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SNOWBALL (BOLA DE NEVE): UMA TÉCNICA METODOLÓGICA …

SNOWBALL (BOLA DE NEVE): UMA T CNICA METODOL GICA. PARA PESQUISA EM EDUCA O AMBIENTAL COMUNIT RIA. BALDIN, Nelma Univille MUNHOZ, Elzira M. Bagatin Univille Eixo Tem tico: Cultura, Curr culo e Saberes Ag ncia Financiadora: Fundo de Apoio Pesquisa FAP-Univille Resumo A pesquisa em Educa o Ambiental apresenta-se, hoje, com uma ampla diversidade de saberes sociais. Essa grande variedade de pesquisas, na verdade, resulta numa multiplicidade de conceitua es que , de certa forma, tamb m s o conseq entes da diversidade de forma o dos pesquisadores que atuam na rea e Educa o Ambiental e da multiplicidade de opini es e posicionamentos, advindas das mais variadas experi ncias originadas tanto em espa os e tempos diversos, quanto de diferentes viv ncias universit rias e escolares. Essa t o rica diversidade possibilita uma gama de metodologias ou t cnicas de pesquisas. Uma delas, refere-se s pesquisas de Educa o Ambiental Comunit rias. Nesse encaminhamento, o presente artigo tem por objetivo destacar a metodologia SNOWBALL ou Bola de Neve como uma ferramenta para pesquisas em Educa o Ambiental aplicadas em comunidades.

construído e de seu ecossistema maior não pode prescindir da análise dos determinantes do processo. Nesse caso, também não prescinde dos atores envolvidos e das formas de organização social e alternativas de ação, pensando-se, sempre, numa perspectiva de sustentabilidade (CAVALCANTI, 1997).

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1 SNOWBALL (BOLA DE NEVE): UMA T CNICA METODOL GICA. PARA PESQUISA EM EDUCA O AMBIENTAL COMUNIT RIA. BALDIN, Nelma Univille MUNHOZ, Elzira M. Bagatin Univille Eixo Tem tico: Cultura, Curr culo e Saberes Ag ncia Financiadora: Fundo de Apoio Pesquisa FAP-Univille Resumo A pesquisa em Educa o Ambiental apresenta-se, hoje, com uma ampla diversidade de saberes sociais. Essa grande variedade de pesquisas, na verdade, resulta numa multiplicidade de conceitua es que , de certa forma, tamb m s o conseq entes da diversidade de forma o dos pesquisadores que atuam na rea e Educa o Ambiental e da multiplicidade de opini es e posicionamentos, advindas das mais variadas experi ncias originadas tanto em espa os e tempos diversos, quanto de diferentes viv ncias universit rias e escolares. Essa t o rica diversidade possibilita uma gama de metodologias ou t cnicas de pesquisas. Uma delas, refere-se s pesquisas de Educa o Ambiental Comunit rias. Nesse encaminhamento, o presente artigo tem por objetivo destacar a metodologia SNOWBALL ou Bola de Neve como uma ferramenta para pesquisas em Educa o Ambiental aplicadas em comunidades.

2 Nesse sentido, os resultados da pesquisa aplicada em duas comunidades de reas de Bacias Hidrogr ficas distintas (mas com caracter sticas hist ricas, sociais e econ micas semelhantes). utlizando-se a t cnica SNOWBALL sampling foram significativos para o desenvolvimentos de a es de Educa o Ambiental nessas localidades. Ainda, refor ou-nos o entendimento de que a SNOWBALL uma t cnica indicada para se trabalhar com Educa o Ambiental em comunidades. Palavras Chave: Pesquisa em Educa o Ambiental Comunit ria; reas de Bacias Hidrogr ficas; t cnica metodol gica Bola de Neve . Introdu o A Educa o Ambiental (EA) uma rea de estudos extensa e complexa, formada a partir de interse es com uma ampla diversidade de saberes sociais, que resulta numa multiplicidade de conceitua es. Esta diversidade conceitual leva a uma gama variada de pesquisas, na rea , que de certa forma tamb m s o conseq entes da diversidade de forma o dos pesquisadores que atuam na Educa o Ambiental e da multiplicidade de opini es e posicionamentos, advindas das mais variadas experi ncias originadas tanto em 330.

