havia disponibilidade de capital e de m o-de-obra. As oportunidades que o mercado oferecia para a obten o dos lucros fizeram com que se desenvolvimento cient fico-tecnol gico ocorresse em grande velocidade. A cria o de novo processo, nova m quina, ou novo princ pio cient fico, como por exemplo, a produ o de energia el trica por magnetismo (Faraday), proporcionou uma modifica o nas condi es de produ o e novas oportunidades de transforma o econ mica.

5 Carvalho (1997, ) comenta que, a partir da Revolu o Industrial os conhecimentos tecnol gicos e a estrutura social foram modificados de forma acelerada. Por m, foi a partir da segunda metade do s culo XX que a humanidade mais acumulou conhecimentos e mais acelerou o processo de transforma es sociais. Com isso, surgiram novos problemas inexistentes anteriormente como, por exemplo, as transforma es na forma de propriedade da terra. Muitos camponeses destitu dos dos meios de produ o foram expulsos do meio rural e migraram para a cidade em busca de trabalho na ind stria. Isso fez com que as cidades crescessem desordenadamente gerando problemas cruciais como: habita o, sa de, educa o, saneamento, entre outros.

6 Tamb m, o aumento do n mero de trabalhadores desempregados fez baixar o valor da for a de trabalho e pressionou os trabalhadores empregados a manter sob relativo controle suas reivindica es por melhores sal rios e melhores condi es de trabalho. Diante disso, Carvalho (1997, ) utilizando as palavras de Marx (1975) afirma: uma caracter stica que marca o capitalismo desde o in cio a oposi o entre pobreza de um lado e riqueza de outro, isto , medida que a acumula o de capital se realiza cada vez mais plenamente, cresce tamb m a popula o que n o tem acesso a esta riqueza . Isso fez com que a sociedade se visse diante das incertezas com rela o a valores, padr es e modelos de comportamento que hoje s o considerados superados, e Geertz apud Carvalho (1997) argumenta que, a cultura (regras, padr es, planos, receitas, modelos, etc.)

7 Que regula e orienta os comportamentos dos seres humanos em sociedade, n o acompanha a acelera o das mudan as tecnol gicas atuais que cada vez mais cria novas necessidades aos seres humanos, tornando-se um processo irrevers vel, j que, apesar de grande parte da popula o n o ter acesso aos benef cios de seu desenvolvimento, n o se pode deixar de considerar que o progresso tecnol gico possibilita uma vida mais f cil e confort vel. Carvalho (1997, ) ainda acrescenta: Esta uma das raz es do sucesso do capitalismo que vem transformando definitivamente a vida humana sobre a face da Terra, criando novas rela es sociais e culturais e associados a elas, novos atores sociais que passar o a viver contradi es espec ficas de uma sociedade de classes.

8 Entretanto, a autora lembra que n o foi toda a humanidade que se incorporou ao sistema capitalista. Existem povos de diferentes partes do planeta que seguiram outro caminho hist rico, de forma que a sociedade mercantil capitalista, com base no desenvolvimento tecnol gico, n o a nica possibilidade de organiza o social criada pela supera o, como j aconteceu no passado com outras forma es sociais. Entretanto, n o se pode negar que o desenvolvimento tecnol gico um processo irrevers vel para as pessoas que o vivenciam. A Vis o Tradicional da Ci ncia A ci ncia tem recebido v rias defini es, mas uma das mais aceita pela comunidade cient fica a proposta pela UNESCO que declara: a ci ncia o conjunto de conhecimentos organizado sobre os mecanismos de causalidade dos fatos observ veis, obtidos atrav s do estudo objetivo dos fen menos emp ricos Tradicionalmente, a ci ncia vista como um empreendimento aut nomo, objetivo e neutro baseado na aplica o de um c digo de racionalidade alheio a qualquer tipo de interfer ncia externa.

9 Segundo Bazzo, Linsingen e Pereira (2003, ), nessa concep o o que garante a cientificidade o m todo cient fico , ou seja, o procedimento regulamentado para avaliar a aceitabilidade de enunciados gerais baseados no seu apoio emp rico e, adicionalmente, na sua consist ncia com a teoria da qual devem formar parte. Uma qualifica o particular da equa o l gica + experi ncia deveria proporcionar a estrutura final do m todo cient fico . O desenvolvimento cient fico concebido como um processo regulado por um r gido c digo de racionalidade aut nomo em rela o a condicionantes externos, tais como: sociais, pol ticos, psicol gicos, entre outros, em que, nas situa es de incertezas, apela-se para algum crit rio metaf sico objetivo, valorizando a simplicidade, o poder preditivo, da fertilidade te rica e do poder explicativo sendo o desenvolvimento temporal do conhecimento cient fico visto como avan o linear e cumulativo, como paradigma de progresso humano.

10 Enfim, podemos dizer que a concep o positivista da ci ncia, defendida por Popper, trata a ci ncia como se ela fosse neutra, totalmente destitu da de qualquer a o humana, de maneira que o observ vel independe das impress es sens veis, das expectativas, dos preconceitos e do estado interno geral do observador. Entretanto, questionamos: Onde ficam os valores do pesquisador, a dimens o social e a contextualiza o com a realidade nesse tipo de pesquisa? O pesquisador consegue se manter totalmente parte do processo? A quem interessa esse tipo de pesquisa? Japiassu (1981, p143) questiona a neutralidade cient fica levantando a seguinte quest o: qual ci ncia, em suas pesquisas, deixa de fazer apelo a certos valores e a certas normas ticas?


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