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MODALIDADE ORAL E ESCRITA NA PERSPECTIVA …

1 MODALIDADE ORAL E ESCRITA NA PERSPECTIVA DO USO E O ENSINO DE L NGUA PORTUGUESA. Patr cia Wanderley Nunes; Universidade Estadual da Para ba E-mail: Gessica Maiara de Oliveira Silva; Universidade Estadual da Para ba E-mail: Joana Dark de Lima; Universidade Estadual da Para ba E-mail: Sinthya Fernanda Diniz Ara jo; Universidade Estadual da Para ba E-mail: Maria Aparecida Calado de Oliveira Dantas. Universidade Estadual da Para ba E-mail: RESUMO: O homem um ser de tradi o oral, mas por quest es ideol gicas essa variante se consolidou como inferior em rela o ESCRITA . Em decorr ncia, o ensino de L ngua Portuguesa, por d cadas, condicionou as atividades de produ es textuais fora do contexto real de uso da l ngua, estigmatizando a fala ao campo da informalidade e do erro , enquanto a ESCRITA correta e formal.

2 de uma língua demanda desempenho linguístico diversificado na variante oral e/ou escrita. Nessa perspectiva, conferimos que a língua falada e escrita possuem suas singularidades, mas não

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1 1 MODALIDADE ORAL E ESCRITA NA PERSPECTIVA DO USO E O ENSINO DE L NGUA PORTUGUESA. Patr cia Wanderley Nunes; Universidade Estadual da Para ba E-mail: Gessica Maiara de Oliveira Silva; Universidade Estadual da Para ba E-mail: Joana Dark de Lima; Universidade Estadual da Para ba E-mail: Sinthya Fernanda Diniz Ara jo; Universidade Estadual da Para ba E-mail: Maria Aparecida Calado de Oliveira Dantas. Universidade Estadual da Para ba E-mail: RESUMO: O homem um ser de tradi o oral, mas por quest es ideol gicas essa variante se consolidou como inferior em rela o ESCRITA . Em decorr ncia, o ensino de L ngua Portuguesa, por d cadas, condicionou as atividades de produ es textuais fora do contexto real de uso da l ngua, estigmatizando a fala ao campo da informalidade e do erro , enquanto a ESCRITA correta e formal.

2 Diante da premissa, nos aportamos na teoria sociolingu stica para demonstrar que a l ngua falada e ESCRITA comp e um s sistema lingu stico, n o devendo ser compreendida a partir de oposi es e dicotomias, mas como sistema de rela es interativas dentro de um continuum de varia es presentes nas pr ticas sociais, esse pensamento abre espa o para o ensino produtivo da l ngua que tem como produto final o desenvolvimento da compet ncia comunicativa do discente. A presente an lise deu-se por meio de pesquisa bibliogr fica, fundamentamo-nos em te ricos que abordam aspectos dessa tem tica, entre eles, Marcuschi (2001), Antunes (2003), Castilho (1998), F vero, Andrade e Aquino (2012), entre outras refer ncias b sicas nesta discuss o. Palavras chave: Oralidade. ESCRITA . Ensino. Compet ncia Comunicativa. INTRODU O O presente trabalho objetiva refletir sobre quest es que s o pertinentes em rela o ao tratamento conferido a fala e a ESCRITA ante a sociedade.

3 Algumas pessoas ao se reportarem sobre MODALIDADE oral e ESCRITA , logo, as caracterizam como dois sistemas incompat veis descartando suas intr nsecas rela es. A an lise teve o intuito de enfatizar a import ncia de compreender a inter-rela o entre l ngua oral e ESCRITA em nossas pr ticas sociais di rias, considerando que a intera o entre falantes 2 de uma l ngua demanda desempenho lingu stico diversificado na variante oral e/ou ESCRITA . Nessa PERSPECTIVA , conferimos que a l ngua falada e ESCRITA possuem suas singularidades, mas n o suficientes para distingui-las como modalidades dicot micas. Defendemos a ideia que cabe a escola o papel de desenvolver as compet ncias comunicativas dos seus alunos, constituindo sujeitos para os desafios da vida em sociedade, nesse processo de ensino-aprendizagem a fala e a ESCRITA devem ser concebidas com o mesmo valor, ao dar MODALIDADE oral a devida import ncia para o ensino de L ngua Portuguesa.

4 Nesse sentido, n o interessante adotar conceitos estigmatizados como, certo/errado; formal/informal, uma vez que fundamentamos nossa an lise no ponto de vista interacionista da l ngua que se concretiza em seu uso efetivo atrav s dos g neros textuais presentes nas pr ticas sociais di rias. Diante dessa pesquisa bibliogr fica, buscamos autores que abordam aspectos dessa tem tica, entre eles Marcuschi (2001) e Antunes (2003), Castilho (1998), F vero, Andrade e Aquino (2012), PCNs (1998) entre outros, refer ncias pertinentes para esta discuss o. Os estudiosos debru aram neste tema para comprovar que a l ngua heterog nea, vari vel, mut vel e que n o se encerra em formas e regras, pois a fala e a ESCRITA se d o dentro de um continuum de varia es. METODOLOGIA A pesquisa bibliogr fica desenvolveu-se a luz das teorias de autores como, Marcuschi (2001) e Antunes (2003), Castilho (1998), F vero, Andrade e Aquino (2012), PCNs (1998) entre outros.