3 Espa os e tempos diversos, quanto de diferentes viv ncias universit rias e escolares. (SILVA; GOMES, 2008). Nesse entendimento, a Educa o Ambiental, como um todo, est voltada para a busca de solu es em situa es de crises socioculturais e ambientais e tamb m comunit rias. E, para tanto, busca essas refer ncias por meio da pr tica da pesquisa. Breiting (1997, apud Copello 2006), define que a EA deveria ser associada s a es poss veis na quest o das pol ticas p blicas, bem como a saber lidar com a mudan a social no mbito das comunidades (das pesquisas em mbito social e comunit rio). Entende-se, assim, que para a EA ser efetivamente realizada nas comunidades importante que al m da divulga o dos conhecimentos aos cidad os ali residentes, sejam-lhes tamb m oportunizadas a aquisi o de habilidades espec ficas, pensando-se na busca de resultados por meio da aplica o de pesquisas. O processo decorrente de a es de pesquisa leva a uma reflex o. E, como manifesta Jacobi (2003), a reflex o sobre as pr ticas sociais (particularmente as comunit rias), envolve uma necess ria articula o com a produ o dos sentidos sobre a Educa o Ambiental (seja a n vel familiar, escolar ou comunit rio).

4 Essa uma quest o de fato importante para um trabalho de EA nas comunidades. Nesse encaminhamento, o presente artigo objetiva destacar a metodologia SNOWBALL ou Bola de Neve como uma ferramenta para pesquisas em Educa o Ambiental aplicadas em comunidades. Assim, exemplifica-se essa tem tica buscando-se suporte na pesquisa qualitativa e em particular em uma pesquisa realizada em na cidade de Joinville, localizada na regi o nordeste do Estado de Santa Catarina. Foram eleitas, para palco de realiza o da pesquisa, duas comunidades instaladas em reas de Bacias Hidrogr ficas situadas no Munic pio de Joinville, e localizadas em reas pertencentes ao chamado cintur o verde da cidade. Ambas as comunidades (PI e VN) foram definidas como reas de estudo por serem regi es eminentemente rurais, com produ o agr cola e pastoril em pequena e m dia escala, embora parte delas j apresente reas de urbaniza o em expans o, concentrando o com rcio e a presta o de servi os em suas zonas mais centrais. Dadas as press es para a amplia o das reas urbanizadas, comuns em grandes centros, e os conflitos de interesses da decorrentes (urbano x rural), justifica-se o estudo do modus vivendi e operandi das popula es que nelas habitam, como forma de contribuir para as pol ticas sociais e ambientais da regi o.

5 331. A import ncia desse estudo para as regi es palco das atividades da pesquisa . significativa, em especial considerando-se o entendimento de que as reflex es em torno das pr ticas sociais em contextos urbanos marcados pela permanente degrada o do ambiente constru do e de seu ecossistema maior n o pode prescindir da an lise dos determinantes do processo. Nesse caso, tamb m n o prescinde dos atores envolvidos e das formas de organiza o social e alternativas de a o, pensando-se, sempre, numa perspectiva de sustentabilidade (CAVALCANTI, 1997). Para a execu o do estudo partiu-se da premissa de que, de uma forma geral, as comunidades urbanas ou pr ximas a centros urbanos t m n veis variados de consci ncia acerca dos problemas ambientais, sendo o desafio, portanto, como afirma Jacobi (2000, ), o de captur -la de forma a que se possa gerar um processo sensibilizador e, com isto, expandir o seu alcance. Os participantes da pesquisa foram lideran as educacionais, empresariais, pol ticas, comerciais e religiosas das comunidades selecionadas, considerando tanto sua capacidade de refletir os anseios comuns ao seu meio social pr ximo, como seu potencial de influ ncia nas discuss es junto ao seu entorno.

6 Jacobi (2003) destaca que a produ o de conhecimento inerente s pesquisas cient ficas, deve, necessariamente, no mbito da Educa o Ambiental, contemplar as inter- rela es do meio natural com o social , incluindo, al m da an lise dos determinantes do processo, tamb m o papel dos diversos atores envolvidos e as particulares formas de organiza o social . Com esse encaminhamento, a pesquisa em EA de que tratamos aqui foi desenvolvida ao longo dos anos de 2009 e 2010. A identifica o dos participantes da pesquisa (e o recrutamento desses sujeitos), verdadeiros atores sociais reconhecidos por seus pares em decorr ncia de seu papel de lideran as nas comunidades estudadas, aconteceu conforme a amostragem por cadeias de refer ncia, ou seja, utilizando-se, para o recrutamento dos sujeitos da pesquisa, a t cnica metodol gica SNOWBALL tamb m chamada SNOWBALL sampling (BIERNACKI e WALDORF, 1981). T cnica, esta, conhecida no Brasil como amostragem em Bola de Neve , ou Bola de Neve ou, ainda, como cadeia de informantes (PENROD, et al 2003) e GOODMAN (1961, apud ALBUQUERQUE, 2009).

7 Cientes da amplitude e da diversidade de abordagens de pesquisas na rea da Educa o Ambiental, nesta investiga o, procurou-se abordar as quest es do meio ambiente, 332. da hist ria patrimonial, social e cultural al m das quest es da gest o ambiental comunit ria. Entende-se, assim, que este estudo insere-se na linha das pol ticas p blicas e, alargando-se o conceito, abarca ainda as pol ticas sociais comunit rias. A t cnica metodol gica SNOWBALL ( Bola de Neve ). Os estudiosos espanh is Velasco e D az de Rada (1997) definem que a pesquisa de campo, em especial quela aplicada em ambientes comunit rios, uma forma de investiga o sociocultural que exige a utiliza o de um conjunto de procedimentos e normas que possibilitam a organiza o e a produ o do conhecimento. Uma via para a execu o desse trabalho de pesquisa em campo em comunidades a t cnica metodol gica SNOWBALL , tamb m divulgada como SNOWBALL sampling ( Bola de Neve ). Essa t cnica uma forma de amostra n o probabil stica1 utilizada em pesquisas sociais onde os participantes iniciais de um estudo indicam novos participantes que por sua vez indicam novos participantes e assim sucessivamente, at que seja alcan ado o objetivo proposto ( o ponto de satura o ).

8 O. ponto de satura o atingido quando os novos entrevistados passam a repetir os conte dos j obtidos em entrevistas anteriores, sem acrescentar novas informa es relevantes pesquisa (WHA, 1994). Portanto, a SNOWBALL ( Bola de Neve ) uma t cnica de amostragem que utiliza cadeias de refer ncia, uma esp cie de rede. Albuquerque (2009), esclarece que a forma mais confi vel na aplica o de uma pesquisa em cadeias de refer ncia aquela que consegue coletar o m ximo de informa es sobre todos os membros da rede (complete network design) ou, utilizar uma amostra aleat ria dos participantes (local network design). No entanto, como esclarece a autora, muitas vezes isso n o vi vel ao pesquisador e, nesses casos, a t cnica SNOWBALL (Bola de Neve) pode ser recomendada, justamente por utilizar a abordagem em cadeias. Ao discutir a aplica o de estrat gias de recrutamento em cadeia (como em uma rede) para a estimativa de preval ncia de doen as em popula es organizadas em redes complexas, Albuquerque (2009) discorre sobre a metodologia SNOWBALL sampling ou Bola de 1.

9 A Amostra N o Probabilista obtida a partir do estabelecimento de algum crit rio de inclus o, e nem todos os elementos da popula o alvo t m a mesma oportunidade de serem selecionados para participar da Amostra. Este procedimento torna os resultados pass veis de n o generaliza o (BICKMAN &. ROG, 1997). 333. Neve apresentado por Goodman em 1961. Segundo a autora citada, os primeiros participantes contatados na aplica o da pesquisa s o as sementes 2, que devem ter conhecimento da sua localidade, do fato acontecido ou das pessoas que vivem na comunidade. Esse mesmo indiv duo (a semente ) indicar outra(s) pessoa(s) de seu relacionamento (ou de seu conhecimento) para que tamb m participe(m) da amostra, esses s o os filhos das sementes . Para que se tenha uma amostra consider vel, deve-se selecionar um n mero inicial de pessoas (de sementes ), que, preferencialmente, devem exercer certa lideran a no espa o a ser estudado, conhecer muitos membros da localidade e que esses sejam de diversificados ramos de forma o e atua o.

10 A SNOWBALL sampling ou Bola de Neve prev que o passo subseq ente s indica es dos primeiros participantes no estudo solicitar, a esses indicados, informa es acerca de outros membros da popula o de interesse para a pesquisa (e agora indicados por eles), para, s ent o sair a campo para tamb m recrut -los. Albuquerque (2009) lembra que em alguns estudos as sementes recrutam o maior n mero de pessoas poss vel; em outros, os pr prios pesquisadores podem efetuar esse recrutamento, por meio de agentes que atuam em um dado campo, com conhecimento aprofundado e tr nsito em uma dada comunidade (s o os outreach workers). A Figura 1 apresenta um exemplo hipot tico de uma cadeia gerada por um recrutamento de sujeitos de pesquisa com essas caracter sticas. Nessa figura, os c rculos maiores representam as sementes , enquanto os demais s o os filhos gerados por elas. A viabilidade dessa t cnica metodol gica de pesquisa ressaltada por Albuquerque (2009) esta quando refor a que devido sua estrat gia de recrutamento a Bola de Neve considerada n o probabil stica, tendo em vista que n o poss vel determinar a probabilidade de sele o de cada participante na amostra.


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