5 Toda e qualquer pesquisa se utiliza de m todos ou t cnicas para chegar solu o de indaga es ou problemas de mbito social, contribuindo para a constru o de novos conhecimentos. Assim, a presente pesquisa teve como objetivo principal tecer considera es sobre quest es que s o pertinentes ao tratamento conferido MODALIDADE oral e ESCRITA diante dos conceitos preestabelecidos pela sociedade. RESULTADOS E DISCUSS O Oralidade e ESCRITA 3 A cronologia comprova que a oralidade foi o primeiro sistema a ser utilizado pelos homens para interagir com o meio e com os outros, enquanto a ESCRITA foi, tardiamente, difundida na humanidade. Dados hist ricos apontam que foram os Sum rios, povos da Mesopot mia, os respons veis por instituir a ESCRITA cuneiforme, considerada a forma mais antiga.

6 Assim relatam Mota & Braick. Os Sum rios criaram a mais antiga forma de ESCRITA , designada como ESCRITA cuneiforme por ser composta de caracteres em forma de cunha, gravados com um estilete em argila mole, que era depois secada e endurecida ao sol ou em um forno para ganhar resist ncia. [..] permitindo o conhecimento da rica literatura mesopot mica, que inclu a textos religiosos, mitol gicos, hist ricos, f bulas prov rbios e c digos de leis. (MOTA; BRAICK, 2005, ). Esses relatos norteiam na dire o de como incidiu a l ngua ESCRITA entre os povos, todavia, incontest vel que a oralidade possua primazia em rela o grafia no percurso evolutivo da humanidade. Entretanto, essa afirmativa s se constitui como verdadeira do ponto de vista cronol gico, pois, quando se trata de prest gio a ESCRITA se mant m suprema sob a tica social.

7 Deste modo, Marcuschi (2000), ressalta que Cronologicamente, a fala tem grande preced ncia sobre a ESCRITA , mas do ponto de vista do prest gio social , a ESCRITA vista como mais prestigiosa que a fala. N o se trata, por m, de algum crit rio intr nseco nem par metros lingu sticos e sim de uma postura ideol gica . (MARCUSCHI, apud ELIAS, 2011, p. 30) Decerto, a partir da cria o desse advento que foi a ESCRITA houve uma revolu o na forma de agir e pensar do homem. Sin nimo de poder e prest gio social, a ESCRITA passou a ser vista com um grau maior de import ncia relativamente fala. Este valor social que foi atribu do ESCRITA no percorrer da hist ria, decorre de uma posi o ideol gica que as classes dominantes conferiram a essa MODALIDADE , visando manuten o do poder sobre outros grupos sociais, principalmente, aqueles que disp em de pouca e/ou nenhuma instru o escolar.

8 Nesta PERSPECTIVA , a express o oral se constituiu como inferior no meio dos que det m a pr tica da ESCRITA . Contudo, toda atividade discursiva do homem d -se hora no contexto da fala, hora no da ESCRITA , mas n o precisamos refletir para nos darmos conta que ao interagirmos diariamente, os textos orais se fazem mais presentes que os escritos, isso por uma quest o bvia o homem um ser, 4 naturalmente, de tradi o oral. Conforme afirma Marcuschi (2001, ) o homem um ser que fala e n o um ser que escreve . Essa assertiva condiz com nossas a es di rias como, por exemplo: desejar um bom dia, falar ao telefone com um amigo, relatar fatos ocorridos, pedir uma informa o a algu m, cantar, entre outros. Toda essa discuss o em torno das atividades orais n o se trata de uma tentativa de colocar a fala em um patamar superior ESCRITA , mas, principalmente, entender que escrevemos menos e falamos mais.

9 N o teria como ser diferente, uma vez que a troca de informa es, permanentemente atrav s da ESCRITA seria invi vel. A oralidade e a ESCRITA n o devem ser compreendidas como dicot micas pelo fato de contemplar um nico sistema lingu stico, isso n o significa tamb m que a fala deva ser uma c pia fiel da ESCRITA e vice-versa, pois s o modalidades de uso da l ngua com caracter sticas singulares presentes nas pr ticas sociais. Neste sentido, Marcuschi (2001, p. 17) declara que Oralidade e ESCRITA s o pr ticas de usos da l ngua com caracter sticas pr prias, mas n o suficientemente opostas para caracterizar dois sistemas lingu sticos nem uma dicotomia . N o importa a classifica o da fala e da ESCRITA de forma separada, como tamb m, qual entre as manifesta es seria a mais relevante nos dias atuais, pois ambos os sistemas se completam atrav s das pr ticas sociais em que esteja envolvido o uso da l ngua, permitindo aos seus usu rios constituir textos com coer ncia e coes o efetivando a intera o no contexto de uso de cada individuo, que a depender, pode d -se de maneira formal ou informal.

10 A oralidade se cerca de caracter sticas que podemos apreend -las como naturais dos seres humanos, h a intera o face a face entre os interlocutores a qual possibilita a corre o imediata de alguma mensagem n o compreendida, os gestos e tamb m as express es faciais podem nos auxiliar, assim, como o tom de voz, as interrup es, repeti es, hesita es na fala, entre outras. Assim, F vero, Andrade e Aquino depreendem que Para participar de atividades dessa natureza, s o precisos conhecimentos e habilidades que v o al m da compet ncia gramatical, necess ria para decodificar mensagens isoladas, pois que as atividades conversacionais t m propriedades dial gicas que diferem das propriedades dos enunciados ou dos textos escritos. (F VERO; ANDRADE; AQUINO, 2012, p. 23). 5 No ato da fala, locutores e interlocutores participam e adequam seu discurso ao contexto situacional de forma planejada ou n o, exigindo dos participantes habilidades interpretativas e conhecimentos socioculturais, por isso, n o se restringe a decodifica o de palavras, sendo assim, uma atividade de intera o espont nea entendida como recursos lingu sticos essenciais e, n o mais como defeitos e/ou erros gramaticais.


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